A Grande Rota

Já por aqui falámos de algumas das Aldeias Históricas de Portugal. São 12 pérolas carregadas de história que enchem as gentes de cá de orgulho e quem as visita de deslumbramento.

Já por cá falámos de algumas rotas e percursos que os desportistas amantes da natureza podem fazer, mas há uma, a mãe de todas elas e que é obrigatória, nem que seja pelo menos por uma vez na vida, a Grande Rota 22 – Rota das Aldeias Históricas.

É longo o percurso, circular, com cerca de 565 km que unem todas as Aldeias Históricas que se espalham pelos Distritos da Guarda, Castelo Branco e Coimbra.

Para os mais resistentes há o desafio a pedal que propõe sete dias para pedalar este percurso que conta com cerca de 16 000 metros de desnível (qualquer coisa como subir à Torre na Serra mais de oito vezes), num percurso diário de cerca de 97 km no primeiro dia e 68km no penúltimo.

Para aqueles que preferem correr, o tempo previsto de conclusão da rota é de 12 dias. Este é um percurso pensado para ir de encontro com as necessidades de quem decidir partir à aventura, com a garantia que terão locais onde podem comer e pernoitar.

Cada etapa começa e termina numa Aldeia História, são elas, no distrito de Castelo Branco, Castelo Novo, Monsanto, Idanha-a-Velha e a Vila de Belmonte, no Distrito de Coimbra encontramos o Piódão e no Distrito da Guarda as aldeias de Sortelha, Castelo Mendo, Castelo Rodrigo, Marialva, Linhares da Beira, a vila de Almeida e a cidade de Trancoso. Locais de enorme beleza e cheios de histórias.

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Para os que não conseguem fazer todo o percurso a Rota foi dividida em duas partes, o Loop Norte que abrange 8 aldeias num percurso de 328km com o acumulado de desnível de 6580 metros que pode ser feito entre 4 a 6 dias a pedalar, 8 dias a correr e 14 dias a andar e o Loop Sul com cerca de 337 km num acumulado de 10085 metros passando por 7 aldeias num período recomendado que pode variar entre os cinco e os sete dias de bicicleta, oito a correr e 14 a caminhar.

Quem por aqui passar irá percorrer caminhos que se estendem pelas serras da Estrela, Gardunha, Malcata e Açor e respetivas reservas e parque naturais, passando ainda pela região classificada do Douro Internacional e à Área Protegida da Faia Brava, junto ao rio Côa.

São 13 as Etapas deste percurso, a primeira liga Sortelha a Castelo Mendo, com 78,54 km, a segunda etapa, mais curta, liga Castelo Mendo à Vila de Almeida num percurso com 18,95 km, a terceira etapa desta Rota liga Almeida a Castelo Rodrigo em 35,65 km, segue-se a quarta etapa que nos leva de Castelo Rodrigo a Marialva nuns belíssimos 36,24 km, a quinta etapa liga esta última aldeia à cidade de Trancoso num percurso com 29,31 km de extensão, de Trancoso avançamos para a sexta etapa que nos leva à medieval Linhares da Beira em cerca de 42 km, a próxima etapa segue rumo à aldeia de Piódão nuns longos 79,21 km, prenúncio de um caminho mais longo que unirá esta aldeia de xisto a Castelo Novo nos seus 87,16km na oitava etapa, a seguinte liga Castelo Novo a Idanha-a-Velha em cerca de 44 km de extensão, a décima etapa une Idanha-a-Velha a Monsanto num percurso com 19,45 km, segue-se a décima primeira etapa desta rota que une Monsanto à histórica Sortelha em 74,42 km de paisagem de cortar a respiração, a próxima etapa leva-nos de Sortelha a Belmonte em 17,90 km, a décima terceira etapa propõe a variante Belmonte – penhas Douradas e tem cerca de 42 km.

Pode conhecer melhor esta Rota no site das Aldeias Históricas de Portugal. A HeartBeat recomenda vivamente este Rota não apenas pelo desafio físico que a mesma representa mas pela beleza que a reveste. É uma forma única de conhecer a região, as suas gentes, cultura e tradições. Uma oportunidade única de se envolver com a natureza e de se descobrir a si mesmo.

 

Fonte: Aldeias Históricas de Portugal e Pedais.pt

 

Recortes da Alma Lusitana

Viajar é muito mais que conduzir. Na nossa região a viagem reveste-se de paisagens onde, por vezes, conduzir passa para um segundo plano e a envolvente assume o papel principal.

