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As Aldeias do Xisto do Tejo

São 27 as Aldeias do Xisto espalhadas pela região Centro de Portugal.

Todas as Aldeias do Xisto tem a sua própria identidade, a sua beleza singular e uma mística muito própria, muito portuguesa… tão nossa.

Já por aqui viajamos pelas aldeias do Xisto da Lousa, da Serra do Açor e do Zêzere, hoje terminamos a nossa viagem no grupo Tejo-Ocreza, o mais pequeno, com apenas quatro aldeias, mas aquele que possui a maior distribuição territorial, numa área já com menor influência atlântica.

 

Água Formosa

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A Aldeia no centro de Portugal, ou quase, já que fica a 10km do centro geodésico de Portugal.

Escondida entre a Ribeira da Corga e a Ribeira da galega, numa encosta que o sol gosta de beijar.

Em água Formosa encontramos vestígios das antigas tradições, como os fornos a lenha ou evidências de tradições ligadas à utilização da força da água. Aqui os declives das encostas são acentuados e os afloramentos rochosos uma constante, e as casas estão viradas para o sol.

Nesta aldeia somos cativados pela sincera simpatia dos habitantes, pelo caminho calcetado que conduz à fonte de água puríssima, um antídoto para o calor que também mata a sede de descanso. Experimente ainda atravessar a ponte pedonal sobre a ribeira para apreciar uma outra perspectiva da aldeia.

Com a requalificação da aldeia surgiram novos habitantes: de quatro em 2002, a aldeia conta atualmente com nove habitantes permanentes. Uma unidade de alojamento surgiu num dos últimos anos. E uma a uma as restantes casas vão sendo recuperadas. Aos fins-de-semana chegam os residentes temporários, que partem com ânsia de em breve regressarem. Há novas  hortas à volta de toda a aldeia e árvores de fruto. A aldeia revive.

 

Figueira

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Na Aldeia de Figueira o mundo rural é um charme, com o cacarejar das galinhas a darem-nos as boas vinda.

O forno comunitário, a joia da aldeia, ainda tem o cheiro irresistível do pão acabado de cozer e os quintais são verdes e cheios de vida.

Esta é uma aldeia de xisto onde é fácil caminhar já que é bastante plana.  Na sua envolvente terrenos agrícolas povoados de oliveiras dão origem ao “ouro verde” que já foi a riqueza da aldeia.

O acesso à aldeia coloca-nos numa bifurcação cujos caminhos envolvem o casco antigo do povoado. Este é alongado, com quelhas ora paralelas ora perpendiculares, formando como que um labirinto onde a todo o momento a presença de múltiplos pormenores da arquitetura tradicional nos transportam para outros tempos. Hortas, quintais, arrumos agrícolas, currais e capoeiras convivem em todo o espaço urbano.

 

Martim Branco

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Em Martim Branco os fornos são os elementos mais interessantes, com o cheiro do pão acabado de cozer e que depois da primeira dentada nos entranha na alma.

Num terreno de variados relevos, ora altos ora baixos, ora estreitos ora largos, ora arredondados ora bicudos, é neste tipo de paisagem, ora agreste ora meiga, ora nua ora arborizada, onde os matos a custo desabrocham, “que vive Martim Branco”. Esteios de xisto erguem-se nos quintais. Antes dividiam propriedades, agora unificam a identidade da aldeia. Algumas casas testemunham raro casamento do xisto com granito, união de materiais que garante a qualidade e a perenidade dos imóveis. As portas ostentam belas e vistosas ferragens.

A Aldeia de tão pequena que nos parece, imagina-se parada no tempo, entre penedias de xisto e de quartzo, onde todas as casas e construções são modestas mas de uma genuinidade que o tempo não destruiu. Em Martim Branco há sempre um recanto que nos encanta.

 

Sarzedas

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Antiga Vila e sede de Concelho, o seu Pelourinho, o Largo, as Igrejas e Capelas, sobressaem numa malha urbana com casas de belo traçado e volumes grandiosos, que atestam a presença marcante da História.

