Visite o Interior, agora foi o New York Post

Ultimamente é com muita satisfação que leio algumas noticias referentes ao nosso país, em especial na nossa região, sejam noticias acerca de prémios ganhos por unidades hoteleiras, rankings ou vinhos que ganham cada vez mais reconhecimento.

Efetivamente, Portugal está na moda e a região centro vai seguindo as pisadas com Lisboa e Porto a serem, cada vez mais, relegados para segunda opção no que toca a destinos turísticos.

Desta vez, foi do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos da América, que Portugal está no escrutínio de olhos especializados nestas andanças das viagens, com o New York Post a elaborar uma lista com 10 razões para visitar terras lusas, com o centro do país a destacar-se e com a nossa região a ter 4 motivos de interesse para este tabloide.

Na categoria apelidada de “Luxo que podem pagar” o destaque vai para as Casas do Côro em Marialva que o New York Post descreve como sendo “um romântico hotel vínico de luxo construído a partir de um pequeno aglomerado de casas de pedra cuidadosamente restaurado” e nós, por cá, só temos a acrescentar que, de facto, esta é uma das unidades hoteleiras de referência na região e que vale mesmo a pena visitar e, acima de tudo, usufruir, seja em que altura do ano for.

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Numa outra categoria, a que intitulam “Almoços, líquidos (e sobremesas) encontramos a Casa da Ínsua, em Viseu, classificada, pelo jornal, como sendo um local onde de pode apreciar vinho, uma vez que o hotel tem produçãoo própria, nós acrescentamos que a Casa da Ínsua tem muito mais que vinho para oferecer, é uma unidade hoteleira cheia de história e charme, ideal para uma escapadinha romântica!

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O New York Post destaca, ainda, numa categoria a que chamou de “Chance de voltar aos tempos medievais” o Restaurante D. Sancho na Aldeia Histórica de Sortelha.

Sublinhou que é “um fantástico restaurante onde ninguém fala inglês e a conta vem numa parte rasgada de papel, mas o vinho, bacalhau, pão e queijo local são bem-vindos”, se a conta vem ou não num pedaço de papel, isso não podemos atestar, quanto à comida, é impossível falhar nesse campo, já que a gastronomia local é do melhor que há, em relação a Sortelha é, de facto, uma máquina do tempo que vale a pena ser utilizada vezes sem conta!

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“Você pode pedir boleia e não ser assassinado” é o nome de uma outra categoria (pelos vistos muito importante para os leitores do New York Post), e aqui o destaque vai para a região do Douro, “um lugar onde se pode vivenciar uma verdadeira aventura”, com menção à Quinta da Pacheca em Lamego e à Quinta do Tedo em Folgosa, apresentando estes locais como referencia onde se podem degustar “Tawny’s dos anos 20”.

Portugal é de facto muito bonito e esta região merece ser explorada ao máximo. Esperemos que venham mais críticos à região e que a promovam com a qualidade e realidade que ela merece. Ficamos à espera da próxima critica!

Praias de Loriga e Unhais são as favoritas

O verão já acabou, com ele os dias quentes e solarengos de perna alçada numa qualquer esplanada ou pé metido nas frescas águas de uma qualquer praia fluvial desta nossa tão bela região.

Esta é a altura para balanços e um dos que foi efetuado tem a chancela da DECO e diz respeito aos resultados de um ranking feito na plataforma Mais Praia e que contou com 20 mil visitas que avaliaram as melhores praias do país, salgadas e doces.

No topo do ranking na lista de Praias Fluviais encontramos a Praia da Albufeira da Tapada seguida da Praia de Loriga em Seia e de Unhais da Serra na Covilhã. Estas “medalhas” de prata e de bronze enchem-nos de orgulho, atestando a qualidade da praias fluviais da região.

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As votações consideravam aspetos como a qualidade da água, limpeza e acessos numa escala de 5 estrelas. A plataforma apresentava, igualmente, as condições de cada praia e os resultados das análises oficiais à água.

Ambas as praias, uma em cada lado da Serra, são locais fantásticos para quem quer passar bons momentos nos dias mais quentes. Por este ano já não há mais verão, voltaremos em 2016 a mergulhar nestas praias!