III – Portugal é mesmo Profundo

Que estrada?- N229-1 Penedono – Trancoso

Porquê?- Passeio pelo Portugal Autêntico.

 

A globalização apresta-se a condenar, em grande parte, um certo modo de viver europeu, rural, pacato, cultural e economicamente rico. Mesmo com a Revolução Industrial, a Europa manteve o seu charme campestre, a sua vida de pequenas comunidades lado a lado com as grandes cidades imperialistas e verdadeiras capitais do mundo. Neste espaço bucólico, convencionou-se, reside a verdadeira alma das nações, das civilizações. O mundo rural é o berço onde nascem os grandes impérios. Afinal de contas quem é que produzia a comida para os reis?

 

“O “Portugal Profundo” é uma outra maneira de dizer o Interior, onde está o verdadeiro sentimento português, aquele que tem a sua essência intacta face à corrupção urbana.”

 

Entre nós, chama-se a esta realidade o “Portugal Profundo” em Inglaterra por exemplo é apelidada de “Little England”. O “Portugal Profundo” é uma outra maneira de dizer o Interior, onde está o verdadeiro sentimento português, aquele que tem a sua essência intacta face à corrupção urbana. É no Portugal Profundo que nós somos realmente portugueses e de onde, de uma forma ou de outra, a esmagadora maioria de nós veio. Origens por vezes dissimuladas uma vez que este Portugal é também conotado com uma certa ignorância, atraso civilizacional e económico. Um erro.

 

“Viajar pelo meio rural é uma experiência quem nem sempre se sabe aproveitar.”

 

 

Viajar pelo meio rural é uma experiência quem nem sempre se sabe aproveitar. Vivemos numa sociedade em que se desvalorizam os locais “onde não se passa nada”. E como sabemos, nas nossas pequenas vilas e aldeias, frequentemente é esse o caso. Mas ali vive um conjunto de pessoas fascinante, num caminhar mais lento e olhos calmos pela luz da manhã. E um silêncio que vale a pena respirar.

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A estrada N229-1 entre as históricas e medievais localidades de Penedono e Trancoso é para saborear devagar. Ao longo de cerca de 15 km, percorremos uma casa da qual todos conhecemos os cantos. A paisagem é moldada pela agricultura e floresta: forragens, frutos secos, maçã, cereais de sequeiro, milho, hortícolas, pastorícia.

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Este é o Portugal Profundo das pequenas aldeias cujo café está virado para a estrada, das festas de verão com emigrantes e música popular. O Portugal dos jogos de futebol em campos pelados e do sabor a alheira com pão caseiro, comida enquanto se faz uma pausa na apanha da azeitona lá para dezembro ou janeiro. É o Portugal católico das Famel de barulho irritante, dos madeiros de Natal e dos napperons rendados na mesinha de cabeceira. Nem falta um pedaço de floresta queimada para nos lembrar as feridas do calor. Mas, ao mesmo tempo, um Portugal que se liga bem à modernidade da Internet, da Tv Cabo , dos Smartphones ou do Turismo Rural.

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O carro baila, elegantemente, entre lombas, descidas e subidas, numa estrada com piso de qualidade e trânsito limitado. Mas atenção ao tratores e animais! O bom do caminho, além do percurso seguro, está ao lado: sentimos que o mundo devia ser mais assim, calmo, organizado e previsível. São estas as nossas raízes com todos os defeitos e virtudes. Confesso que olho pouco para a estrada enquanto conduzo. Prefiro pensar que faço parte de uma pintura daquilo que é Portugal na sua essência e que faz qualquer emigrante soltar uma lágrima de saudade enquanto espera o Metro em Londres, ou chega a casa depois de um dia de trabalho vazio mas extenuante no Dubai. Portugal é mesmo Profundo.

Conheça outras viagens:

https://heartbeat.pt/para-o-diabo-com-o-medo/

https://heartbeat.pt/deus-escreve-certo-por-estradas-tortas/

 

Handerson Aguiar Engracio

Para o Diabo com o medo nestas estradas!

Handerson Aguiar Engracio continua a explorar as estradas da Serra da Estrela. Hoje leva-nos numa viagem pela Nacional 338, um percurso de cortar a respiração! Apertemos os cintos!

 

II- Subir ou descer do céu?

 

Que Estrada? Nacional 338 – Lagoa Comprida- Loriga

Porquê – Condução Desportiva.