Sarzedas distingue-se pelos traços de cor que lhe marcam as fachadas das casas rebocadas a caminho da Fonte da Vila. No Alto de São Jacinto, junto à Igreja Matriz, o Campanário com a sua Torre Sineira – que ficou da antiga Igreja sobre Outeiro – ergue-se solitário sobre a aldeia. Está-se bem aqui, neste espaço de leitura moderna, a pensar na história deste lugar cujo povoamento se deve a D. Gil Sanches.

Continue a viagem:

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Fonte: Aldeias de Xisto

Fotografia: ADXTUR

As Aldeias do Xisto do Zêzere

Continuamos a nossa viagem pelas Aldeias do Xisto, um conjunto de 27 lugares onde o xisto transforma as casas e torna estes espaços sítios deslumbrantes que nos levam ao Portugal mais genuíno e belo.

Já passeamos pelas Aldeias do Xisto do Grupo da Serra da Lousã e pelas que fazem o Grupo da Serra do Açor. Hoje vamos até à região do Zêzere. Só a aldeia de Mosteiro não se encontra nas margens do Zêzere, mas sim na margem da Ribeira de Pera, quando esta está próxima de ser afluente do Zêzere. E, de todas, apenas Mosteiro não é sede de freguesia.

O material de construção dominante é o xisto, excepto em Pedrógão Pequeno. Em três destas aldeias, Barroca, Janeiro de Baixo e Janeiro de Cima, calhaus rolados de cores claras oriundos do leito do Zêzere juntam-se ao xisto escuro como material de construção de muros e fachadas.

Vamos então conhecê-las:

 

Álvaro

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Aqui a fé respira-se e sente-se, sendo uma aldeia que pertenceu em tempos idos à Ordem de Malta.

A aldeia de Álvaro estende-se ao longo do viso de uma encosta junto ao rio Zêzere, parecendo, lá do alto das paisagens que a envolvem, uma alva muralha que guarda a passagem do rio. Esta é mais uma das aldeias brancas do Xisto, o que quer dizer que grande parte das construções esconde o xisto por baixo de um manto branco de reboque.

Rica em património religioso, a aldeia foi outrora uma importante povoação para as ordens religiosas, nomeadamente a Ordem de Malta, que deixou inúmeros testemunhos da sua presença. A Igreja da Misericórdia exige uma visita, mas para conhecer bem esta Aldeia há que fazer o circuito das Capelas. Nelas encontrará manifestações importantíssimas de arte sacra, desde pinturas a artefactos singulares, como por exemplo uma imagem do Senhor dos Passos, um Sacrário Renascentista ou ainda um Cristo morto com as Santas Mulheres e S. João Evangelista.

 

Barroca

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A Casa Grande, antigo solar do Séc. XVIII onde hoje funciona o Centro Dinamizador das Aldeias do Xisto, acolhe-nos e lança-nos à descoberta da Aldeia da Barroca.

Aqui continua a respirar-se um ambiente rural, pautado pelos seus ciclos agrícolas. A paisagem circundante é enquadrada pelo pinhal e pelas pirâmides das escombreiras da Lavaria do Cabeço do Pião, que já pertenceram às Minas da Panasqueira. A parte mais antiga da Barroca está implantada ao longo de um pequeno morro, ladeado por duas linhas de água profundamente cavadas, formando um conjunto perpendicular ao curso do Zêzere, com o qual confina.

No caminho que nos leva à beira do Zêzere descobrem-se antigos moinhos que laboravam com a força do rio. O espelho de água e a paisagem impõem um momento de pausa, antes de se atravessar a ponte pedonal para a outra margem e descobrir as gravuras rupestres que os nossos antepassados ali deixaram gravadas na rocha há milhares de anos. A Casa Grande também alberga um Centro de Interpretação deste património e desafia-nos a percorrer a Rota da Arte Rupestre do Pinhal Interior.

 

 Janeiro de Baixo

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A aldeia dos cinco parques onde irá passar uns dias de ócio de qualidade!

Um moinho escavado na rocha saúda a sua chegada. Ali à frente podemos desfrutá-lo no parque de campismo ou na praia fluvial com o seu extenso areal. O núcleo central da aldeia, sua igreja e capelas, sentem a envolvência do rio e tranquilizam-no com mais murmúrios de xisto que ele voltará a receber em Álvaro e em Pedrógão Pequeno. São as cumplicidades do Zêzere com as Aldeias do Xisto.