Lugares que parecem cenários de filmes

Já sabemos que por estes lados da Serra mais alta de Portugal Continental, e arredores, as paisagens são arrebatadoras, deslumbrantes e inspiradoras.

Esta terra é uma verdadeira musa para os artistas de diversas áreas e, segundo o site VortexMag, um portal de língua portuguesa dedicado à divulgação de temas relacionados com a sociedade, cultura, viagens , tecnologias e vídeos, a nossa região conta com 4 de 12 lugares que o site considera incríveis e parecerem cenários de filmes. Falamos das Aldeias Históricas de Piodão e Monsanto, Foz d’Égua e Loriga.

Claro que não podemos discordar desta seleção, considerando que se fossem os 20 cenários incríveis que parecem cenários de filmes, na lista iriam constar mais uns quantos “made in” Serra da Estrela e arredores absolutamente inspiradores.

A VortexMag convida, então, a um périplo por estes 12 cenários (Palácio da Pena, Piódão, Foz d’Égua, Monsanto, Forte de S. João Baptista, Algar de Benagil, Loriga, Azenhas do Mar, Monsaraz, Quinta da Regaleira, Vilarinho de Negrões e Ponte da Misarela), e nós sugerimos uma paragem mais prolongada pelos quatro que este site selecionou e que mais perto de nós estão.

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O Piódão fica numa encosta da Serra do Açor, em Arganil, surpreende pela sua geografia que nos recorda um presépio.

De cor negra envolta numa beleza natural impressionante, esta aldeia parece ter sido feita com o único propósito de nos fazer sonhar, lá ao pé encontramos a aldeia de Foz d’Égua, pertencente à freguesia do Piódão, aqui confluem a ribeira de Chãs com a do Piódão, num cenário que nos desperta a imaginação e nos faz sonhar com histórias de fadas e elfos.

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Monsanto, a “aldeia mais portuguesa de Portugal”, também faz parte da rede das Aldeias Históricas de Portugal, fica a nordeste das Terras de Idanha, aninhada na encosta de uma elevação escarpada, local de história ancestral, por onde a presença humana se faz sentir desde o paleolítico e que nos convida a perdermo-nos pelas suas ruas e sonhar.

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Para os lados de Seia encontramos Loriga, bem no meio da Serra da Estrela, encovada numa paisagem fenomenal com assinatura da Serra da Estrela.

Para lá chegar percorremos uma estrada que nos demonstra alguma das mais belas paisagens deste pequeno pedaço de mundo. Loriga é conhecida como a “Suíça Portuguesa” devido, precisamente, à sua extraordinária paisagem e localização geográfica, rodeada de montanhas onde o site destaca a Penha dos Abutres a 1828m de altitude e a Penha do Gato a 1771 metros, estando este cenário abraçado por dois cursos de água: a Ribeira de Loriga ou “Courelas” ou “Nave” e a Ribeira de S. Bento.

Fica prometida, para breve, uma lista com os cenários mais bonitos da região, numa lista feita por nós, deixando já de antemão o aviso que somos muito tendenciosos nisto de falar destas terras, pelo que a lista deverá ser enorme!

Fotografia: Aldeias Históricas de Portugal

Conheça Piódão:

https://heartbeat.pt/piodao/

O Interior celebra o Turismo

O turismo tem assumido um papel cada vez maior para o desenvolvimento económico do país.

Na região interior, se reveste de uma importância fulcral apoiado pelas enormes potencialidades, nas mais diversas vertentes, que aqui existem, sejam elas na área do património natural ou edificado, seja na gastronomia ou nas condições geográficas e climatéricas que diferem este território das restantes.

A aposta no turismo e a consciencialização do papel que ele tem para o desenvolvimento futuro da região está bem patente nas atividades e ofertas que têm sido dinamizadas um pouco pelos principais núcleos urbanos aqui existentes.

Para assinalar o Dia Mundial do Turismo no próximo dia 27 alguns municípios irão dinamizar Postos de Turismo, Museus e Centros Históricos com iniciativas que pretendem dar a conhecer aquilo que de mais turístico têm para oferecer.

