Castelo Rodrigo, a aldeia dourada  

Subimos uma pequena colina porque lá no alto uma pepita de ouro nos espera.

A viagem é curta mas a espectativa é grande. “É muito bonita a aldeia, vais ver que te vai surpreender!”, eu sei que nas Beiras há aldeias, como um pouco por todo o país, bastante pitorescas e interessantes com cantos e recantos que nos deslumbram, “ah mas esta é especial!”, veremos então se é assim tão peculiar.

Chegados à porta de entrada da aldeia começo a perceber o que há ali de tão único.

Não são apenas as construções de pedra que dão personalidade à aldeia.

Entramos por uma pequena porta de estilo medieval, somos recebidos por ruelas estreitas, perfeitamente cuidadas e arrumadas como se de uma sala se tratasse. É primavera e há flores a adornar as fachadas das casas, formando um quadro onde nos queremos perder. À semelhança de muitas das aldeias destas Beiras, a tranquilidade impera e são poucos os habitantes que acolhem quem visita estas terras. Algumas pessoas de mais idade abeiram-se à porta das suas casas e levantam a mão a quem por aqui passa, com um sorriso humilde e sincero de quem agradece a visita e se orgulha da sua aldeia. E podem encher-se de vaidade.

Castelo Rodrigo, no alto da sua colina, vigia as terras lusas e é, verdadeiramente bonita.

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Caminhamos pelas ruas estreitas e poderíamos jurar estar a passear por um pequeno jardim.

Com cantos e recantos a cada esquina e muitos fantasmas a acompanhar os nossos passos, como só aldeias iguais a esta, com tamanha riqueza histórica podem ter. Por cá passaram reis, soldados e peregrinos. Heróis e traidores. Religiosos e donzelas. Contos e lendas, estórias da história que fazem estas gentes e povoam de misticismo as ruas, as casas e as pedras da aldeia de Castelo Rodrigo.

Caminhei tranquilamente pelas ruas de ocre luminoso. Observei as casas numa arquitetura delicadamente recuperada. Faz parte das Aldeias Históricas, e é um deslumbre. Subimos as ruas e vimos a igreja matriz, lá perto as ruínas de um palácio mandado construir por Cristóvão de Moura, que se dava bem com os Felipes do outro lado da fronteira e que findo o domínio espanhol também se findou o palácio às mãos do povo cujo coração, apesar de alguns tropeções no passado, já se tinha rendido à alma lusitana. Restam as ruínas desse edifício que enchem de um fantasmagórico fascínio esta parte da aldeia.

São belas estas ruínas e criam um ambiente único, quase teatral, que atrai os visitantes e os faz sonhar.

Há muito para ver nesta pequena aldeia amuralhada, parte do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda. A miscelânea de estilos na construção dos seus edifícios, uns manuelinos, outros árabes, pincelados de estilo romano, marcas de quem por aqui passou, se instalou e seguiu pelas páginas da história que forjou a nação e que marcou as terras e as gentes da região da fronteira. Para ver, apreciar e incluir em sonhos, a igreja-matriz do séc. XIII e Igreja e Convento de Santa Maria de Aguiar e ainda o Poço-Cisterna.

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O dia passa rápido e ao anoitecer, quando o sol se aproxima do ocaso, a luz dourada dos seus raios ilumina de ouro a aldeia que resplandece como uma arca do tesouro.

A luz é uma presença constante na aldeia, e mesmo na hora do lusco-fusco ela nos presentei com uma Castelo Rodrigo nova, envolta de mistério. Nos pontos mais altos da aldeia temos vista até ao fim do mundo e o pôr do sol é um espetáculo oferecido pelos deuses.

 

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“Então o que te parece a aldeia? Tinha ou não tinha razão?”

Sei que estes povoados foram edificados no topo das colinas como estratégia de defesa, já que do alto se conseguiam mirar os inimigos, mas gosto de pensar que quem o fez, fê-lo porque no final do dia, quando o sol beija as montanhas ao longe, o tempo para apenas para nós que temos o privilégio de estar aqui, no alto deste pedaço de terra pintado de ouro.

Fotografia: www.aldeiashistoricasdeportugal.com

37 replies
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    Understanding COSC Accreditation and Its Importance in Watchmaking
    COSC Validation and its Strict Criteria
    COSC, or the Official Swiss Chronometer Testing Agency, is the official Switzerland testing agency that verifies the precision and precision of wristwatches. COSC validation is a sign of excellent craftsmanship and reliability in chronometry. Not all watch brands pursue COSC certification, such as Hublot, which instead follows to its proprietary demanding standards with movements like the UNICO calibre, achieving equivalent precision.

    The Science of Precision Chronometry
    The core mechanism of a mechanical timepiece involves the spring, which delivers power as it unwinds. This mechanism, however, can be prone to external factors that may impact its accuracy. COSC-validated mechanisms undergo demanding testing—over 15 days in various conditions (five positions, three temperatures)—to ensure their resilience and dependability. The tests assess:

    Typical daily rate accuracy between -4 and +6 seconds.
    Mean variation, highest variation levels, and effects of thermal changes.
    Why COSC Certification Is Important
    For timepiece aficionados and connoisseurs, a COSC-validated watch isn’t just a piece of technology but a testament to lasting quality and accuracy. It symbolizes a timepiece that:

    Offers exceptional dependability and precision.
    Offers guarantee of superiority across the entire construction of the watch.
    Is probable to retain its worth better, making it a wise investment.
    Famous Timepiece Brands
    Several famous manufacturers prioritize COSC validation for their timepieces, including Rolex, Omega, Breitling, and Longines, among others. Longines, for instance, offers collections like the Archive and Soul, which showcase COSC-accredited movements equipped with advanced substances like silicon balance suspensions to boost resilience and performance.

    Historical Context and the Evolution of Timepieces
    The idea of the chronometer dates back to the requirement for precise timekeeping for navigation at sea, highlighted by John Harrison’s work in the 18th cent. Since the official foundation of COSC in 1973, the accreditation has become a benchmark for assessing the precision of luxury timepieces, sustaining a legacy of superiority in horology.

    Conclusion
    Owning a COSC-certified watch is more than an visual selection; it’s a commitment to excellence and accuracy. For those valuing precision above all, the COSC accreditation offers peace of mind, ensuring that each accredited watch will perform dependably under various conditions. Whether for individual satisfaction or as an investment decision, COSC-certified timepieces distinguish themselves in the world of watchmaking, maintaining on a tradition of meticulous timekeeping.

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