Dentro da aldeia há todo um conjunto de pontos de interesse que nos prendem, desde o património religioso e arquitectónico, passando pelas recentes infraestruturas para acolher os visitantes, até à curiosa memória do “Tronco”, lugar onde antigamente se ferravam os animais. Ali próximo está ainda a Barragem de Sta. Luzia.

 

Janeiro de Cima

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À beira do Zêzere grita-se “Ó da barca!” para fazer a travessia do rio.

Em Janeiro de Cima era assim que antigamente se uniam as gentes e o comércio das duas margens. Hoje é ainda possível fazê-lo num passeio rio acima. No núcleo antigo da aldeia, caminha-se sem pressas pelo emaranhado de ruas sinuosas em que as casas se encostam umas às outras revelando as suas características fachadas em xisto, ponteadas por seixos redondos e brancos. É por aqui que se escondem segredos como a Casa das Tecedeiras, que reinventam tradições e nos fazem viajar no tempo.

 

Mosteiro

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Aqui a água assume contorno de grande importância no desenvolvimento passado da aldeia, hoje é um dos maiores atrativos de lazer, principalmente no verão.

Mosteiro é uma pequena localidade de cariz rural. Aqui a água e a agricultura são elementos fundamentais que condicionaram positivamente o seu desenvolvimento, possuindo o maior regadio do concelho de Pedrógão Grande. A Aldeia do Mosteiro desenvolveu-se na margem direita da ribeira de Pêra. Os terrenos férteis situados perto do leito da ribeira, promoveram a criação de hortas e moinhos que sustentavam a população da aldeia que vivia da agricultura de subsistência. Por isso mesmo, visita obrigatória são os moinhos, as levadas, os lagares e regadios que serviram como infraestruturas base durante séculos para a sustentação desta aldeia, e que agora servem de polos de atração turística.

 

Pedrógão Pequeno

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Esta é a jóia da Beira Baixa.

Uma aldeia branca, em granito no mar de xisto castanho que a envolve. Antiga Vila, junto à margem esquerda do Zêzere, à beira do IC8. Está a poucos quilómetros de Pedrógão Grande e da Barragem do Cabril. Do seu património destacam-se a Igreja Matriz e a Ponte Filipina sobre o Zêzere. Em terras do xisto há um Pedrógão – afloramento de granito – que deu pedra para cantarias de portas e janelas, embora o xisto seja o material de construção predominante.

Em Pedrógão Pequeno o xisto esconde-se sob rebocos alvos. Quando a banda filarmónica ali vem tocar, as ruas enchem-se e vem à memória a década de 50. Uma época em que chegaram à aldeia os trabalhadores que construíram a Barragem do Cabril. Para descobrir a vista do alto do Monte da Senhora da Confiança e a velha estrada que, sobre uma antiga ponte Filipina, nos leva ao Zêzere. É obrigatório provar a sopa de peixe.

 

Continue a sua viagem pelas Aldeias do Xisto:

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Fonte: Aldeias do Xisto

Fotografia ADXTUR

 

 

 

 

 

 

 

 

O Açor e as suas Aldeias do Xisto

Já por aqui vos falámos acerca das Aldeias de Xisto, um conjunto de 27 lugares magníficos que ficam no centro de Portugal.

São lugares que nos levam ao que de mais genuíno existe no nosso país e que valem mesmo a pena serem visitados. Seja em escapadinhas românticas ou em passeios de família, mostrando às futuras gerações a identidade nacional.

Num primeiro artigo, que podem ler em https://heartbeat.pt/ja-conhece-as-aldeias-de-xisto/, demos a conhecer o Grupo de Aldeias de Xisto da Serra da Lousã, hoje vamos até à Serra do Açor:

 

Aldeia das Dez

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Sobranceira ao rio Alvôco, a Aldeia das Dez é um local encantador, com vista privilegiada para as serras envolventes.

Descubra esta aldeia com tempo, conheça as suas histórias e deixe-se envolver pela paisagem. Construída predominantemente em granito, a Aldeia das Dez, detém um património construído impressionante, com destaque para a Igreja Matriz , cujo interior está decorado com sumptuosa talha dourada.