O lema para as celebrações deste ano é “Mil Milhões de Turistas, Mil Milhões de Oportunidades” e, numa ação simbólica, o município de Almeida irá oferecer um Kit Promocional a todos os turistas que procuram os Postos de Turismo de Almeida e Vilar formoso, bem como um desconto de 50% em todas as publicações que se encontram à venda nestes espaços.

Na Guarda o dia 27 será assinalado com uma série de visitas guiadas, visitas encenadas e percursos em tuk-tuk no Centro Histórico enquanto que o Welcome Center acolherá os visitantes de uma forma especial, proporcionando a todos os que visitarem a cidade no domingo experiências e sensações únicas. Estão ainda previstas visitas guiadas ao Museu da Guarda e será ainda possível explorar a Torre de Menagem.

Belmonte vai receber os visitantes com uma Prova de Cerveja Artesanal Cabralina no Posto de Informação Turística.

Haverá ainda espaço para Artesanato ao Vivo com trabalho em Burel e oferta de um Kit de promoção turística do Centro de Portugal, ação que será igualmente feita em Manteigas pelo Posto de Informação Turística desta Vila. Em Seia os visitantes do Posto de Informação Turística de Sabugueiro poderão, além de receberem o Kit de promoção, degustar alguns produtos regionais.

Viseu também assinala o Dia Mundial do Turismo com uma mostra de produtos regionais como o azeite, mel, vinho e rosmaninho, havendo lugar, ainda, para uma demonstração de sabonetes tradicionais e a oferta do Kit de promoção turística do Centro de Portugal. Durante o dia os turistas poderão usufruir de um passeio em comboio turístico. Está ainda prevista uma visita guiada à Mina do Cume em Bodiosa havendo, ainda, espaço para uma peça de teatro intitulada “Volfrâmio – cenas duma aldeia de camponeses-mineiros” no Convento de S. Francisco em Orgens.

Por terras de Idanha-a-Nova também se assinala, no domingo, o Dia Mundial do Turismo com os Postos de Informação Turística de Monfortinho, Idanha-a-Velha, Idanha-a-Nova, Monsanto, penha Garcia, Proença-a-Velha e Segura com degustação de produtos regionais e oferta do Kit promocional e oferta de um percurso pedestre GR10/GR12 aos primeiros 30 visitantes de cada um dos Postos. Está ainda programada uma visita temática a Idanha-a-Velha.

 

 

Vamos descansar no Pátio

Seguimos rumo a Nelas. As paisagens por estas alturas remetem-nos ao mundo do vinho, com as vindimas a acontecerem um pouco por toda a parte, com carros carregados de cestos de uvas que mais tarde irão dar origem aos tão afamados vinhos do Dão.

Realmente por estas bandas o clima é diferente. O sol brilha intenso pela paisagem verde que nos acompanha ao longo do caminho. Hoje vamos até Caldas de Felgueiras, não para passarmos uns dias nas termas, mas para descansar num espaço que nos foi recomendado por amigos. “Um pequeno refúgio”, segundo eles. As Casas do Pátio.

As Casas do Pátio – Country Houses & Nature são um empreendimento de Turismo Rural, mas desenganem-se aqueles que pensam que é uma unidade dita convencional, com pormenores serranos ou campestres que nos remetem à vida bucólica do interior de Portugal.

Aqui o rural apresenta-se numa vertente mais moderna e luxuosa, sendo que a ruralidade, como a concebemos, apenas se sente quando saímos e encaramos a belíssima paisagem circundante.

Já tínhamos andado a espreitar algumas fotografias das Casas do Pátio – Country Houses & Nature, porque isto de partir ao desconhecido não é para todos e nós fazemos parte daquele grupo de indivíduos que gosta de ir à descoberta mas sabendo o que deverá encontrar.

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Chegamos e percebemos que, efetivamente, não era um espaço de Turismo Rural como normalmente convencionamos.

À conversa com as proprietárias ficamos a saber que Casas do Pátio – Country Houses & Nature nasceram da vontade de preservar a história de uma família.

Três casas unidas por um pátio que guardava histórias, memórias e segredos e que se viam maltratadas pelo tempo.

Ao fator sentimental forte aliou-se a oportunidade de serem empreendedoras fazendo algo que as gratificasse e lhes desse prazer.

