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Qual o seu trail para este ano?

Cansados. Doridos. Mas não podemos desistir. As pernas sentem cada impacto dos pés já dormentes no chão. Mas já falta pouco. Eu vou conseguir.

Há corrida e depois há os trails e os ultra trails e ainda os (insanos) trail ultra endurance.

E há quem os encare como um vício, uma droga de adrenalina que os invade, e mesmo que jurem a pés juntos que não voltam a outra competição, assim que vêm as datas de outra prova, calçam as sapatilhas e vão treinar, porque “é desta que consigo passar o meu record”!

Os amantes deste tipo de desporto que nos leva ao limite já podem começar a preparar os treinos para as competições do ano que vem, algumas das mais difíceis a nível nacional passam-se na região do interior.

A contar para o nacional de “Trail”, na região, os desportistas podem marcar na agenda a data de 16 de julho para participarem no Trail das Poldras em Vouzela, numa prova de 36km.

Para aqueles que querem participar no nacional de Trail Ultra, podem preparar-se para as provas que vão decorrer na região já a 30 de janeiro com o Ultra Trilhos dos Abrutres, uma prova com cerca de 50km , em Miranda do Corvo.

A 2 de abril tem lugar o Inatel Piodão Trail Running em Piodão, uma prova com 50km.

Depois há aquelas provas que põem à prova os limites dos mais resistentes, o Nacional de Trail Ultra Endurance, com destaque para as provas da região, como a Estrela Grande Trail de Manteigas, uma prova com 90km que decorre a 20 de maio.

O titulo de campeão nacional de Trail Ultra Endurance de 2016 será atribuído no Ultra Trail Aldeias do Xisto, uma prova com 112 km, que decorre a 15 de outubro na Lousã.

O Trail Running é uma corrida pedestre em Natureza, com o mínimo de percurso pavimentado, em vários ambientes como a serra, montanha, alta montanha, planície, etc e terrenos como trilhos, estradão, caminhos florestas, em semi ou autossuficiência, a realizar de dia ou durante a noite, em percurso devidamente balizado e marcado e em respeito pela ética desportiva, lealdade, solidariedade e pelo meio ambiente.

Atreva-se!

A serra pelo Olhar do Manuel

“Boa tarde Manuel! Continuamos muito interessados em fazer um artigo acerca do teu trabalho! Fico a aguardar!”. “Olá. Obrigado. Já comecei, mas nem sempre tenho paciência para escrever, sou mais de imagens…”.

Quando, em junho, vagueava pelo facebook num daqueles passeios comuns, que na maioria das vezes nos leva a lugar algum, encontrei uma fotografia, partilhada por alguém, já não me lembro quem. A fotografia prendeu-me o olhar, não apenas pelo que retratava (uma paisagem da Serra da Estrela), mas como a retratava. Ia para além da simples captação de uma paisagem. A luz, o enquadramento, mas principalmente, o que me fazia sentir, foi inspirador. Virei o ecrã e mostrei à minha colega que, tal como eu, ficou uns segundos a olhar para aquela imagem e deixou sair um “uau”.

Procurei mais trabalhos do Manuel Ferreira, até que encontrei a página do facebook dele, com um leque de imagens semelhantes àquela que me tinha levado ali.

Todas elas me contavam uma história diferente.

Todas elas me davam vontade de as escrever.

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Não foi difícil chegar à conversa com o Manuel Ferreira que, prontamente, nos cedeu algumas fotografias para ilustrarmos a região de Folgosinho, aldeia que lhe é muito querida também. Mas nós queríamos mais que fotografias, queríamos conhecer o olhar que as captou. Lá conseguimos convencer este homem, que escreve com imagens a confessar-nos, com palavras, qual era o segredo por trás da magia que conseguimos sentir nas suas fotos.

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É um homem de imagens com paixão pela natureza.

Licenciado em Geografia, viu o seu amor pela fotografia crescer aquando da necessidade de fazer alguns registos paisagísticos naturais. Foi nesse contexto que comprou a primeira máquina fotográfica, uma Mustek de 4 Megapixels, companhia nas saídas de campo de algumas cadeiras do curso.

Para realizar a tese de final de curso, onde fez o levantamento fotográfico e georeferenciação, cartografando digitalmente vários percursos pedestres, TT e BTT do concelho de Gouveia, compra uma Konica Minolta (Bridge) e a paixão cimenta os seus alicerces, mas manteve-se tranquila, reacendendo a sua chama quando Manuel se torna o fotografo de serviço da passagem de ano 2012-2013.

É a partir desta altura que a fotografia se assume como parte integrante da sua forma de estar na vida.

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Manuel Ferreira define-se como uma pessoa observadora, atenta ao meio envolvente e a fotografia é a melhor forma de se expressar.

