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A derradeira Ultramaratona é nas Beiras

Não é para qualquer um. Apenas para aqueles cuja resistência é tão grande quanto a sua resiliência.

É para aficionados, aventureiros e destemidos.

Falo de um desporto que exige muito do atleta, a Ultramaratona Portuguesa PT 281+, uma prova inspirada na norte-americana Badwater e na brasileira BR135+, provas que já têm a sua marca no panorama desportivo internacional.

A nossa PT281+ é uma das maiores distâncias do mundo em corrida pedestre, colocando-a, assim, na secção das mais longas do mundo, somando a este pormenor, o calor abrasador de agosto.

Este ano a prova passa pela Beira Interior, numa viagem de 281 km de trilhos pedestres que presenteiam os participantes com paisagens magníficas que ajudarão a esquecer as dores no corpo, com passagens por aldeias históricas, castelos, pontes medievais, entre montanhas, vales e planaltos.

A Ultramaratona PT281+ começa em Belmonte, no dia 18 de agosto, e fará passagens por Sabugal, Sortelha, Penamacor, Serra da Malcata, Monsanto, Idanha-a-Nova, Tejo Internacional, Vila Velha de Rodão para terminar em Proença-a-Nova.

Serão cerca de 50 os aventureiros, de países como Argentina, Brasil, Holanda, França, Estados Unidos da América, Uruguai ou Espanha, a participarem nesta prova que apesar de ter um limite de tempo irá contar com diversos postos e controlo onde os atletas poderão restabelecer forças para continuar a prova.

A Ultramaratona de Portugal além de ser das mais longas do mundo é pioneira no uso de equipamentos de navegação e rastreio, sendo a primeira no mundo a usar como única forma de navegação o GPS.

Serão cerca de 40 horas de prova que irão desafiar os atletas que nos próximos dias 19 e 20 se aventuram por terras da Beira Interior, numa das mais difíceis provas do planeta!

Quinta dos Termos vencedor

A aposta nos vinhos da Beira Interior e na sua melhoria tem sido uma constante e tem dado frutos.

Desta vez o reconhecimento veio por parte do Wine Masters Challenge, um concurso à escala global dedicado aos vinhos, às empresas e produtores independentes.

Apenas os vinhos considerados excecionais chegam à fase final do concurso e nesta edição a Beira Interior está de parabéns com a Quinta dos Termos a trazer a medalha de ouro com o seu Seleção DOC, tinto de 2013, também o Quinta dos Termos tinto de 2013,  Reserva Vinhas Velhas, vinho tinto de 2013 e Quinta dos Termos Reserva do Patrão, tinto de 2012 foram galardoados com uma medalha de prata.

A Quinta dos Termos surge, assim, no 7º lugar da classificação de produtores do XVIII World Wine Contest à frente de outros produtores nacionais, alemães e espanhóis. Coube-lhe, ainda, o 4º lugar na lista dos fazedores de vinho. Esta classificação coloca a região da Beira Interior em 7º lugar na lista das melhores regiões vinícolas deste ano.

O Wine Masters Challenge – XVIII World Wine Contest contou com 3600 vinhos a concurso e decorreu entre 23 e 27 de março no Estoril.

 

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A estrada que nos leva ao Túnel Verde das Beiras

Esta é a quarta parte da nossa viagem por aquelas que considero serem as melhores estradas para conduzir na região.

Liguemos o motor e preparemos a nossa alma, porque conduzir é, para muitos de nós, mais que um simples ato mecânico, é uma forma de estar na vida! Vamos para a estrada!

 

IV – A verde Alameda das Beiras

 

Que estrada? N323 : Viseu- Vila Nova de Paiva

Porquê? Mergulhar na floresta.

 

É frequente encontrar na Internet imagens de estradas aninhadas por entre árvores frondosas. A beleza de uma estrada ladeada por árvores é idílica e cria um cenário que, nós condutores convictos, achamos perfeito.

 

“Um domingo de manhã, uma estrada com poucos carros e árvores que brilham com os raios de sol são aquilo com que Deus Nosso Senhor me poderá brindar quando eu chegar ao merecido paraíso depois de tantos anos a trabalhar. Serei uma alma feliz.”

 

Um domingo de manhã, uma estrada com poucos carros e árvores que brilham com os raios de sol são aquilo com que Deus Nosso Senhor me poderá brindar quando eu chegar ao merecido paraíso depois de tantos anos a trabalhar. Serei uma alma feliz.

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A nossa região tem um trajeto assim.

Infelizmente não é um domingo de manhã com raios de sol que eu tenho para documentar mas sim uma cinzenta tarde de setembro. Mas, mesmo assim, valeu a pena.

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Entre Viseu e Vila Nova de Paiva a estrada N323 tem duas secções distintas: A primeira é um segmento sinuoso e de serra a que os condutores chamam “as curvinhas do Vouga”. É uma sucessão de subidas e descidas que configuram uma paisagem tipicamente beirã rodeando o rio Vouga. Não desfazendo, é uma estrada relativamente comum embora sempre agradável.

A vida começa verdadeiramente quando chegamos à aldeia de Nogueira. A partir daqui entramos num troço debaixo de árvores que fazem daqueles cerca de 10 km uma imensa alameda como há poucas em Portugal.

Não se trata apenas de haver árvores pelo caminho. Elas formam o teto verde de um túnel natural do qual só saímos já perto de Vila Nova de Paiva. Neste percurso a estrada tem boas retas, lombas e curvas abertas que nos permitem apreciar a condução e a explosão de natureza à nossa volta. Como dizia, o ideal é apreciar a estrada num dia de sol de outono ou de primavera. As cores são verdadeiramente intensas.

Pode ainda, se tiver tempo, parar no parque botânico “Arbustus do Demo” à chegada a Vila Nova de Paiva. Mais um hino às plantas.

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A estrada merecia estar mais cuidada. Com a utilização intensiva da N329 o trânsito e a manutenção desapareceram.

Mas passe por lá, conduza submerso em verde.

 

Handerson Aguiar Engrácio