Nascem Casas do Pátio – Country Houses & Nature e ainda bem que tiveram a coragem e resiliência necessária para tornarem este sonho realidade.

A natureza é o mote para tudo neste local e as casas tinham de seguir essa filosofia, não estivessem inseridas no meio de três serras com uma paisagem maravilhosa e, ainda por cima, numa estância termal como é Caldas da Felgueira, a inspiração para a renovação destas casas tinha de estar, invariavelmente, relacionada com a natureza.

As Casas do Pátio – Country Houses & Nature são constituídas por 4 casas sendo que os 4 elementos, água, terra, fogo e ar, serviram de inspiração para a reconstrução e decoração das casas. Assim, quem quiser por aqui pernoitar ou passar uns dias, poderá escolher entre:

. Casa do Ar, nome atribuído pela envolvência natural e uma homenagem ao ar puro que se respira na região.

. Casa da Água em jeito de homenagem ao Rio Mondego que passa na aldeia.

. Casa da Terra, uma referencia ao interior e fonte de recursos naturais que sustentam parte da economia da região.

. Casa do Fogo inspirada pelas águas medicinais quentes das Termas.

Ficamos na Casa da Água que nos surpreendeu pela delicadeza dos elementos decorativos em tons de azul.

A luz é surpreendente nesta casa, o branco e o jogo de cores suaves remete-nos para uma tranquilidade avassaladora que nos percorre o corpo.

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É como estar em casa. Constituída por um quarto, cozinha e uma sala com lareira que logo me fez prometer voltar por alturas do inverno só para poder beber um chá quente embrulhada numa manta a ouvir o crepitar da lareira, até porque foi-nos dito que quem por cá passa, seja em que altura do ano for, recebe sempre uns miminhos que tornam a estadia ainda mais especial.

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Não é uma casa enorme, o que a torna ainda mais confortável e acolhedora, ideal para uma escapadinha romântica seja em que altura do ano for.

A mobília cuidadosamente escolhida transforma esta casa num espaço único de onde não queremos sair.

É de facto um luxo no meio da natureza e o momento que mais apreciei foi no final do dia poder beber um copo de vinho do Dão sentada numa cadeira no terraço enquanto apreciava o final de mais um dia.

Disseram-nos que, para quem quisesse, podem ser agendados passeios a cavalo, dispensei porque não sou aficionada, mas aceitei as sugestões para a descoberta da gastronomia da região, e que bela gastronomia é!

Há pequenos pormenores que nos relembram que estas são casas com história e que estamos num meio rural, seja em peças de mobiliário ou em objetos de decoração, sendo estas casas o exemplo perfeito de como se transporta a ruralidade para o mundo moderno e contemporâneo. Este é o fator diferenciador deste empreendimento. O modo como está pensado e como foi construído, deixando de lado os conceitos mais usuais existentes neste tipo de turismo.

As Casas do Pátio – Country Houses & Nature são um espaço acolhedor e intimista, permitindo a quem as visita gozar de privacidade e tranquilidade, sentindo que aquele espaço não é apenas mais um quarto de hotel, mas sim um local onde poderíamos viver.

Na companhia do Zêzere

Nasce fresco e cheio de vida, numa cantoria singela, no alto da Serra da Estrela, junto ao Cântaro Magro o correndo por ela abaixo num frenesim juvenil esculpindo a paisagem à sua volta. Chama-se Zêzere e é rio.

Rio de histórias e segredos, rodeado de algumas das mais belas paisagens que este Portugal pode ter.

Desce da Serra num bailado tão seu, calcorreando vales e deixando as suas marcas por terras de Manteigas, Covilhã, Guarda, Fundão, Pampilhosa da Serra, Vila de Rei, Oleiros, Sertã, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Ferreira do Zêzere, Abrantes e desagua em Constância onde se junta às águas do Tejo rumo à imensidão do Atlântico salgado.

Com a importância do Rio Zêzere bem patente, as Aldeias do Xisto, uma rede constituída por 27 aldeias distribuídas pelo interior da Região Centro de Portugal, lança, oficialmente, nos próximos dias 26 e 27 de setembro, a GRZ – Grande Rota do Zêzere, numa iniciativa que junta vários atletas que irão percorrer na integra o traçado da GRZ, desde o seu local de nascimento na Serra da Estrela rumo à foz em Constância.

