As Aldeias do Xisto do Zêzere

Continuamos a nossa viagem pelas Aldeias do Xisto, um conjunto de 27 lugares onde o xisto transforma as casas e torna estes espaços sítios deslumbrantes que nos levam ao Portugal mais genuíno e belo.

Já passeamos pelas Aldeias do Xisto do Grupo da Serra da Lousã e pelas que fazem o Grupo da Serra do Açor. Hoje vamos até à região do Zêzere. Só a aldeia de Mosteiro não se encontra nas margens do Zêzere, mas sim na margem da Ribeira de Pera, quando esta está próxima de ser afluente do Zêzere. E, de todas, apenas Mosteiro não é sede de freguesia.

O material de construção dominante é o xisto, excepto em Pedrógão Pequeno. Em três destas aldeias, Barroca, Janeiro de Baixo e Janeiro de Cima, calhaus rolados de cores claras oriundos do leito do Zêzere juntam-se ao xisto escuro como material de construção de muros e fachadas.

Vamos então conhecê-las:

 

Álvaro

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Aqui a fé respira-se e sente-se, sendo uma aldeia que pertenceu em tempos idos à Ordem de Malta.

A aldeia de Álvaro estende-se ao longo do viso de uma encosta junto ao rio Zêzere, parecendo, lá do alto das paisagens que a envolvem, uma alva muralha que guarda a passagem do rio. Esta é mais uma das aldeias brancas do Xisto, o que quer dizer que grande parte das construções esconde o xisto por baixo de um manto branco de reboque.

Rica em património religioso, a aldeia foi outrora uma importante povoação para as ordens religiosas, nomeadamente a Ordem de Malta, que deixou inúmeros testemunhos da sua presença. A Igreja da Misericórdia exige uma visita, mas para conhecer bem esta Aldeia há que fazer o circuito das Capelas. Nelas encontrará manifestações importantíssimas de arte sacra, desde pinturas a artefactos singulares, como por exemplo uma imagem do Senhor dos Passos, um Sacrário Renascentista ou ainda um Cristo morto com as Santas Mulheres e S. João Evangelista.

 

Barroca

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A Casa Grande, antigo solar do Séc. XVIII onde hoje funciona o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto, acolhe-nos e lança-nos à descoberta da Aldeia da Barroca.

Aqui continua a respirar-se um ambiente rural, pautado pelos seus ciclos agrícolas. A paisagem circundante é enquadrada pelo pinhal e pelas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião, que já pertenceram às Minas da Panasqueira. A parte mais antiga da Barroca está implantada ao longo de um pequeno morro, ladeado por duas linhas de água profundamente cavadas, formando um conjunto perpendicular ao curso do Zêzere, com o qual confina.

No caminho que nos leva à beira do Zêzere descobrem-se antigos moinhos que laboravam com a força do rio. O espelho de água e a paisagem impõem um momento de pausa, antes de se atravessar a ponte pedonal para a outra margem e descobrir as gravuras rupestres que os nossos antepassados ali deixaram gravadas na rocha há milhares de anos. A Casa Grande também alberga um Centro de Interpretação deste património e desafia-nos a percorrer a Rota da Arte Rupestre do Pinhal Interior.

 

 Janeiro de Baixo

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A aldeia dos cinco parques onde irá passar uns dias de ócio de qualidade!

Um moinho escavado na rocha saúda a sua chegada. Ali à frente podemos desfrutá-lo no parque de campismo ou na praia fluvial com o seu extenso areal. O núcleo central da aldeia, sua igreja e capelas, sentem a envolvência do rio e tranquilizam-no com mais murmúrios de xisto que ele voltará a receber em Álvaro e em Pedrógão Pequeno. São as cumplicidades do Zêzere com as Aldeias do Xisto.

Dentro da aldeia há todo um conjunto de pontos de interesse que nos prendem, desde o património religioso e arquitectónico, passando pelas recentes infraestruturas para acolher os visitantes, até à curiosa memória do “Tronco”, lugar onde antigamente se ferravam os animais. Ali próximo está ainda a Barragem de Sta. Luzia.

 

Janeiro de Cima

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À beira do Zêzere grita-se “Ó da barca!” para fazer a travessia do rio.

Em Janeiro de Cima era assim que antigamente se uniam as gentes e o comércio das duas margens. Hoje é ainda possível fazê-lo num passeio rio acima. No núcleo antigo da aldeia, caminha-se sem pressas pelo emaranhado de ruas sinuosas em que as casas se encostam umas às outras revelando as suas características fachadas em xisto, ponteadas por seixos redondos e brancos. É por aqui que se escondem segredos como a Casa das Tecedeiras, que reinventam tradições e nos fazem viajar no tempo.

 

Mosteiro

mosteiro

Aqui a água assume contorno de grande importância no desenvolvimento passado da aldeia, hoje é um dos maiores atrativos de lazer, principalmente no verão.

Mosteiro é uma pequena localidade de cariz rural. Aqui a água e a agricultura são elementos fundamentais que condicionaram positivamente o seu desenvolvimento, possuindo o maior regadio do concelho de Pedrógão Grande. A Aldeia do Mosteiro desenvolveu-se na margem direita da ribeira de Pêra. Os terrenos férteis situados perto do leito da ribeira, promoveram a criação de hortas e moinhos que sustentavam a população da aldeia que vivia da agricultura de subsistência. Por isso mesmo, visita obrigatória são os moinhos, as levadas, os lagares e regadios que serviram como infraestruturas base durante séculos para a sustentação desta aldeia, e que agora servem de polos de atração turística.

 

Pedrógão Pequeno

pedrogao

Esta é a jóia da Beira Baixa.

Uma aldeia branca, em granito no mar de xisto castanho que a envolve. Antiga Vila, junto à margem esquerda do Zêzere, à beira do IC8. Está a poucos quilómetros de Pedrógão Grande e da Barragem do Cabril. Do seu património destacam-se a Igreja Matriz e a Ponte Filipina sobre o Zêzere. Em terras do xisto há um Pedrógão – afloramento de granito – que deu pedra para cantarias de portas e janelas, embora o xisto seja o material de construção predominante.

Em Pedrógão Pequeno o xisto esconde-se sob rebocos alvos. Quando a banda filarmónica ali vem tocar, as ruas enchem-se e vem à memória a década de 50. Uma época em que chegaram à aldeia os trabalhadores que construíram a Barragem do Cabril. Para descobrir a vista do alto do Monte da Senhora da Confiança e a velha estrada que, sobre uma antiga ponte Filipina, nos leva ao Zêzere. É obrigatório provar a sopa de peixe.

 

Continue a sua viagem pelas Aldeias do Xisto:

https://heartbeat.pt/acor-as-suas-aldeias-do-xisto/

https://heartbeat.pt/ja-conhece-as-aldeias-de-xisto/

Fonte: Aldeias do Xisto

Fotografia ADXTUR

 

 

 

 

 

 

 

 

33 replies
  1. Rastrear Celular says:

    As razões mais comuns para a infidelidade entre casais são a infidelidade e a falta de confiança. Em uma época sem telefones celulares ou internet, questões de desconfiança e deslealdade eram menos problemáticas do que são hoje.

  2. Vaughn says:

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