Na aldeia moraram muitos entalhadores e douradores, que beneficiaram a aldeia com as suas obras. A talha dourada da Igreja Matriz é disso exemplo, juntamente com esculturas e pinturas que embelezam o interior do edifício. Mas os encantos da aldeia vão para lá disso: também se encontram nas pessoas e na paisagem. A gastronomia por aqui é uma delicia com os coscoreis e cavacas à moda da Aldeia das Dez a aguçarem o paladar juntamente com a compota e o licor de medronho.

 

Benfeita

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Se for a benfeita no dia 7 de Maio não estranhe o bater do sino desta “aldeia branca”.

Todos os anos, neste dia, o sino celebra o final da II Guerra Mundial com 1620 badaladas, exaltando a paz com uma torre, um sino e um relógio. Esta aldeia fica próxima da Fraga da Pena e da Mata da Margaraça, uma das mais importantes florestas caducifólicas de Portugal. Deixe-se envolver pelo canto das ribeiras da Mata e do Carcovão e veja como se aproveitava a força da água em tempos idos visitando o moinho do Figueiral e alambique.

Do outro lado da rua descubra a Igreja Paroquial e o atelier da Feltrosofia, onde se fazem artesanalmente peças de feltro com um design inovador. Suba à Fonte das Moscas e aprecie o conjunto de casario branco com as suas ruelas e passadiços característicos, nas quais se destaca a Torre da Paz, de alvenaria de xisto, com uma interessante história para contar.

 

Fajão

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Esta é uma antiga vila, encaixada numa pitoresca concha da Serra, perto da nascente do Rio Ceira, entre altos e gigantescos penedos de quartzito.

Se for aventureiro pode escalar os penedos e usufruir de vistas magníficas. Esta é uma aldeia que foi requalificada recentemente adotando, com a colaboração de moradores e proprietários, uma aura mais pitoresca.

A aldeia, viveiro de cultura, tem o seu próprio museu, que ficou com o nome do Monsenhor Nunes Pereira. O espólio inclui xilogravuras, aguarelas de Fajão e objetos pertencentes à história da aldeia (como o seu primeiro telefone público).

Vá ao adro da igreja, sinta a frescura da Fonte Velha. Percorra os pátios do largo da cadeia e do Museu Monsenhor Nunes Pereira para chegar ao topo da aldeia. Lá a piscina aguarda os dias de Verão. No percurso tome atenção às tramelgas que escondem as fechaduras, bem como outros pormenores arquitectónicos singulares.

Acompanhe a história contada nos painéis de ardósia que remetem para os “Contos de Fajão”. Siga os passos das suas personagens, sente-se à mesa delas e descubra porque é que a gastronomia é um dos atrativos maiores de Fajão.

 

Sobral de São Miguel

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Aqui é o coração do Xisto! Aqui encontrará um dos maiores aglomerados de edifícios em xisto de Portugal, se bem que na maioria se encontram rebocados e pintados de branco.

Daqui se exporta xisto para todo o mundo.

A gastronomia também assume contornos de grande importância em Sobral de São Miguel, com a ginja, pica de chouriço, sardinha ou bacalhau, passando pelo mel e pelo pão de forno a lenha a fazerem as delicias de quem por aqui passa.

A aldeia possui uma vasta envolvente de novas construções, pelo que devemos orientar a nossa visita para o núcleo mais antigo. Aí o casario acompanha as curvas mais ou menos pronunciadas da ribeira, elevando-se como que em escadaria, encosta acima. Os arruamentos são quase sempre paralelos à ribeira, sendo ligados por inúmeras quelhas com degraus ou por ruelas inclinadas que procuram contornar as habitações. Estas são quase sempre justapostas, não havendo espaço para quintais. De dois ou três pisos, a altura dos edifícios cria ruas onde, mesmo durante o dia, predomina a sombra.

 

Vila Cova de Alva

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É a Aldeia do Xisto que possui o maior conjunto monumental, nomeadamente por nela uma ordem religiosa ter estabelecido um convento.

Caminhe ou descanse pelos espaços públicos da aldeia, casos do Largo da Igreja Matriz e do Pelourinho, onde coabitam dois solares do séc. XVII. Descubra os muitos monumentos religiosos e civis. Falo do Solar dos Condes da Guarda, o Solar Abreu Mesquita, o edifício dos Osórios Cabrais ou ainda a Rua Quinhentista.