 

Entre a Lagoa Comprida, na Serra da Estrela, e a agradável aldeia de Loriga foi aberto recentemente um troço da N338 que vale a pena conhecer. A estrada é larga, tem uma visibilidade fantástica, pouco trânsito e um conjunto de curvas muito apetecíveis.

Começo no topo, perto da Lagoa Comprida o meu percurso. Primeira tarefa, olhar os sinais: 8, 10, 14% de descida. “trave com o motor”, escapatórias a cada poucos km.

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Que não haja dúvidas, a descida é perigosa. Mas o perigo transforma o nosso corpo, os reflexos, a agressividade. Não que seja um condutor hostil por natureza mas, mesmo os mais calmos, vão cerrar os dentes e carregar um pouco mais no acelerador. E o que faz desta estrada tão empolgante? É um percurso de cerca de 12 quilómetros estendido pela montanha, uma estrada ampla e sobretudo com um conjunto de curvas em apoio que se fazem a uma velocidade elevada.

Atenção!

É muito fácil ultrapassar os limites de velocidade e, como referi, trata-se de um caminho que importa respeitar dada a natureza da morfologia. ….Ah para o diabo com o medo!

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“Mais do que descrever ou ver, tudo se sente com o corpo, na ondulação da coluna e no friozinho da barriga sempre que é preciso negociar 3 curvas rápidas a poucos centímetros da ravina.”

É um regalo posicionar o carro à entrada de cada curva e, mal se começa a negociar, pé direito no fundo. Mais do que descrever ou ver, tudo se sente com o corpo, na ondulação da coluna e no friozinho da barriga sempre que é preciso negociar 3 curvas rápidas a poucos centímetros da ravina. Sim podem e devem cortar-se as viragens desde que em segurança. Algumas delas, em gancho alargado são perfeitas para sentir o carro a escorregar e os 4 pneus a pedir misericórdia.

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O meu carro, um banalíssimo Citroen C4, proporciona enorme satisfação nesta estada, mas um leitor afortunado que disponha de um veículo mais desportivo terá uns minutos em cheio tanto a descer como a subir. É que a paisagem com os vales em volta da Serra é deslumbrante e a estrada é tão íngreme que, dadas as circunstâncias, parecemos estar a descer, ou a subir para o céu.

 

Handerson Aguiar Engracio

Deus escreve certo por estradas tortas

Para muitos conduzir é uma obrigação. Algo que tem de ser feito para que possamos ir do ponto A ao ponto B. Para outros conduzir é um prazer.

Uma fonte de adrenalina onde máquina e homem são apenas um e a estrada é o seu mundo, um universo só deles de onde retiram uma experiência única e viciante. Para estas pessoas conduzir também é ir do ponto A ao B, mas pulando para o D, atravessando o P, recuando ao L e zigzagueando pelo w. As estradas são palcos perfeitos emoldurados por paisagens que complementam as sensações.

Conduzir na região é uma experiência única e quem conhece os caminhos volta, muitas vezes, só pelo prazer de por eles voltar a conduzir.

Abrimos hoje uma rubrica na HeartBeat: As melhores estradas para fazer o gosto às rodas e ao volante na região, escritas por quem adora conduzir.

 

I – O carrocel

Que estrada? N 232 – Manteigas – Gouveia.

Porquê? – Condução desportiva

 

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Na vida é frequente enveredarmos por caminhos errados. E no final aprendemos por vezes que esse era o caminho certo. Pronto, depois da apreciação New Age digna de figurar naqueles quadros com um céu nublado que aparecem no Facebook, vamos à história. Fui obrigado, enquanto me dirigia à Torre, na Serra da Estrela, a escolher uma estrada que não previa. A bela estrada entre Manteigas e a Torre pelo Vale Glaciar estava em obras sendo que a alternativa seria a N232 por Gouveia.

Lá fui, contrariado.

“O dia estava chuvoso. As nuvens passeavam pelo meio da montanha e a subida que se avizinhava parecia aborrecida. Mas afinal aquele era o caminho certo.”

 

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As primeiras curvas daquela serpente de alcatrão revelaram-se logo uma surpresa. São sinuosas, encadeadas e, com o piso molhado, alegremente escorregadias.

“Wow, o que é isto? Como é que eu nunca guiei aqui?”

Começo a subir a montanha mais depressa mas como a estrada é estreita e muito lenta não se chegam a infringir as regras. Não é preciso, para tirar prazer da condução.