Falamos de atletas como o alpinista João Garcia, o atleta olímpico de BTT, David Rosa ou o canoísta Emanuel Silva que venceu a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres.

Estes atletas irão inaugurar esta rota em estafeta com o transporte do testemunho que contem água do Covão D’Ametade e dos vários pontos de passagem ao longo do rio, sendo, depois, guardado no final do trajeto celebrando, assim, o Dia Mundial do Turismo.

A cada passagem e enchimento do testemunho com um pouco mais de água do rio, cada um dos Municípios parceiros desta Grande Rota do Zêzere irá celebrar a inauguração dos troços da rota que passam nas suas terras. Esta estafeta está aberta a todos os que queiram juntar-se a estes atletas.

O percurso terá inicio no Covão D’Ametade às 8h30, seguindo por Vale de Amoreira, Valhelhas, Ponte de Alvares, Camping Tortosendo, Adleia do Xisto da Barroca no Fundão. Seguem rumo a Dornelas do Zêzere na Pampilhosa da Serra, seguindo para Janeiro de Cima e Janeiro de Baixo, Cambas, Abitureira, Sobral, Arrochela na Sertã, Sra. da Confiança, Ponte Filipina em Pedrógão Grande e descansa, neste primeiro dia de estafeta, em Bouçã – Foz de Alge em Figueiró dos Vinhos.

A etapa do dia 27 começa às 8h00 em Foz de Alge rumo a Dornes, Trízio, Zaboeira, Cabeça Gorda em Vila de Rei, Macieira, Penedo Furado, Fontes em Abrantes, Cabeça Gorda também em Abrantes e termina em Constância numa chegada conjunta Trail Running, BTT, Pedestre e Canoa.

Esta estafeta será feita em várias modalidades, Trail Running, BTT, Pedestre e em Canoa, num programa que pode consultar no site da Aldeias de Xisto. Trata-se de uma Rota Multimodal com 370 km de extensão por 13 concelhos, podendo ser feita a pé, de bicicleta ou de canoa, de forma contínua e encadeada, por troços ou circuitos multimodais, recorrendo a mais do que uma disciplina.

Existem 13 Estações Intermodais instaladas em locais próximos do rio e trata-se de estruturas multifuncionais de apoio que permitem aos utilizadores alternarem o modo de locomoção ao longo do itinerário sem que, para isso, tenham de sair do percurso para trocar o equipamento utilizado.

Nesta Rota foram desenvolvidos vários conceitos capazes de transportar este itinerário para um patamar superior aos que já existem no país e mesmo além fronteiras, sendo as Estações Intermodais um deles, mas há mais, como a existência de percursos complementares, sejam eles circulares como é o caso das Pequenas Rotas, em torno de pontos onde a GRZ passa, quer derivações a partir do itinerário principal que levam os utilizadores a áreas de interesse turístico.

Esta Grande Rota do Zêzere está aberta ao longo de todo o ano e pode ser utilizada por qualquer pessoa que terá a oportunidade de apreciar a beleza natural que envolve o rio Zêzere, seja a sua fauna ou flora, seja pelas atrações turísticas como barragens ou aldeias. Atreva-se a explorar este pequeno mundo!

 

 

Pelos caminhos entre Castelos

Tenho a cabeça a entrar em modo outono e mal posso esperar que chegue esta estação.

Não me julguem mal, tal como a maioria dos portugueses, eu até que gosto da primavera, posso ser, sim, condenada por não gostar do verão mas, como já diz a sabedoria popular, “gostos não se discutem”.

Porque é que gosto do outono? Porque a paisagem se enche de cores maravilhosas! As diferentes tonalidades ocres da paisagem pintam tudo demonstrando como a natureza é caprichosa. Adoro aqueles dias em que se começa a sentir frio e a sensação de conforto que um casaco de malha proporciona é maravilhosa. E a comida? Os frutos do outono são uma ode à gastronomia!