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A Serra da Estrela sempre fez parte da vida deste fotografo e as suas ligações ao meio fazem com que Serra seja um elemento inspirador que tem alimentado e consolidado o seu interesse pela arte de fazer fotografia, e não há uma estação do ano, um dia ou mesmo uma hora que ele considere única para fotografar.

Todas os momentos são especiais na Serra.

“Há sempre algo para descobrir, para explorar, para captar”.

Confessa, no entanto, que o facto de estudar a natureza e a sua relação com a mesma lhe permitiu conhecer as suas dinâmicas, belezas e os seus sinais.

“A luz define e molda a paisagem, por isso a hora dourada, o nascer e o pôr do sol são, para mim, as horas do dia de eleição. O amanhecer, pelos tons ainda frios e a vista privilegiada que temos das Penhas Douradas sobre a meseta ibérica e pôr do sol pelo vasto horizonte (Lousã, Caramulo, Luso) e pelas cores quentes, do ano. Como é óbvio a neve na serra cria um certo êxtase e ânsia de fazer fotografias diferentes de todas as outras serras de Portugal, mas adoro o Outono pelas cores e tons, a primavera pela vida que acorda depois do Inverno e o Verão pelo dinamismo que ganham certas zonas, como praias fluviais. Resumindo, sempre diferente, sempre interessante, sempre motivado por fazer diferente dos outros olhares e mostrar o que esta Serra tem de melhor”.

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Apesar de ser um apaixonado pela Serra e pela fotografia, Manuel não é um daqueles aficionados que anda sempre com o equipamento à mão, não vá surgir o momento perfeito para uma fotografia, utilizando o telemóvel para o que chama de “registos de ocasião”.

Costuma sair com o propósito de fotografar, idealizando um cenário para a fotografia perfeita o que, segundo o mesmo, raramente acontece, acabando por transformar a sua visão numa tela em branco à espera de ser pintada, variando sempre com o estado do clima que, “como sabemos a estas altitudes está em constante mudança”.

Fotografar, para o Manuel, começa por ser um ato racional que rapidamente se transforma numa ação emocional assim que pega na máquina acabando por fazer várias fotografias do mesmo lugar com enquadramentos diferentes e esperando por uma luz ou uma sombra melhores, sendo que não existe um local que lhe seja favorito para fotografar, todos têm uma essência diferente conforme a altura do dia ou do ano.

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A paixão de Manuel pela Serra está visível nas suas fotografais, é algo quase papável, mas neste momento o seu modelo de eleição não é uma paisagem e imana uma luz muito própria que apela ao coração do Manuel como nenhum outro modelo o poderá fazer, o seu filho de dois meses.

Registos diferentes com emoções diferentes.

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Quando vemos uma fotografia do Manuel é inevitável não ficarmos presos a ela, guardando alguns momentos para entrarmos na mesma.

Não é apenas uma paisagem, muito menos uma fotografia bonita.

É o captar de um momento, guardado na perfeição de uma imagem.

Seja pela luz, seja pelo movimento, seja pela carga emotiva que uma paisagem pode despertar em quem a vê. Dá-nos vontade de entrar nesse quadro e lá nos perdermos. Se é isso que o Manuel pretende que sintamos nas suas fotografias? Acredito que sim.

Manuel Ferreira é daquele tipo de fotógrafos que capta com intenção, tentando que fique impressa na imagem a emoção que o fez tirar a fotografia naquele momento, com determinado ângulo, luz ou sombra. Tal como um poeta, mostra em imagem o que um poeta transmite em palavras. Não o faz por fazer nem por mero senso estético.

A Serra tem paisagem belíssimas, não é difícil encontrar um cenário perfeito para uma fotografia bonita, mas difícil é captar o que esse cenário nos faz sentir, e é aí que reside a arte de Manuel.

“Tirar fotografias é fácil, FAZER  fotografia requer algumas técnicas, respeitar algumas regras… cada um é livre de mostrar o seu olhar e de se expressar, mas como num texto, a maior parte das pessoas sabe escrever, mas será que toda a gente escreve bem?! Toda a gente interpreta da mesma maneira?! Não, na fotografia é a mesma situação, temos de fazer com que o público veja aquilo que queremos mostrar numa imagem só e para isso é necessário ter noção do ângulo fotográfico, da profundidade de campo e das demais variantes fotográficas, para que todos que a vejam, percebam o enquadramento e mais facilmente a interiorizem e apreciem”.

Mas mais que técnica é preciso ter emoção e é isso que captamos nos trabalhos deste fotografo.