 

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O carro torce-se a cada curva, é preciso cortar o centro mas, outra constatação agradável, a visibilidade é excelente e consegue-se ver o trânsito em sentido contrário ao longe. Um trânsito diminuto, diga-se. Festa de sensações dentro do carro, parece que estamos numa especial de rally, numa sucessão de viragens fechadas em que bater no vértice da curva é imperioso para não se perder a frente do carro. E quando acontece, um toque ao travão de mão e a traseira corrige. Como fazem os grandes.

“Uns quilómetros à frente esta maravilha acaba. Respiro fundo, e penso “Aqui está uma classificativa que não conheces, Sebastien Loeb”.”

A ajudar, a paisagem é deslumbrante com arvoredo de grande porte a criar a pintura perfeita. Mais curvas, há um hotel e umas barracas de vendas de produtos da Serra.Lamento, não há tempo, quero devorar esta estrada. Passo por entre as nuvens, mas não abrando, é demasiada adrenalina. Uns quilómetros à frente esta maravilha acaba. Respiro fundo, e penso “Aqui está uma classificativa que não conheces, Sebastien Loeb”.

Deus escreve direito por estradas tortas.

Handerson Aguiar Engracio

Aqui está um BTT que não é para todos!

Sabemos que a prática desportiva em montanha é desafiadora.

A região da Serra da Estrela é ótima para os praticantes de desporto, seja ele corrida, parapente ou BTT e os percursos são aliciantes, exemplo disso é a Invernal BTT – Cidade da Guarda que vê, este ano, a sua 12ª edição decorrer no último domingo de novembro.

E questionam-se vocês: mas porque se chama invernal se ocorre em pleno outono? Não se preocupem com pormenores, na Guarda o outono parece inverno, por isso a experiência pode ser sentida no outono, até porque, como se diz pela cidade mais alta, “aqui só há 3 estações: o inverno, o verão e a estação de caminhos de ferro”! E em 11 edições os participantes já tiveram a oportunidade de competir debaixo de chuva, com frio, neve e até sol.

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A Invernal de BTT – Cidade da Guarda é uma organização conjunta entre o Clube de Montanhismo da Guarda e a Câmara Municipal, contando, este ano, com o apadrinhamento de um jovem atleta da cidade, David Rodrigues, da equipa Rádio Popular – Boavista, tendo já vencido esta competição ainda em tenra idade.

A prova é aberta a participantes de ambos os sexos que devem assumir a responsabilidade da sua participação em termos físicos e de saúde.

A prova está aberta a menores de idade que se devem fazer acompanhar de um Termo de Responsabilidade devidamente preenchido e assinado pelo Encarregado de Educação.

As inscrições estão limitadas a 400 participantes e podem ser feitas através do site do Clube de Montanhismo e na loja Garbike na Guarda, até dia 22 de novembro.

A prova arranca no Estádio Municipal da Guarda, pelas 9h00 do dia 29 de novembro e estão disponíveis dois percursos, um para meia-maratona com cerca de 40km e outro para a maratona e que tem cerca de 70km.

A Invernal de BTT – Cidade da Guarda, disputa-se em sistema de “Open Road”, ou seja, decorre em caminhos rurais, trilhos e estradas secundarias, sendo obrigatório que os participantes cumpram as regras do código de estrada.

A prova está marcada com placas e fitas sinalizadoras e existirão diversos postos de controlo ao longo do percurso, sem que os atletas saibam onde estão. Assim sendo, só serão classificados os atletas que passem por todos os controlos, incluindo o da partida.

Para aqueles que acompanham os atletas e não pratiquem BTT mas que até apreciam a prática desportiva, existirá uma caminhada.

Esta é considerada a maratona mais fria do país, uma prova que testa alguns limites e que, por isso, é tão aliciante. Há vários fatores que contribuem para que esta seja uma prova só para os mais resistentes, seja pelo frio, as condições atmosféricas que, normalmente, são imprevisíveis, seja pela possibilidade de existência de neve, gelo ou nevoeiro, ou pelo percurso em montanha bastante desafiador, ou ainda, por se tratar de uma prova em altitude, pela exigência física da mesma.

É pelas suas características que esta é uma das provas mais conhecidas a nível nacional para os amantes deste desporto. Atreve-se?

Qual o seu trail para este ano?

Cansados. Doridos. Mas não podemos desistir. As pernas sentem cada impacto dos pés já dormentes no chão. Mas já falta pouco. Eu vou conseguir.

Há corrida e depois há os trails e os ultra trails e ainda os (insanos) trail ultra endurance.