O material de construção predominante é o xisto, recorrendo-se ao granito para os elementos nobres das construções, nomeadamente os vãos – ombreiras, padieiras, soleiras das portas e peitoris das janelas. A quase totalidade das fachadas encontra-se rebocada e pintada de branco. Nos seus meandros uma rua quase exclusivamente composta por portas e janelas manuelinas transporta-nos ao séc. XVI.

Se fizer uma visita no verão não deixe de ir dar um mergulho à Praia Fluvial!

Fonte: Aldeias do Xisto

Fotografia: ADXTUR

Outras Aldeias do Xisto:

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Já conhece as Aldeias de Xisto?

Já conhece as Aldeias de Xisto no centro de Portugal?

As Aldeias de Xisto são um conjunto de 27 lugares magníficos que ficam no centro de Portugal. Daqueles lugares mágicos que nos transportam por um Portugal cheio de história e histórias para contar. Locais inspiradores para criativos, escritores ou empreendedores. Sítios que revelam a verdadeira essência portuguesa, ideais para passeios românticos ou em família onde descobrimos quem somos e de onde vai ser muito difícil querer sair, seja pelas paisagens, pelos recantos, pelas pessoas ou pela comida. Serão muitos os motivos que o farão voltar uma e outra vez porque haverá sempre algo novo para descobrir.

A Rede das Aldeias do Xisto é um projeto de desenvolvimento  de âmbito regional, liderado pela ADXTUR- Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com 21 Municípios da Região Centro e com cerca de 100 operadores privados que atuam no território. A ADXTUR congrega assim as vontades públicas e privadas de uma Região, que se revêm na gestão partilhada de uma marca, na promoção conjunta de um território, na criação de riqueza através da oferta de serviços turísticos e, finalmente, na preservação da cultura e do património do mundo rural beirão. Pelo desenvolvimento integrado do território, contra a desertificação humana e o esquecimento.

Ora, como já lhe dissemos, são 27 as aldeias que integram esta rede, distribuídas pro 16 concelhos que vão desde Castelo Branco a Coimbra, num território essencialmente constituído por montanhas de xisto, daí o nome da Rede, circundado e atravessado por uma boa rede rodoviária que permite que circule entre elas com relativa facilidade.

Esta Rede está dividida em 4 grupos, o Grupo Serra da Lousã, o Grupo Serra do Açor, Grupo Zêzere e Grupo Tejo-Ocreza. Cada grupo tem o seu conjunto de aldeias. Lugares onde se pode fazer muito mais que apenas passear, aqui há um mar de montanhas. Montanhas de águas que correm límpidas criando praias fluvias fantásticas e ainda muitos quilómetros de percursos pedestres e BTT para os que apreciam a aventura!

 

Vamos então conhecer, muito ao de leve, porque há muito para dizer acerca destes locais, as nossas Aldeias de Xisto do Grupo da Serra da Lousã:

 

Aigra Nova

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Um pequeno lugar cheio de mistério, dividida em três pequenas ruas que atravessam a aldeia.

A nascente e o clima ameno são propícios à prática agrícola e aos vastos pastos. Nesta aldeia viva há hortas, gado, burros e muitas atividades que prometem surpreender.

É obrigatório parar aqui e deixar-se envolver pelo projecto do Eco-Museu Tradições do Xisto e visitar os seus diversos Núcleos. A simpatia é tão contagiante como é serena a paisagem. É bom saber que, no fundo destes vales, veados e javalis continuam a subsistir imperturbados, como que protegidos do mundo.

 

Aigra Velha

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Esta é a Adleia de Xisto que se encontra em maior altitude, a cerca de 770 metros, lá no alto perto do topo da Serra da Lousã.

A envolvente paisagística da aldeia faz toda a diferença. Aqui tudo é simples, feito segundo o padrão da natureza que nos envolve. Implantada numa cumeada da serra, Aigra Velha é circundada por alguns terrenos agrícolas e uma vasta área de pastoreio. Se, por um lado, avista a Serra da Estrela, a Este dá para os colossais Penedos de Góis.