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Há vários locais que Manuel Ferreira aconselha para captar boas fotografias como o Covão Dametade, Penhas Douradas, Bosque de São Lourenço, Vale Glaciar de Manteigas ou o Polo do Inferno. Apenas alguns dos locais desta vasta Serra.

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São fotografias que fascinam não apenas quem aqui vive.

Os seus trabalhos não nos fazem achar que é apenas uma fotografia bonita, é uma imagem que nos faz deixar sair um “uau” e isso é, para mim, o mais importante.

 

Tânia Fernandes

Fotografia: Manuel Ferreira

 

 

O Serra da Estrela é mais que um cão

É o melhor amigo do homem. Tem quatro patas, uma cauda e muito pelo. A energia deles parece inesgotável e têm o dom de alegrar o dia de quem não prescinde da sua companhia. Os latidos e uivos noturnos são um mal menor para quem sabe que o amor de um cão é para toda a vida.

Na Serra da Estrela há uma raça muito especial de cães.

Animais que são o exemplo perfeito desse dito que afirma que o “cão é o melhor amigo do homem”.

O Cão Serra da Estrela é mais que um amigo, é um compincha fiel, um companheiro que ajuda a que os longos dias dos pastores na Serra sejam mais fáceis de suportar. Um amigo que ajuda no trabalho e que com afinco e dedicação ajuda os pastores a controlarem os rebanhos. São animais resistentes de personalidade e meiguice forte. Crê-se que esta raça descenda dos antigos mastins do Tibete, tendo com o decorrer do tempo, adequando-se às necessidades de guardador de rebanhos nesta região montanhosa.

No próximo sábado decorre, no Cartaxo, o 1º Encontro Global do Cão da Serra da Estrela, num evento que pretende juntar criadores, comunidade científica e público em geral, num dia dedicado a esta que é uma das raças caninas mais antigas da europa. Este encontro contará com várias atividades como oficinas, uma mostra canina, palestras, tertúlias, concurso de fotografia, entre outras atividades.

Há já um portal dedicado ao Cão Serra da Estrela, em www.caoserradaestrela.net, onde se pode encontrar diversa informação acerca desta raça de instinto protetor e fidelidade ao seu dono.

O cão Serra da Estrela é um animal tranquilo, pouco excitável, embora mais enérgico e agitado quando é jovem. É um excelente cão de guarda, muito vigilante e sempre alerta.

Nos seus genes está a necessidade de liberdade, imposta pelos anos a guardar gado na vasta serrania, por isso pode ser um cão teimoso e muito independente, possuindo uma inteligência notável e, por isso, é fácil ensiná-lo.

Quem tem um cão Serra da Estrela fala da sua meiguice, reconhecendo que é um animal dócil, afetuoso e brincalhão, sendo paciente e cuidadoso com crianças, idosos e pessoas frágeis ou com deficiência.

Desde 2010 que existe a Confraria do Cão Serra da Estrela cujos objetivos passam pela valorização histórica, patrimonial, cultural, social, lúdica e de trabalho desta raça, a par da promoção e divulgação do cão Serra da Estrela.

É importante preservar aquilo que é nosso, e o cão Serra da Estrela é uma raça especial, por isso deve ser preservada.

É um ícone da região.

Quando pensamos nas imagens bucólicas da Serra é inevitável não adicionar ao quadro as ovelhas, o Pastor e o seu fiel ajudante. Não é estranho passearmos pelas aldeias desta Serra e vermos estes amigos de quatro patas pelas ruas, com ou sem ovelhas, alguns a gozarem os seus anos de “reforma”, deitados a desfrutarem dos raios de sol no inverno.

Os habitantes das aldeias reconhecem os seus cães e tratam-nos como habitantes da terra. É esse o carinho e o respeito que as gentes daqui têm por estes animais. São mais que cães são, verdadeiramente, amigos!

 

Fotografia: Manuel Ferreira

 

 

Os melhores percursos pedestres são nossos!

Nada que nos surpreenda é claro, afinal estamos envoltos numa paisagem maravilhosa, cheia de surpresas a cada canto e recanto.

Também sabemos que, por cá, se valoriza prática desportiva em espaços abertos e somos uma região rica em percursos pedestres, o que nos pode surpreender até, e sem modéstias claro, é que na lista dos 10 melhores percursos pedestres feita pela VortexMag, só lá tenhamos 8!

Esta lista contempla, então 10 percursos pedestres que o site considera serem os melhores, 8 deles são na região da Serra da Estrela e nas regiões em torno dela. E quais são? Pois bem, comecemos pelos percursos pedestres na região da Serra da Estrela.

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O primeiro percurso selecionado é em Gouveia, a Rota dos Penedos, que percorre as freguesias de Nespereira, Arcozelo, Rio Torto e Vinhó. Trata-se de um percurso circular que atravessa áreas de interesse arqueológico, como por exemplo, na freguesia do Arcozelo onde é possível observar duas sepulturas antropomórficas esculpidas no cimo de um rochedo.