E há quem os encare como um vício, uma droga de adrenalina que os invade, e mesmo que jurem a pés juntos que não voltam a outra competição, assim que vêm as datas de outra prova, calçam as sapatilhas e vão treinar, porque “é desta que consigo passar o meu record”!

Os amantes deste tipo de desporto que nos leva ao limite já podem começar a preparar os treinos para as competições do ano que vem, algumas das mais difíceis a nível nacional passam-se na região do interior.

A contar para o nacional de “Trail”, na região, os desportistas podem marcar na agenda a data de 16 de julho para participarem no Trail das Poldras em Vouzela, numa prova de 36km.

Para aqueles que querem participar no nacional de Trail Ultra, podem preparar-se para as provas que vão decorrer na região já a 30 de janeiro com o Ultra Trilhos dos Abrutres, uma prova com cerca de 50km , em Miranda do Corvo.

A 2 de abril tem lugar o Inatel Piodão Trail Running em Piodão, uma prova com 50km.

Depois há aquelas provas que põem à prova os limites dos mais resistentes, o Nacional de Trail Ultra Endurance, com destaque para as provas da região, como a Estrela Grande Trail de Manteigas, uma prova com 90km que decorre a 20 de maio.

O titulo de campeão nacional de Trail Ultra Endurance de 2016 será atribuído no Ultra Trail Aldeias do Xisto, uma prova com 112 km, que decorre a 15 de outubro na Lousã.

O Trail Running é uma corrida pedestre em Natureza, com o mínimo de percurso pavimentado, em vários ambientes como a serra, montanha, alta montanha, planície, etc e terrenos como trilhos, estradão, caminhos florestas, em semi ou autossuficiência, a realizar de dia ou durante a noite, em percurso devidamente balizado e marcado e em respeito pela ética desportiva, lealdade, solidariedade e pelo meio ambiente.

Atreva-se!

Belmonte invadida pelo brilho!

Este ano celebra-se o Ano Internacional da Luz com várias iniciativas a decorrerem um pouco por toda a parte com a temática da Luz como pano de fundo.

Em Belmonte quer-se celebrar o Ano Internacional da Luz em grande e para isso está a ser preparada a maior festa Glow da região, numa organização conjunta entre o Município, Empresa Municipal de Belmonte e Agência DABOA.

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Não se trata de uma festa Glow normal, neste evento quer aliar-se o desporto, música e muita animação a esse conceito da Luz e transformar o Pavilhão Multiusos de Belmonte num local onde a animação reinará!

Haja energia para esta Festa que começa com uma aula de Zumba que servirá de aquecimento para a caminhada de 5km cheia de cor e alegria e muitas surpresas. A Grande Festa que se prolongará noite dentro contará com a atuação de Virgílio Faleiro, Dj Skyfly e a dupla feminina Garotas de Ipanema.

Belmonte Brilhante é a melhor combinação entre desporto, luz, música e muita animação! É possível correr, caminhar, saltar, dançar, sempre a seu próprio ritmo.

A Aventura do Desert Spirit está de volta!

Os amantes dos 4×4 podem bater palminhas de contentes, a aventura do Desert Spirit por terras do Reino de Marrocos está de volta!

Durante 10 dias, de 25 de março a 3 de abril, do próximo ano os aventureiros poderão conhecer as maravilhas que tornam este país tão apetecível na expedição do Desert Spirit!

Esta é uma expedição que promete proporcionar aventuras inesquecíveis e pondo à prova a camaradagem e o espírito de equipa, numa viagem turística onde a adrenalina não faltará.

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Marrocos é muito mais que deserto!O Desert Spirit sabe disso!

Possui uma tradição e cultura riquíssimas e está recheado de paisagens de cortar a respiração!

O programa deste ano, pensado para 10 dias, irá arrancar de Portugal rumo a Tetouan, num percurso de cerca de 800 km, onde se juntarão todos os participantes da expedição à caravana. Tetouan fica situada entre as montanhas e o mar e possui uma das mais completas e intocadas medinas de Marrocos.

No segundo dia da expedição os aventureiros viajarão até Midelt, num percurso com 450km que conta com paragens na cidade “Azul Turquesa” de Chefchouen, ideal para os amantes da fotografia, já que é uma cidade que surpreende pela sua arquitetura, artesanato e tradição marroquina.

Está ainda programada uma paragem em Volubilis, um conjunto de ruínas romanas que é, provavelmente, o sitio arqueológico melhor preservado do Norte de África.

