Fui à Feira de Nelas provar Vinho!
Este fim-de-semana fui até Nelas. Tinha um motivo especial. Havia Feira!
Não uma Feira daquelas a que estamos habituados e que ocorrem quinzenalmente ou semanalmente. Não uma Feira com animações e muitas luzes e vendedores como a de S. Mateus em Viseu. Fui a Nelas a uma Feira dedicada ao Vinho, em concreto, ao vinho da Região Demarcada do Dão.
Sou apreciador de vinho – sublinhe-se o apreciador porque não sou muito conhecedor. Sou capaz de distinguir um bom vinho de um feito à “pressão” e vendido a granel, mas não me façam perguntas difíceis como: quais os taninos que sente? Ou quantas castas saboreia? Sei dizer se é encorpado e se é bom ou é mau, pelo menos ao meu paladar.
Fui então até Nelas de mente aberta e curiosidade desperta.
Já me tinham falado dos vinhos e conhecia um ou outro das muitas noticias acerca de prémios que têm vindo a arrecadar, cá e lá fora. Decidi provar por minha conta e risco e lá fui até Nelas.
Foi uma agradável surpresa o espaço situado no Largo do Município, em frente à Câmara Municipal.
Umas dezenas de tendas alinhadas com a centralidade das mesmas ocupada por vários produtores da região, uns mais conhecidos que outros. Logo à entrada adquiri o meu copo de balão e bolsa para o guardar e assim desocupar as mãos ao longo do meu périplo pelos stands.
Confesso que me apetecia apreciar todos os vinhos e ficar à conversa com alguns dos anfitriões, mas não consegui, provei alguns e vinhos houve acabaram nas “cuspideiras” outros não tive coragem de recusar de tão deliciosos que são.
Há alguns que me surpreenderam pela sua leveza outros pelo seu carácter, perfume e sabor intenso.
Fiquei a saber o nome de algumas castas e apreciei um Touriga Nacional maravilhoso e quando me dirigi à Praça da Alimentação tive a oportunidade de comer um conjunto de sandes (vitela, bacalhau e requeijão com doce de abóbora) com assinatura de um Chef da região que, harmonizado (aprendi este termo na Feira e, para quem não sabe, significa, basicamente, casar o vinho com o que comemos num equilíbrio de sabores) com um tinto que me fez as papilas gustativas baterem palminhas de contentes!
Voltei à minha demanda pela Feira.
Eis que todas as luzes se apagam.
Num ecrã gigante surge um cronómetro em contagem decrescente.
Faltavam 5 minutos.
Eu sabia que havia um espetáculo previsto para essa noite, pensei que fosse uma espécie de concerto com gentes da terra, eis que o cronometro para e o vento começa a soar, no ecrã surgem imagens de vinhas e paisagens de Nelas, um vulto levanta-se do lado direito do palco (num cenário fantástico diga-se) e começa a entoar um poema, uma voz que reconheci à primeira palavra. Vítor de Sousa, recitava um poema acerca do Dão.
Prendeu-me de imediato a atenção.
Surgem bailarinos e mais atores em cena, contou-se uma história de amor entre melodias que, ainda hoje, ao final de 3 dias , continuam a tocar na minha cabeça.
Um Musical que me espantou pelo enredo, som e coreografias e que terminou com uma surpreendente chuva de estrelas em jeito de fogo de artifício que maravilhou as centenas de pessoas presentes.
A noite terminou com mais uns stands e uma Wine Party onde serviam um cocktail de espumante, à descrição.
Para casa trouxe umas garrafas de vinho para apreciar com alguns amigos e mostrar que há mais vinho em Portugal do que o Alentejano, do Douro ou o Verde.
Aliás, esta região começa a dar passos de gigante rumo ao reconhecimento da qualidade dos seus vinhos e isso é algo que muito me agrada! Trouxe conhecimento acerca de vinho, até fiquei a saber o nome de algumas castas como a Touriga Nacional, Jaen, Encruzado ou Alfrocheiro (nomes que ficam na memória).
Agora é só juntar um punhado de amigos, um prato de queijo da Serra da Estrela, outro de chouriça e outro de morcela, abrir umas garrafas que trouxe de Nelas e serei uma pessoa ainda mais feliz!
BFM
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