É ainda possível, ao longo do percurso, visitar o Dólmen de Rio Torto. Com sorte, poderão encontrar raposas, texugos, ginetas e javalis.

O percurso, que começa e termina no Parque Senhora dos Verdes, tem cerca de 20,3Km e tem um grau de dificuldade moderado.

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A Rota do Javali em Manteigas é outro dos percursos pedestres selecionados pelo site. Este é um percurso com características circulares e, ao longo da caminhada, os aventureiros podem atingir a cota dos 1306m.

É um percurso de dificuldade média e tem cerca de 11km, com duração prevista de 5h.

Nesta Rota tem-se uma vista panorâmica sobre a Vila de Manteigas e é possível cruzar o interior de florestas magníficas, subir ao topo da ribeira de Leandres e sentir a cascata do “Poço do Inferno”.

Para ver com calma a Casa do Guarda-Florestal dos Carvalhais ou o Viveiro Florestal das Moitas. De destacar a paisagem provocada pelo fenómeno das cascalheiras – depósitos de fragmentos rochosos grosseiros, normalmente localizados em pendentes de inclinação moderada a forte gerados pelo fender das rochas quando a água passa do seu estado liquido a gelo.

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O percurso circular que envolve a Aldeia Histórica de Piódão foi também escolhido como um dos melhores do país. Este percurso permite vislumbrar e apreciar as paisagens envolventes desta aldeia e a sua própria fisionomia que a torna tão especial.

O percurso começa, e acaba, no Largo Cónego Manuel Nogueira ligando a aldeia ao lugar de Foz d’Égua que é igualmente belo.

É um percurso fácil, com declive pouco acentuado.

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O site selecionou, igualmente, para constar na sua lista, a Rota do Feto em Viseu, na freguesia de Mundão, com uma extensão de cerca de 5km e relativamente fácil de ser percorrido.

O percurso inicia-se junto ao Lago na Quinta do Catavejo e segue por zona residencial em direção à floresta onde se convida a descansar e apreciar a natureza envolvente.

O percurso segue pela povoação de Nespereira, passando junto à Quinta dos Cabrais, destacando-se pela sua bela e importância histórica. Chegados ao largo do fontanário o melhor mesmo é beber uns goles de água pura e restabelecer energias, seguindo por uma zona habitacional e regressando ao ponto de partida.

Ao longo deste percurso é impossível ficar-se indiferente à beleza envolvente.

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Em Carregal do Sal está outro dos percursos escolhidos pela VortexMag, o Circuito Pré Histórico Fiais/Azenha, um projeto de revitalização e valorização patrimonial que permite a quem o visita ficar a conhecer vários marcos da pré história da região. Com cerca de 4 km de extensão, este percurso permite aos aventureiros desfrutarem de uma paisagem deslumbrante.

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O Trilho das Terras de Granito na Serra do Caramulo e que atravessa as aldeias de Macieira de Alcôba, Urgeira e Carvalho, é um trilho que desvenda o antigos lugares perdidos na encosta virada a sudoeste, assim como diversos moinhos.

Os praticantes podem ainda ver vestígios de casas e campos, de vidas e lendas que contam o passado das gentes da serra.

Visite este trilho no outono e deslumbre-se com os cursos de água.

É um percurso circular com cerca de 8,90km de fácil acesso.

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Em Castro Daire está outro dos percursos pedestres selecionados como sendo um dos dez melhores do país, o Trilho do Moinhos, de tipo circular com cerca de 6,02km de extensão e de grau de dificuldade moderado.

Tem um elevado interesse paisagístico, cultural e ambiental.

Quem o percorre encontra moinhos em cascata, cursos de água maravilhosos e que convidam à contemplação.

Por fim, a lista da VortexMag refere a Rota do Megalitismo em Sever do Vouga, uma rota de dificuldade moderada com cerca de 9km, onde o passeio leva as pessoas pela história ancestral da região, com muitas antas ou dólmens, com destaque para a Anta da Capela dos Mouros, Anta do Poço dos Mouros e a Anta da Sepultura do Rei.

 

Da lista do site figuram ainda o Trilho do Vinho do Porto no Douro e o Percurso da Pedra Bela no Gerês.

Sabemos que a nossa região é rica em história e paisagens de cortar a respiração.

A nossa sugestão é que pegue nas sapatilhas e vá à descoberta destes percursos pedestres, reserve um sábado ou um domingo de outono e parta à aventura!