Chegados a Midelt os participantes terão a oportunidade de apreciar paisagens deslumbrantes já que esta cidade se situa junto aos maciços montanhosos do Médio Atlas e do Alto Atlas Oriental.

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Não há tempo para descanso, Marrocos espera pelos visitantes e o terceiro dia conta com 270 km para percorrer, numa viagem que ligará Midelt a Merzouga, uma oportunidade fantástica para apreciar algumas das mais belas paisagens do Reino de Marrocos rumo ao deserto.

Merzouga é uma pequena aldeia Berbére no deserto do Sahara conhecida por se situar junto ao Erg Chebbi, o maior conjunto de dunas de Marrocos com cerca de 5km na sua extensão máxima e 22 km de comprimento e com dunas que chegam aos 150 metros de altura.

O quarto dia desta expedição será passado a explorar o Erg Chebbi, fazendo o gosto aos jipes, levando-os ao extremo e elevando a adrenalina ao máximo.

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No quinto dia os participantes sairão de Merzouga e partirão em direção a Zagora, no sul do país, onde terão a oportunidade de passar uma noite diferente, dormindo em Bivouacs, tendas marroquinas em pleno deserto onde poderão ver as estrelas como nunca as virão, numa experiência inesquecível.

O dia seguinte levará os participantes até Boumalne Dadès, uma localidade situada no vale do rio Dadès e que deslumbra os turistas pela sua arquitetura, com inúmeros casbás construídos em taipa envolta no verde luxuriante de um extenso palmeiral.

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Ao sétimo dia os participantes acordam em Boumalne Dadès e partem rumo a Ouazazarte, a Porta do Deserto, passando pela deslumbrante região do Vale das Rosas.

Ouazazarte é muito conhecida por ser um dos locais preferidos dos realizadores cinematográficos para a rodagem de filmes relacionados com o deserto, um cenário natural único que viu películas como “Laurence das Arábias” ou “Kingdom of Heaven” ganharem vida.

O dia seguinte será passado rumo a Marraquexe, com passagens por Aît-Ben-Haddou, uma cidade fortificada na antiga Rota das Caravanas entre o Sahara e Marraquexe constituída por um grupo de várias pequenas fortalezas, ou casbás, chegando a ter dez metros de altura cada uma!

A manhã do nono dia de viagem da expedição Desert Spirit será passada a conhecer a cidade de Marraquexe, a “Cidade Vermelha” e a mais importante cidade imperial. Este é um loval que implora ser explorado, com uma parte antiga cercada de muralhas com ruas pejadas de lojas e vendedores. Este é um importante centro económico e possui o maior mercado tradicional, muito vocacionado para o turismo.

À tarde os participantes viajarão rumo a Tanger numa jornada com cerca de 570 km.

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O último dia acordará em Tanger, uma cidade costeira com uma história muito rica e bastante vocacionada para o Turismo. Situa-se no norte de Marrocos na costa atlântica e na entrada ocidental do estreito de Gibraltar que une o Atlântico ao Mediterrâneo e que liga Marrocos a Espanha.

É esta a nossa porta de saída de África rumo a terras lusas.

 

A vertente solidária

Esta expedição, à semelhança de edições anteriores, tem como objetivo potenciar o sentido da camaradagem e espírito de equipa, proporcionando uma aventura inesquecível.

No entanto, apesar do seu carácter turístico e lúdico, esta é uma expedição com um sentido bastante solidário, onde os participantes teráo a oportunidade de deixar alguns bens, como vestuário e presentes, às populações mais carenciadas que vão encontrando ao longo do caminho.

Marrocos é um país de contrastes que abre os horizontes humanitários de quem o visita, e nesta expedição os participantes irão vivenciar e conhecer realidades muito diferentes das nossas. É uma espécie de contributo por parte da expedição às gentes que os acolhem.

A Desert Spirit 2016 tem um custo de 730€ por pessoa, valor que contempla toda a organização logística e assistência na expedição, assim como acompanhamento médico.

Estão inseridos no preço os custos de 8 noites em Hotel em quarto duplo e uma noite em Bivouac, além de 9 jantares em restaurante (bebidas não incluídas), pequenos almoços e a viagem em Ferry que liga Portugal a Marrocos.

Pode participar qualquer pessoa que tenha um jipe, e mesmo que não tenha, pode entrar em contacto com a organização e será encontrada uma solução.

Acompanhe todas as novidades desta aventura em www.facebook,com/desertspirit.