Mas, confesso, o que mais me impressiona não é o voltar a sentir o cheiro e o calor da lareira. O que mais me deixa extasiada são as mil cores do outono. As folhas e os seus tons quentes em contradição com o vento que carrega ares mais frescos. O bailado das aves. As tonalidades do entardecer. A palidez da lua da manhã e as primeiras névoas. É o preparar da natureza para o longo descanso que a espera nos meses gelados do inverno.

Esta é, a par da primavera, uma das melhores alturas para se passear pela Serra. Caminhadas mais temperadas que nos permitem contemplar a transformação que se desenrola aos nossos olhos. N

a primavera temos a oportunidade de assistir ao acordar da montanha. Ao chilrear dos pássaros cheios de energia. O desabrochar das flores. Os tons frescos e vivos que anunciam o tempo mais vivaço!

Por outro lado, o outono, dá-nos a oportunidade de apreciar a preparação da montanha para o descanso, numa beleza madura, tranquila e serena.

Sugiro, para o próximo mês de outubro, uma caminhada entre Castelos Medievais, os de Trancoso e de Linhares.

Duas localidades cheias de história e paisagens deslumbrantes. Seguimos esta etapa da Grande Rota, com cerca de 43 km, num tempo estimado de 10h15, mas não se assustem, são muitas horas mas o percurso é de dificuldade baixa.

Saímos de Trancoso pelo lado sul entrando em terra batida e descendo em direção a Miguel Choco onde seguimos por Vendo do Cepo, entrando no vale da ribeira de Muxagata.

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Os planaltos junto de Trancoso estão cheios de elevações que, ora são rochosas, ora estão cobertas de pinhal, onde podemos apreciar os campos fechados por sebes arbóreas, constituídas, essencialmente, por carvalho negral.

O Vale da Muxagata é rico em paisagens agrícolas, sendo ladeado por amieiros.

Dos pinhais e giestais sobranceiros podemos ouvir o piar de gralhas-pretas e do peto-verde.

Ao longo dos caminhos e dos lameiros surgem sebes vivas na forma de pilriteiro ou até trovisco-fêmea.

Ao pé da ribeiro podemos encontrar pintarroxos, pintassilgos, cartaxos, rolas, melros pretos e outras espécies que nos encherão o passeio de música.

Ao longo deste vale passamos pela Aldeia Nova e por Muxagata, acompanhando a ribeira até a mesma desaguar no rio Mondego.

No cimo do vale, quando já nos aproximamos de ambientes mais serranos, podemos ter a sorte de observar a águia-de-asa-redonda ou o picanço real. Aqui cruzamos a linha do comboio e a autoestrada, pela passagem inferior seguindo o rio Mondego para jusante atravessando-o num açude para de seguida subirmos a encosta que nos levará até a EN16. Cruzando esta estrada seguimos em direção a sul, cruzando as localidades de Mesquitela, Carrapichana e Figueiró da Serra em direção a Linhares da Beira, cujo Castelo já nos acompanha, ao longe, no alto da sua colina, sobranceiro e majestoso, pela calçada Romana.

Nesta região encontramos alguns dos campos agrícolas mais antigos da Serra da Estrela.

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Chegados a Linhares sugiro que subam ao Castelo. Descansem, respirem fundo e sintam-se parte dessa natureza sem fim que se estende aos vossos pés. É uma tela viva e em constante mutação, de cores quentes que nos fazem sentir acolhidos. Se começarmos a nossa aventura pela manhã cedo, conseguimos chegar a este local a tempo de ver o sol pôr-se. Aprecie o ocaso que no outono se revela mais esplendoroso por estas bandas!

 

Fontes: Aldeias Históricas de Portugal

 

 

 

O Balido na Serra é de ouro!

Ovelhas. Fofas cheias de lã e balidos que ecoam nas serras ao ritmo dos chocalhos que carregam, de passos marcados pelo pastor que as guia pelas encostas.

Ovelhas e cabras que não são apenas elementos do quadro pitoresco que forma a natureza animal da Serra da Estrela.

Estes animais são mais do que imagens bucólicas de turistas e balidos perdidos na Serra. São parte integrante da cultura e, direta ou indiretamente, marcam a história e tradições das gentes de cá, seja na gastronomia na arte ou no quotidiano das suas vidas, e são-no desde tempos imemoráveis.