Fotografia: 100atalhos

 

Manteigas é ECO XXI

Manteigas está de parabéns! Pelo nono ano consecutivo o Município de Manteigas viu-lhe ser atribuído o galardão “Município ECO XXI”.

Este galardão vem com um prémio que consiste na construção de um Lago Biológico num espaço público.

O galardão vem atestar as boas práticas de sustentabilidade desenvolvidas a nível municipal e Manteigas mostrou, mais uma vez, que os esforços no sentido da preservação e sustentabilidade têm sido uma aposta constante, não estive o município inserido no Parque Natural da Serra da Estrela, envolto numa paisagem que vale a pena preservar, valorizando um conjunto de aspetos fundamentais à construção e desenvolvimento sustentável, alicerçados em dois pilares: a educação no sentido da sustentabilidade e a qualidade ambiental.

O Eco XXI é um programa de educação para a sustentabilidade, implementado em Portugal pela Associação Bandeira Azul da Europa desde 2005, dirigido aos técnicos decisores dos municípios considerados agentes privilegiados de promoção no desenvolvimento sustentável a nível local.

Este programa é composto por 21 indicadores de sustentabilidade local e pretende avaliar a prestação dos municípios, reconhecendo como eco-municípios os que demonstram a implementação de boas práticas, politicas e ações em torno de alguns temas chave como a Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável, Sociedade Civil, Instituições, Conservação da Natureza, Ar, Água, Energia, Resíduos, Mobilidade, Ruído, Agricultura, Turismo e Ordenamento do Território.

 

Queijo da Serra feito em Celorico da Beira arrecada prémio

É sempre com orgulho que recebemos noticias de reconhecimento dos produtos que por cá são feitos.

Desta vez foi a Cooperativa Agropecuária de Celorico da Beira – COCEBA que viu a distinção na categoria de “Queijo – Produtos Processados” na segunda edição do prémio Intermarché Produção Nacional que premeia projetos agrícolas que se destacam pela sua qualidade e inovação.

Foram 12 os candidatos que chegaram à final e 6 saíram vencedores.

A COCEBA da “Capital do Queijo da Serra da Estrela” conta com 1440 cooperantes, dos quais 20 são produtores de queijo de ovelha curado, sendo que sete deles possuem certificação DOP. Nesta cooperativa são produzidos, todos os anos, entre 150 a 200 toneladas de queijo da região, mas apenas 30% são certificados.

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A COCEBA é uma das mais importantes cooperativas da região, sendo um dos elementos fundamentais na preservação e dinamização das raças autóctones de ovelhas e cabras, fundamentais para a manutenção do ecossistema da Serra da Estrela e para a confecção deste maravilhoso queijo que enche a população da região de orgulho.

É objetivo da COCEBA recuperar e promover um património de elevada importância como é o do Queijo da Serra da Estrela e conta já com lojas nos aeroportos de Lisboa e Porto que servem, igualmente, de cartão de visita da região da Serra da Estrela para aqueles que entram no nosso país.

A cerimónia de entrega do prémio decorreu em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, e contou com a presença da Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas.

Os vencedores deste concurso terão agora assegurado o escoamento dos produtos durante um ano e a margem será repartida entre o produtor e o Intermarché, estando ainda garantida a visibilidade dos seus projetos e dos seus produtos em diversos meios, incluindo nas superfícies comerciais.

Ainda de destacar a menção honrosa para a “Ervas da Zoé”, uma empresa de Henrique Sancho Manso que saiu de Lisboa com a família para produzir ervas aromáticas biológicas e, Idanha-a-Nova.

Há férias para além da praia

Agosto é, por tradição, o mês das férias dos portugueses e, por tradição ou por falta de conhecimento de alternativas, a romaria nesta altura segue em direção ao pôr do sol das praias, numa busca desenfreada por um lugar no areal cheio de gente, mesmo aqueles que por esses lados vivem durante todo o ano.

Não me interpretem mal, eu gosto da praia.

Nasci no litoral e sou uma daquelas pessoas que fazem parte da tribo dos que gostam da água fria das praias do norte, vejam só! É verdade sou super fã, mas isso são histórias para outros dias.

Certo ano, por esta altura, foi decidido cá por casa que as férias não teriam água salgada. O choque! Seguido da esperança de uma viagem além fronteiras rumo a uma cidade cosmopolita dessa Europa fora, composto por uma chamada à realidade financeira dos meus parcos recursos monetários, típicos de uma jovem na casa dos 25 anos acabada de entrar no mercado do trabalho.

“Vais ver que existem férias sem mar”, rematou o meu namorado, beirão de gema.

O roteiro estava planeado por quem conhece estas terras e por quem tem orgulho em exibi-las como se fossem um prémio obtido pelo esforço de uma qualquer demanda.

“Começamos amanhã pela manhã”.