A Desert Spirit é dinamizada pela HeartBeat em conjunto com Tiago Saraiva e Paulo Dias da Guarda.

 

 

Na companhia do Zêzere

Nasce fresco e cheio de vida, numa cantoria singela, no alto da Serra da Estrela, junto ao Cântaro Magro o correndo por ela abaixo num frenesim juvenil esculpindo a paisagem à sua volta. Chama-se Zêzere e é rio.

Rio de histórias e segredos, rodeado de algumas das mais belas paisagens que este Portugal pode ter.

Desce da Serra num bailado tão seu, calcorreando vales e deixando as suas marcas por terras de Manteigas, Covilhã, Guarda, Fundão, Pampilhosa da Serra, Vila de Rei, Oleiros, Sertã, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Ferreira do Zêzere, Abrantes e desagua em Constância onde se junta às águas do Tejo rumo à imensidão do Atlântico salgado.

Com a importância do Rio Zêzere bem patente, as Aldeias do Xisto, uma rede constituída por 27 aldeias distribuídas pelo interior da Região Centro de Portugal, lança, oficialmente, nos próximos dias 26 e 27 de setembro, a GRZ – Grande Rota do Zêzere, numa iniciativa que junta vários atletas que irão percorrer na integra o traçado da GRZ, desde o seu local de nascimento na Serra da Estrela rumo à foz em Constância.

Falamos de atletas como o alpinista João Garcia, o atleta olímpico de BTT, David Rosa ou o canoísta Emanuel Silva que venceu a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres.

Estes atletas irão inaugurar esta rota em estafeta com o transporte do testemunho que contem água do Covão D’Ametade e dos vários pontos de passagem ao longo do rio, sendo, depois, guardado no final do trajeto celebrando, assim, o Dia Mundial do Turismo.

A cada passagem e enchimento do testemunho com um pouco mais de água do rio, cada um dos Municípios parceiros desta Grande Rota do Zêzere irá celebrar a inauguração dos troços da rota que passam nas suas terras. Esta estafeta está aberta a todos os que queiram juntar-se a estes atletas.

O percurso terá inicio no Covão D’Ametade às 8h30, seguindo por Vale de Amoreira, Valhelhas, Ponte de Alvares, Camping Tortosendo, Adleia do Xisto da Barroca no Fundão. Seguem rumo a Dornelas do Zêzere na Pampilhosa da Serra, seguindo para Janeiro de Cima e Janeiro de Baixo, Cambas, Abitureira, Sobral, Arrochela na Sertã, Sra. da Confiança, Ponte Filipina em Pedrógão Grande e descansa, neste primeiro dia de estafeta, em Bouçã – Foz de Alge em Figueiró dos Vinhos.

A etapa do dia 27 começa às 8h00 em Foz de Alge rumo a Dornes, Trízio, Zaboeira, Cabeça Gorda em Vila de Rei, Macieira, Penedo Furado, Fontes em Abrantes, Cabeça Gorda também em Abrantes e termina em Constância numa chegada conjunta Trail Running, BTT, Pedestre e Canoa.

Esta estafeta será feita em várias modalidades, Trail Running, BTT, Pedestre e em Canoa, num programa que pode consultar no site da Aldeias de Xisto. Trata-se de uma Rota Multimodal com 370 km de extensão por 13 concelhos, podendo ser feita a pé, de bicicleta ou de canoa, de forma contínua e encadeada, por troços ou circuitos multimodais, recorrendo a mais do que uma disciplina.

Existem 13 Estações Intermodais instaladas em locais próximos do rio e trata-se de estruturas multifuncionais de apoio que permitem aos utilizadores alternarem o modo de locomoção ao longo do itinerário sem que, para isso, tenham de sair do percurso para trocar o equipamento utilizado.

Nesta Rota foram desenvolvidos vários conceitos capazes de transportar este itinerário para um patamar superior aos que já existem no país e mesmo além fronteiras, sendo as Estações Intermodais um deles, mas há mais, como a existência de percursos complementares, sejam eles circulares como é o caso das Pequenas Rotas, em torno de pontos onde a GRZ passa, quer derivações a partir do itinerário principal que levam os utilizadores a áreas de interesse turístico.

Esta Grande Rota do Zêzere está aberta ao longo de todo o ano e pode ser utilizada por qualquer pessoa que terá a oportunidade de apreciar a beleza natural que envolve o rio Zêzere, seja a sua fauna ou flora, seja pelas atrações turísticas como barragens ou aldeias. Atreva-se a explorar este pequeno mundo!