Por cá andavam em rebanhos, contadas às centenas. Sustento das gentes. Seguiam em ritmo sazonal contribuindo para a mistura de culturas, saberes e sabores entre regiões deste tão pequeno, mas tão enorme, Portugal.

Quando o estio se instalava e o sol queimava, secando os pastos que alimentavam os rebanhos, os seus pastores rumavam serra acima em busca dos pastos verdejantes protegidos pelas temperaturas mais amenas e, assim, alimentavam os seus animais.

Com eles viajavam, igualmente, as suas culturas, linguajares, tradições e saberes, promovendo a uniformização entre os diferentes povos que calcorreavam os terrenos unindo as planícies a norte do rio Tejo, passando pela Serra da Gardunha até à Serra da Estrela.

Quando o frio começava a apertar na Serra os pastores faziam o caminho inverso, repetindo-se a mesma troca de saberes.

Esta é a base de uma riqueza tremenda na região em torno da transumância, com as populações a não deixarem esmorecer as tradições e celebrando estas trocas e apostando nelas como fator de atratividade turística, afinal temos os melhores pratos à base de cabrito. Temos produtos únicos como o Burel que tem sido reinventado graças ao esforço de alguns empresários da região que demonstram a versatilidade e potencialidades deste tecido ou os cobertores de papa.

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Há festas dedicadas à transumância que se destacam no panorama cultural da região da Serra da Estrela como a que ocorre em Fernão Joanes, freguesia do concelho da Guarda, no inicio do verão, com visitas pedestres pelos caminhos que os pastores percorriam e que servem de pretexto para visitarem a região e darem a conhecer as suas gentes e tradições e que incluía, este ano, um acampamento nas Txoças (cabanas onde dormiam os pastores).

Outra das festas maiores em torno da Transumância é a que se realiza em Alpedrinha no Fundão. A Festa dos Chocalhos decorre em meados de setembro e atrai milhares de pessoas a esta freguesia, transformando as ruas num enorme palco em festa onde os visitantes têm a oportunidade de conhecer os trejeitos e tradições locais com muita música e gastronomia à mistura.

As ovelhas e as cabras são, portanto, mais que simples animais ou fontes de alimento por estas bandas. São parte integrante da história destas gentes, existem em diversos aspetos das suas vidas e estão cá para ficar, pelo menos enquanto houver gente que, teimosamente, e ainda bem, insista no pastoreio. Quanto aos turistas, o nosso conselho vai para que fechem os olhos e se deixem levar pelo ritmo do chocalhar e dos cascos que percorrem a montanha.

Fui à Feira de Nelas provar Vinho!

Este fim-de-semana fui até Nelas. Tinha um motivo especial. Havia Feira!

Não uma Feira daquelas a que estamos habituados e que ocorrem quinzenalmente ou semanalmente. Não uma Feira com animações e muitas luzes e vendedores como a de S. Mateus em Viseu. Fui a Nelas a uma Feira dedicada ao Vinho, em concreto, ao vinho da Região Demarcada do Dão.

Sou apreciador de vinho – sublinhe-se o apreciador porque não sou muito conhecedor. Sou capaz de distinguir um bom vinho de um feito à “pressão” e vendido a granel, mas não me façam perguntas difíceis como: quais os taninos que sente? Ou quantas castas saboreia? Sei dizer se é encorpado e se é bom ou é mau, pelo menos ao meu paladar.

Fui então até Nelas de mente aberta e curiosidade desperta.

Já me tinham falado dos vinhos e conhecia um ou outro das muitas noticias acerca de prémios que têm vindo a arrecadar, cá e lá fora. Decidi provar por minha conta e risco e lá fui até Nelas.

Foi uma agradável surpresa o espaço situado no Largo do Município, em frente à Câmara Municipal.

Umas dezenas de tendas alinhadas com a centralidade das mesmas ocupada por vários produtores da região, uns mais conhecidos que outros. Logo à entrada adquiri o meu copo de balão e bolsa para o guardar e assim desocupar as mãos ao longo do meu périplo pelos stands.