E assim foi.

Mochila com as provisões necessárias para o dia e que consistiam em sandes, bolachas e água. Máquina fotográfica em riste e a certeza de que não haveria mergulhos nem toalha estendida ao sol.

Seguimos rumo a norte do distrito até Vila Nova de Foz Côa, ainda pela estrada nacional, apreciei cada nuance da paisagem. Os olivais e os campos acastanhados pelo calor.

Junto ao Côa a fronteira do distrito, passamos pelo Pocinho e voltámos para trás. Saímos da estrada e fomos conhecer Marialva. Foi aqui que comecei a perceber o que tem de mágico a região. As suas aldeias e os seus castelos. As suas histórias e a simpatia das gentes que nos saúdam ao passar. A humildade dos seus passos e dos seus sorrisos.

Passamos a tarde por esta parte do distrito da Guarda.

“Amanhã vou levar-te a Pinhel, Almeida e a Castelo Mendo. Ainda vais conhecer o Sabugal, Sortelha, Belmonte, terra de Cabral e Judeus e Manteigas! Até pode ser que te leve a dar um mergulho!”.

E assim foi. Um dia inteiro para passear por terras do Sabugal e o seu castelo, embrenhar-me nas ruas de Sortelha. Parámos várias vezes pelo caminho apreciando as aves e as raposas que pulavam pelos campos.

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Tive direito ao mergulho na praia de Valhelhas onde acampámos pela noite.

No dia seguinte fui conhecer o Vale Glaciar do Zêzere, cujas paisagens conhecia apenas da época de Inverno e que me deslumbraram no verão.Aqui a luz é diferente e transforma a paisagem num quadro quase etéreo. O calor é intenso e as noites frescas e revigorantes. Conheci o Poço do Inferno que de infernal nada tem e o Covão de Ametade, lindo de morrer.

Os dias passaram e conheci a zona de Seia e Gouveia, a aldeia de Linhares e os corajosos que aqui ganham asas de parapente, afortunados que por momentos têm privilégios de pássaro.

Conheci pequenos tesouros onde se pode mergulhar como o Vale da Castanheira, com água gelada como eu gosto!

“Vês é tão gelada como as praias do norte”!

Por terras de Folgosinho conheci a Senhora de Assedasse e a paisagem deslumbrante que durante a noite dá lugar a um mar de estrelas sem fim!

Em Vale do Rossim fiquei surpreendida pelo azul da água, espelho do céu que ali se reflete com vaidade.

E mesmo próximo da Guarda há lagoas secretas!

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E assim se passaram duas semanas com fugas e escapadas por alguns tascos e restaurantes bem em conta, onde pude “degustar” a Serra. Acho que foram nestas férias que o meu namorado me fez apaixonar por estas terras e rendeu a minhota que há em mim aos sabores, perfumes e paisagens da Serra da Estrela.

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Hoje é meu marido, gosto de pensar que o plano dele foi sempre esse: garantir que me apaixonava por esta terra e nunca mais quisesse daqui sair, tornando-me sua mulher. Conseguiu.

Há mais que praias neste Portugal para visitar e onde podemos passar as nossas férias.

Há terras e gentes para conhecer.

Comida para provar e paisagens para descobrir.

Há todo um país que nos convida a fugir das praias salgadas e conhecer as suas raízes.

Atrevam-se a descobrir esse mundo, e ainda por cima é para toda a família!

Não fui ao estrangeiro… quer dizer…o meu marido, então namorado, fez questão de me levar até Vilar Formoso e ver a placa que diz Espanha. “Pronto já podes dizer que foste ao estrangeiro nestas férias!” por isso, tecnicamente, acabei por ir…

 

Tânia Fernandes

 

Queijo da Serra com certificação internacional

Falemos de queijo que por estas bandas é do melhor que há e não provoca esquecimentos e, por isso, devemos lembrar que o Queijo Serra da Estrela é uma das nossas bandeiras por esse mundo for pela sua textura única, sabor incomparável e qualidade superior.

Hoje trazemos boas notícias, mesmo que o facto já tenha ocorrido há um mês, mas já sabemos que o verão traz destas coisas e o tempo, assim como as notícias, demoram um pouco mais a chegar por alturas do estio.

O que interessa é que se dê a conhecer mais um feito, ou conquista, que os nossos produtores alcancem e de facto esta é digna de se dar a conhecer, desta feita, e como já devem ter desconfiado, relacionada com o queijo e, pois então, devemos parabenizar a Queijaria Artesanal do Ilídio, em Fornos de Algodres!  Recebeu a certificação IFS FOOD, uma certificação Internacional que consiste numa das mais reconhecidas normas de referência para sistemas de qualidade e segurança alimentar a nível internacional, recebendo esta distinção no âmbito de fabrico e embalamento de queijo curado e de requeijão., sendo a primeira empresa de produção de queijo de ovelha da Serra da Estrela a conseguir esta certificação.