O conjunto das construções organizaram-se num arranjo defensivo contra as intempéries meteorológicas, os intrusos e animais selvagens como os lobos, permitindo comunicação e circulação entre os diferentes espaços, mas mantendo a privacidade de cada família. Aqui poderá ouvir as histórias antigas de caravanas de comerciantes que vagueavam pela serra e paravam para pernoitar. À noite havia lobos, o que levou os habitantes a cortar a única rua da aldeia e a fazer ligações internas entre as casas. Estas paredes de xisto, rodeadas de pastagens verdes, são o abrigo antes de partir à descoberta do parque florestal da Oitava e da Ribeira da Pena.

 

Candal

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Na bacia hidrográfica da Ribeira de S. João encaixa, entre outros, este anfiteatro onde se alojou o Candal e a sua ribeira.

Está aninhada na Serra da Lousã, numa colina voltada a Sul. Esta aldeia está habituada a receber visitantes que são recompensados por subir as suas ruas inclinadas. Chegados ao miradouro, uma belíssima vista sobre o vale se apresenta, refrescada pela Ribeira do Candal.

Beneficiado pela acessibilidade privilegiada que lhe proporciona a Estrada Nacional, Candal é muitas vezes considerada a mais desenvolvida das aldeias serranas e uma das mais visitadas. Aos seus habitantes de sempre é comum juntarem-se ocupantes de férias e fins-de-semana que aqui acorrem em busca de ar puro e boa companhia.

 

Casal de São Simão

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Pequena aldeia, essencialmente construída em quartzito.

Situa-se num dos flancos da crista quartzítica que dá origem às Fragas de São Simão. Possui o templo mais antigo do concelho de Figueiró dos Vinhos. Nesta aldeia há apenas uma rua, com uma fonte de águas cristalinas, uma capela que guarda uma lenda e uma vereda que nos leva a uma praia fresca encaixada nas Fragas de São Simão.

Nesta aldeia há um novo sentir coletivo feito de pessoas que recuperaram as casas com as suas próprias mãos. São novos aldeões que vieram da cidade e que trouxeram nova vida a estas paragens. Todos os fins-de-semana, e sempre que podem, juntam-se todos nas casa uns dos outros e entreajudam-se nas refeições, nas obras, no convívio.

 

Casal Novo

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Discreta, casal Novo é uma aldeia que cresce na dobra da encosta, em declive acentuado, escondida pelas árvores.

A malha urbana corresponde, quase exclusivamente ao eixo criado pelo caminho que atravessa a aldeia no sentido ascendente-descendente, e que a liga ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Duas ou três vielas perpendiculares e umas quantas entradas laterais em espaços de fruição pública, quebram o contínuo de construções que, de um e do outro lado, se encavalitam. Da eira da aldeia pode observar-se a Lousã e o seu castelo.

 

Cerdeira

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Aqui o Xisto sobrepõe-se ao verde envolvente, num desalinhado de casarios implantados sobre um morro rochoso.

As áreas planas foram reservadas para a agricultura numa engenharia que rodeou a aldeia de uma escadaria de socalcos que seguram a terra que as chuvas e a erosão levaram encosta abaixo. Entre encostas declivosas rasgadas por linhas de água que se precipitam lá do cimo. A Cerdeira aninha-se, na mais bucólica envolvente. Esta é uma aldeia que a arte e a criatividade ajudaram a refundar. Aliás, em certos momentos do ano, esta aldeia é animada por encontros temáticos que juntam arte e botânica.

 

Chiqueiro

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Este é um local onde o tempo parece ter ficado esquecido.

Uma pequena aldeia delimitada por duas pequenas linhas de água e dissimulada pela frondosa vegetação que a envolve. Uma aldeia de arquitetura simples e organizada por ruelas íngremes ladeadas pelo casario. O xisto é escuro, de aparelho tosco e apenas a capela é rebocada. Este é um local que convida à descoberta e às caminhadas pelas suas frondosas florestas.

 

Comareira

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Na Comareira podemos fugir do mundo, aceitando a simpatia dos seus habitantes e o seu jeito sereno de ser, discreto mas presente.

É a mais pequena aldeia da rede. Integra o conjunto das quatro Aldeias do Xisto do concelho de Góis. É abrangida pela dinâmica criada em torno Ecomuseu das Tradições do Xisto. A aldeia é um pequeno conjunto de construções, para habitantes e gado doméstico.  Soalheira todo o dia, a Comareira é feita de casas aninhadas umas nas outras, avistando a paisagem que se estende até perder de vista. Os habitantes orgulham-se de dizer que este é um ponto estratégico para os visitantes das Aldeias do Xisto que se interessem pelas parias fluviais desta região ou pelo Parque Florestal da Oitava.