Confesso que me apetecia apreciar todos os vinhos e ficar à conversa com alguns dos anfitriões, mas não consegui, provei alguns e vinhos houve acabaram nas “cuspideiras” outros não tive coragem de recusar de tão deliciosos que são.

Há alguns que me surpreenderam pela sua leveza outros pelo seu carácter, perfume e sabor intenso.

Fiquei a saber o nome de algumas castas e apreciei um Touriga Nacional maravilhoso e quando me dirigi à Praça da Alimentação tive a oportunidade de comer um conjunto de sandes (vitela, bacalhau e requeijão com doce de abóbora) com assinatura de um Chef da região que, harmonizado (aprendi este termo na Feira e, para quem não sabe, significa, basicamente, casar o vinho com o que comemos num equilíbrio de sabores) com um tinto que me fez as papilas gustativas baterem palminhas de contentes!

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Voltei à minha demanda pela Feira.

Eis que todas as luzes se apagam.

Num ecrã gigante surge um cronómetro em contagem decrescente.

Faltavam 5 minutos.

Eu sabia que havia um espetáculo previsto para essa noite, pensei que fosse uma espécie de concerto com gentes da terra, eis que o cronometro para e o vento começa a soar, no ecrã surgem imagens de vinhas e paisagens de Nelas, um vulto levanta-se do lado direito do palco (num cenário fantástico diga-se) e começa a entoar um poema, uma voz que reconheci à primeira palavra. Vítor de Sousa, recitava um poema acerca do Dão.

Prendeu-me de imediato a atenção.

Surgem bailarinos e mais atores em cena, contou-se uma história de amor entre melodias que, ainda hoje, ao final de 3 dias , continuam a tocar na minha cabeça.

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Um Musical que me espantou pelo enredo, som e coreografias e que terminou com uma surpreendente chuva de estrelas em jeito de fogo de artifício que maravilhou as centenas de pessoas presentes.

A noite terminou com mais uns stands e uma Wine Party onde serviam um cocktail de espumante, à descrição.

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Para casa trouxe umas garrafas de vinho para apreciar com alguns amigos e mostrar que há mais vinho em Portugal do que o Alentejano, do Douro ou o Verde.

Aliás, esta região começa a dar passos de gigante rumo ao reconhecimento da qualidade dos seus vinhos e isso é algo que muito me agrada! Trouxe conhecimento acerca de vinho, até fiquei a saber o nome de algumas castas como a Touriga Nacional, Jaen, Encruzado ou Alfrocheiro (nomes que ficam na memória).

Agora é só juntar um punhado de amigos, um prato de queijo da Serra da Estrela, outro de chouriça e outro de morcela, abrir umas garrafas que trouxe de Nelas e serei uma pessoa ainda mais feliz!

 

BFM

Muralhas que guardam segredos em Sortelha

Deixemo-nos levar pelos sons e pelos cheiros. Entremos num mundo de fantasia inspirado na história das gentes desta terra. Não tenha receio e abra o espírito.

Deslumbre-se porque este evento é mais do que uma Feira Medieval, é uma viagem pela história desta que é uma das mais belas aldeias de Portugal – Sortelha.

As Muralhas com História não se limitam, apenas, a ser uma Feira Medieval, é uma autentica viagem histórica através da literatura, procurando dar a conhecer, na edição deste ano, o quotidiano da Idade Média, numa perspectiva menos assombrada pelas trevas, através da sátira dos autos de Gil Vicente. Serão vários os episódios da vida medieval antes do Renascimento a serem representados um pouco por toda a Aldeia de Sortelha, naquilo que a organização chama de Autos da Muy Fermosa Sortelha.

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Haverá um mercado de época, tabernas, ofícios ao vivo, música ao vivo espetáculos surpreendentes e constantes teatralizações que prometem maravilhar os visitantes e fazê-los embarcar nesta viagem pelo passado.

Sortelha é local de lendas e histórias fantásticas.

A própria Aldeia convida à deambulação e ao deslumbramento.

De 18 a 20 de setembro deixe-se encantar em Sortelha!

Fica aqui uma mostra do que aconteceu na edição do ano passado sob a temática do Secretismo e Magia do Sagrado Feminino:

 

Fotografia: Alexandre Nobre