A Queijaria Artesanal do Ilídio tem mais de dez anos e fornece queijo de elevada qualidade. Assente na tradição familiar esta queijaria produz queijos de cabra frescos e curados, queijos de ovelha amanteigados e curados, dando seguimento a uma tradição que tem passado de geração em geração. Aqui podemos encontrar queijos de elevada qualidade e que, realmente, refletem a alma e sabor do Queijo Serra da Estrela.

 

Oh Meu Deus! Pelo desafio do trail!

Oh Meu Deus é já este fim-de-semana!

Preparem as sapatilhas, os calções e a adrenalina. Força nas pernas e vamos lá, temos 100 milhas, que é como quem diz, quase 161 km, para correr, e que corrida nos espera!! Vamos lá até ao maior Ultra Trail de Portugal Continental, que decorre na Serra da Estrela!

O nome desta prova diz tudo: Oh Meu Deus! Porquê este nome? Ora, são 100 milhas por entre a Serra que, garantidamente, irão arrancar muitos “Oh Meu Deus” aos participantes, alguns dos quais, frente aos desafios, apostamos, irão ter interjeições do tipo, “Oh Diabo”.

Está visto que esta prova não é para fracos, mas também já sabemos que, dos fracos não reza a história, e a verdade é que quem arrisca participar neste ultra trail é já, à partida, um corajoso!

É uma das provas mais desafiantes do país devido às características geográficas irregulares do terreno, à altitude e amplitudes térmicas.

Esperam pelos participantes um sem número de dificuldades que colocarão à prova os limites de cada um e é isso que torna esta prova tão especial!

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O grande objetivo nesta prova, para grande parte dos participantes, não está em chegar em primeiro lugar, mas sim, em conseguir terminar, sinónimo que se venceu a montanha!

São cinco os desafios apresentados aos participantes, todos com saída junto à Câmara Municipal de Seia.

O desafio mais simples é a Caminhada, com uma distância entre os 8 e os 10km e tem lugar no dia 6, sábado.

A organização apresenta ainda mais quatro desafios neste ultra trail, o primeiro com cerca de 20 km, também com inicio no dia 6 de junho e com uma duração prevista de 8 horas, o segundo também a sair frente à CM de Seia a prova K70, com mais de 70 km e com uma duração prevista de 16 horas. Ainda as provas mais desafiantes, com inicio no dia 5 de junho, sexta-feira, a K100 com mais de 100 km e que tem uma duração prevista de 26 horas e a prova mais “Oh Meu Deus!”, que para muitos será mais “Deus me livre!”, a K100 milhas+ que, traduzida para metros, tem qualquer coisa como 161 km e uma duração prevista de 46 horas!

São já cinco anos de prova e esta será a Gold Edition, contando com a participação de atletas que, mais uma vez, voltam para tentar vencer a Serra.

Nesta quinta edição há algumas novidades, já que este ano não haverá apenas três lugares no pódio, mas sim cinco. Cada prova terá 10 vencedores, cinco masculinos e cinco femininos, com prémios que pretendem transparecer a resistência e a flexibilidade, a capacidade de adaptação e a lealdade que os atletas têm ao OMD e à Serra da Estrela.

Esta é uma das provas mais desafiantes do panorama desportivo nacional, e é uma boa forma de promoção da região, revelando o seu potencial para o desporto de resistência.

 

 

Paremos para um Folgosinho de ar!

Subimos a Serra por entre estradas sinuosas, envoltas numa paisagem deslumbrante. Paramos para um Folgosinho de ar.

Pelo caminho, em dias solarengos, conseguimos que o nosso olhar alcance terras do Douro.

Continuamos a nossa viagem, passando por uma ou outra aldeia no sopé norte da Serra da Estrela. Gouveia já ficou para trás e ao fundo podemos ver Fornos de Algodres e Celorico da Beira. Somos forçados a parar, a estrada foi invadida, afinal por aqui o trafego por vezes é intenso, e as ovelhas têm prioridade nestes caminhos.

Conduzidas por um Pastor de capa ao ombro que, mesmo em dia de calor, a segura por uma mão calejada enquanto que a outra palmeia o caminho com ajuda de um cajado que, a par de um ou dois cães de raça Serra da Estrela, lhe faz companhia durante os dias e o ajuda a conduzir o seu rebanho pelos pastos da Serra.

