Vive-se mal no Interior!
É que se vive mal no Interior! No Interior do país não se passa nada. Não há nada! Nunca temos nada interessante para fazer.
Tudo o que é bom só se passa no litoral. Não há grandes Festivais. Não há grandes festas. Estamos isolados do mundo a nível cultural.
Chega de lamúrias bacocas de quem não tem a coragem de se levantar do sofá e ver o que se passa lá fora! O interior não é só queijo e ovelhas! Há vida, e muita!
Não temos grandes Festivais? (E permitam-me, agora, o tom irónico nas palavras), certo porque o Boom Festival é só um dos maiores Festivais de Música alternativa da Europa… só.
Não há grandes eventos que tragam grandes nomes da música ao Interior! Claro, porque a Feira de São Mateus em Viseu com as suas dezenas de concertos que trazem os mais importantes nomes da música nacional à cidade, durante um mês de festa e que, este ano, atraiu 1 milhão de pessoas (sim leu bem, 1 milhão!), não é um grande evento!
Ah mas isso é só nas épocas altas para os turistas verem! Mentira. Há muito para ver e se fazer no Interior depois de Agosto, e não falo de neve. Falo de eventos, alguns deles de cariz popular, que trazem milhares de pessoas à região e que proporcionam a oportunidade aos que por aqui vivem de assistir a bons espetáculos e com grandes nomes do panorama musical nacional e mundial!
Ora vamos lá preparar a agenda porque no Interior temos muito para fazer nos próximos tempos, a começar pela romaria a Alpedrinha no distrito de Castelo Branco, já na próxima sexta-feira dia 16, e durante todo o fim-de-semana, porque os Chocalhos já aí andam e o que mais queremos é chocalhar!
Sim tem ovelhas, ou não fosse esta a Festa da Transumância por excelência, mas tem mais, muito mais!
Tem música a invadir as ruas e a levar todos num ritmo serrano que se entranha e nos transporta para uma dimensão que apenas existe aqui nesta “seca” de interior, animação, tascas e tasquinhas, comida da melhor que há, tem amigos de longa data que abrem as suas portas a todos os que os quiserem visitar, tem ruas cheias de gente luz e cor, tem cultura, tradição, cheiro a Serra e braços abertos!
E se são grandes nomes da música aquilo que procuram, não precisam ir até Lisboa ou Porto, podem ir até à Guarda que já no próximo dia 16, sexta, recebe o músico britânico Lloyde Cole, cantor que não é indiferente a quem cresceu na década de 80 e que continua a dar cartas no mundo da música.
Vai estar no nosso país para quatro concertos, um em Aveiro, outro na Casa da Música no Porto, outro no CCB em Lisboa e outro, vejam lá, na Guarda no Teatro Municipal.
Aliás a Guarda vai estar cheia de grandes concertos até dezembro, mas disso falamos mais à frente.
Setembro é um mês de frenesim na região, com Viseu a preparar-se, em grande, para as vindimas, fazendo jus ao nome de cidade vinhateira do Dão, com 5 dias de eventos, workshops, provas e claro, vindimas, num evento cultural que dá a oportunidade de conhecermos melhor o mundo da criação dos vinhos, e que vai trazer Darko, Samuel Uria, Carolina Deslandes e Rita Mendes a Viseu.
Ana Moura também vai passar pela região com um concerto marcado para Castelo Branco no dia 24 de setembro, com uma noite de cheiro a Fado e saudade no cantar.
Para quem gosta de cinema, Seia acolhe, a partir do dia 8 de outubro o 22ª Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, um evento que já é considerado como sendo um dos mais importantes da Europa e que conta com mais de 600 documentários, oriundos de 30 países.
Mas voltemos à música, com outubro a trazer à Guarda outro grande nome da música mundial. Peter Murphy ( que enche salas de concerto por esse mundo fora) regressa a Portugal para quatro concertos que prometem levar-nos a uma viagem única pelos anos 80 e 90.
A Guarda, a par de Coimbra, Lisboa e Porto, recebe o músico num espetáculo intimista e irrepetível, marcado para o dia 15 de outubro.
Até dezembro o Teatro Municipal da Guarda recebe ainda nomes como os Fandango no dia 21 de outubro, Peixe:Avião no dia 3 de novembro, GNR a 27 de Novembro (Dia da Cidade) e vai ainda receber o melhor grupo de Gospel dos Estados Unidos da América, os Harlem Gospel Choir, num espetáculo que promete deslumbrar o público, demonstrando a potencialidade e a beleza do Gospel por quem melhor o sabe representar.
Parece-me que no Interior a vida não é assim tão má e que até há o que fazer. Parece-me que, afinal até se Vive bem no Interior!
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