 

Ferraria de São João

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A riqueza paisagística e cultural da aldeia é por demais evidente.

Os novos habitantes que ao longo dos anos se têm fixado, gerindo os seus negócios ou simplesmente por opção de vida, têm mudado a face da aldeia e estimulado uma nova energia entre as pessoas. A Ferraria, como abreviadamente lhe chamam, abriu-se ao mundo sem deixar de ser o que é. As intervenções na aldeia, tanto por parte da Rede das Aldeias do Xisto, como dos agentes locais e do Município, assentam no que de mais identitário e genuíno aquele local é e tem para oferecer.

Na Ferraria de São João, convivem a ruralidade e o turismo ativo. A aldeia possui um conjunto de aspetos que a distinguem das demais: um magnifico sobreiral, um numeroso conjunto de currais tradicionais, um Caminho do Xisto, um Centro de BTT, um FunTrail para os mais pequenos, e muitos trilhos para descobrir.

O cenário de fundo perfeito para emoldurar o ex-líbris da Aldeia: um conjunto de currais comunitários na orla de um imenso e mágico montado de sobreiros. Um dos projetos mais visíveis e de maior sucesso da Associação de Moradores, revitalizada pelos novos habitantes, é a adoção de sobreiros.

 

Gondramaz

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A aldeia estrutura-se a partir de uma rua principal que se sobrepõe à linha de festo, até ao limite em que o declive permitiu construções.

Desta rua, sai uma rede de ruelas estreitas e sinuosas que apetece percorrer com curiosidade. Gondramaz distingue-se pela tonalidade específica do xisto que nos envolve da cabeça aos pés. Até o chão que se pisa é exemplo da melhor arte de trabalhar artesanalmente a pedra. Esta é, aliás, terra de artesãos cujas mãos hábeis criam figuras carismáticas que são marca da serra e que levam consigo o nome do mestre e da aldeia além-fronteiras.

Com uma notável aplicação em xisto, o pavimento permite que sobre ele se desenvolva um percurso acessível para pessoas com mobilidade reduzida.

Numa das mais bem sucedidas intervenções de requalificação da Rede das Aldeias do Xisto, não é de estranhar o surgimento de novos habitantes e o ambiente animado que aqui se vive em cada fim-de-semana. A animação com provas de BTT protagonizada a partir daqui, traz praticantes e uma movimentação que os habitantes já não estranham.

 

Pena

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A receber-nos um castanheiro secular.

A arquitetura da aldeia é o resultado perfeito da construção conjugando o xisto com o quartzito. As condições topográficas levaram a que a aldeia se desenvolvesse ao longo de um promontório, parecendo que o casario se encontra em desafio às leis do equilíbrio e à força da gravidade. A aldeia de Pena retira da água cristalina da ribeira todos os proveitos. Ali ao lado, os Penedos de Góis são uma proposta de aventura para os mais ousados.

 

Talasnal

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Provavelmente a mais carismática das Aldeias de Xisto do Grupo da Lousã, não só pela sua dimensão mas também pela sua posição, assim como pelos muitos pormenores das recuperações das suas casas, sem falar na gastronomia!

As videiras estão presentes nas varandas e a ruela principal acompanha o declive da encosta, num percurso íngreme. Dela derivam quelhas e becos, que criam um ambiente de descoberta que todos gostam de explorar à espera da surpresa de um novo recanto.

Descobrir esta aldeia representa mergulhar no mundo mágico da Serra da Lousã e embrenhar-se numa vegetação luxuriante por onde espreitam veados, corços, javalis e muitas outras espécies. Aqui reina a Natureza, sensível, que pede respeito. Mas que permite inúmeras possibilidades de lazer e de desportos ativos. Aqui sente-se o pulsar da terra e a sua comunhão com os homens quando se avistam ao longe as aldeias. Parecem ter nascido do solo xistoso, naturalmente, como as árvores.

 

Fonte: Aldeias de Xisto

Fotografia: ADXTUR

 

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