 

 

Pelos caminhos entre Castelos

Tenho a cabeça a entrar em modo outono e mal posso esperar que chegue esta estação.

Não me julguem mal, tal como a maioria dos portugueses, eu até que gosto da primavera, posso ser, sim, condenada por não gostar do verão mas, como já diz a sabedoria popular, “gostos não se discutem”.

Porque é que gosto do outono? Porque a paisagem se enche de cores maravilhosas! As diferentes tonalidades ocres da paisagem pintam tudo demonstrando como a natureza é caprichosa. Adoro aqueles dias em que se começa a sentir frio e a sensação de conforto que um casaco de malha proporciona é maravilhosa. E a comida? Os frutos do outono são uma ode à gastronomia!

Mas, confesso, o que mais me impressiona não é o voltar a sentir o cheiro e o calor da lareira. O que mais me deixa extasiada são as mil cores do outono. As folhas e os seus tons quentes em contradição com o vento que carrega ares mais frescos. O bailado das aves. As tonalidades do entardecer. A palidez da lua da manhã e as primeiras névoas. É o preparar da natureza para o longo descanso que a espera nos meses gelados do inverno.

Esta é, a par da primavera, uma das melhores alturas para se passear pela Serra. Caminhadas mais temperadas que nos permitem contemplar a transformação que se desenrola aos nossos olhos. N

a primavera temos a oportunidade de assistir ao acordar da montanha. Ao chilrear dos pássaros cheios de energia. O desabrochar das flores. Os tons frescos e vivos que anunciam o tempo mais vivaço!

Por outro lado, o outono, dá-nos a oportunidade de apreciar a preparação da montanha para o descanso, numa beleza madura, tranquila e serena.

Sugiro, para o próximo mês de outubro, uma caminhada entre Castelos Medievais, os de Trancoso e de Linhares.

Duas localidades cheias de história e paisagens deslumbrantes. Seguimos esta etapa da Grande Rota, com cerca de 43 km, num tempo estimado de 10h15, mas não se assustem, são muitas horas mas o percurso é de dificuldade baixa.

Saímos de Trancoso pelo lado sul entrando em terra batida e descendo em direção a Miguel Choco onde seguimos por Vendo do Cepo, entrando no vale da ribeira de Muxagata.

trancoso castelo

Os planaltos junto de Trancoso estão cheios de elevações que, ora são rochosas, ora estão cobertas de pinhal, onde podemos apreciar os campos fechados por sebes arbóreas, constituídas, essencialmente, por carvalho negral.

O Vale da Muxagata é rico em paisagens agrícolas, sendo ladeado por amieiros.

Dos pinhais e giestais sobranceiros podemos ouvir o piar de gralhas-pretas e do peto-verde.

Ao longo dos caminhos e dos lameiros surgem sebes vivas na forma de pilriteiro ou até trovisco-fêmea.

Ao pé da ribeiro podemos encontrar pintarroxos, pintassilgos, cartaxos, rolas, melros pretos e outras espécies que nos encherão o passeio de música.

Ao longo deste vale passamos pela Aldeia Nova e por Muxagata, acompanhando a ribeira até a mesma desaguar no rio Mondego.

No cimo do vale, quando já nos aproximamos de ambientes mais serranos, podemos ter a sorte de observar a águia-de-asa-redonda ou o picanço real. Aqui cruzamos a linha do comboio e a autoestrada, pela passagem inferior seguindo o rio Mondego para jusante atravessando-o num açude para de seguida subirmos a encosta que nos levará até a EN16. Cruzando esta estrada seguimos em direção a sul, cruzando as localidades de Mesquitela, Carrapichana e Figueiró da Serra em direção a Linhares da Beira, cujo Castelo já nos acompanha, ao longe, no alto da sua colina, sobranceiro e majestoso, pela calçada Romana.

Nesta região encontramos alguns dos campos agrícolas mais antigos da Serra da Estrela.

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Chegados a Linhares sugiro que subam ao Castelo. Descansem, respirem fundo e sintam-se parte dessa natureza sem fim que se estende aos vossos pés. É uma tela viva e em constante mutação, de cores quentes que nos fazem sentir acolhidos. Se começarmos a nossa aventura pela manhã cedo, conseguimos chegar a este local a tempo de ver o sol pôr-se. Aprecie o ocaso que no outono se revela mais esplendoroso por estas bandas!

 

Fontes: Aldeias Históricas de Portugal