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Chegamos ao nosso destino. Uma pequena aldeia na Serra. Os caminhos são estreitos e um dos primeiros edifícios que nos acolhe é a Igreja Matriz. Pequena e singela, humilde na traça mas calorosa em fé. Envolvida por um Adro onde as pessoas da aldeia se encontram e passam parte do seu dia, este Adro é a sala de estar do povo, rodeado de árvores frondosas que proporcionam uma apetitosa sombra em dias de calor, e mesmo despidas no Inverno, ornamentadas de neve, este pequeno espaço central na aldeia é o local mais convidativo e onde todos os caminhos embocam. Passamos o Adro e vemos a capela que acolhe os santos e as almas.

Todas as aldeias têm a sua capela, faz parte das suas gentes e tradições e é por causa dela e da sua Santa que todos os anos, no primeiro fim-de-semana de Setembro a aldeia se veste de festa e durante três dias.

Os filhos desta terra reencontram-se entre abraços de saudade e orações de fé. A Nossa Senhora do Socorro ajuda os seus filhos e estas gentes agradecem-lhe, pelas mãos de cada geração, com uma celebração que, mais que de fé, é de reencontro.

Seguimos pelos caminhos, numa espécie de altar, como que a velar por todos os que por estes lados passam, está uma espécie de Posto de vigia, O Castelo. Pode não ser um Castelo ostensivo, com grandes torres ou muralhas, mas defendeu estas terras dos mouros e protegeu as suas gentes dos ataques do inimigo.

Reza a lenda que nestas terras nasceu Viriato, o destemido lusitano. Anos mais tarde a terra terá sido visitada por El-Rei em pessoa, não se sabe ao certo de D. Afonso Henriques se o seu filho D. Sancho I. Mas seja como for, a aldeia no meio das pedras terá sido visitada pela mais alta figura nacional, que aqui terá descansado, aquando das suas batalhas com os mouros, bebido das águas puras de uma fonte que terá nascido milagrosamente, e nesta aldeia terá dito aos seus soldados para tomarem um Folgosinho do ar mais puro que encontrara.

O Castelo, posto de vigia, ou miradouro, permaneceu por cá, já não defende as gentes lusas, mas proporciona a quem o visita, vistas únicas, uma paisagem que de tão deslumbrante nos tira o ar, e nos força a tomar um Folgosinho.

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Esta é uma aldeia de fortes costumes, com uma história secular riquíssima, sendo que durante séculos fora uma das principais povoações do reino. Por cá passaram reis, senhores da corte e conspirações já no séc. XX.

Hoje passam por cá turistas. Milhares de turistas durante o ano. Será, a par de aldeias como o Sabugueiro ou o Piódão, a aldeia mais visitada da Serra da Estrela. Não apenas pelas suas casas de pedra, ou as suas ruelas irregulares, pelo seu Castelo, ou pelas paisagens deslumbrantes, mas por um local que começou como uma pequena tasca. Nesta pequena tasca, comandada pelas mãos do Sr. Albertino e da Sr. Emília, os petiscos gastronómicos da Serra ganharam louvores tais que cá acorrem, a este que agora já não é uma tasca, mas um verdadeiro empreendimento de Turismo Rural, mais conhecido pelo seu Restaurante, “O Albertino”, milhares de pessoas ao longo de todo o ano. Imortalizado pelos seus cinco pratos que fazem as delicias dos visitantes.

Aqui a gastronomia serrana é rainha e os produtos locais são uma prioridade.

As receitas têm muitos anos, mantendo-se praticamente inalteradas e confecionadas por gentes de cá, que lhes conhecem os segredos. Não é luxuoso “O Albertino”, mas também não é luxo que os visitantes procuram, aqui o que se quer é aquilo que se recebe, genuinidade, sabor e muita simpatia, à boa maneira beirã.

No final do repasto composto por cinco pratos o melhor mesmo é caminhar pela aldeia, comecemos por fazê-lo a pé, para ajudar a fazer a digestão, e se nos dias mais quentes não adormecer numa sombra, ou se no inverno não se refugiar à lareira de uma das casas de turismo rural que aqui existem, deixe-se levar pelas ruas, na companhia de alguns cursos de água que serpenteiam por lá, delicie-se com as muitas fontes que por aqui existem, e reflita nos seus dizeres. “Água e mulher só boa se quer”, “Oh Fonte dos limos verdes, que me dera a tua sina, és velhinha e nunca perdes o teu palrar de menina”, estes são apenas alguns dos dizeres que encontrará nas fontes da aldeia.

Se se sentir capaz de aventuras aconselho a que pegue no carro e se embrenhe na serra. Suba pelas estradas que levam à parte desabitada da aldeia. Aqui a Serra da Estrela irá desvendar-lhe paisagens deslumbrantes onde se quererá perder.

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Folgosinho é uma das aldeias mais conhecidas da Serra da Estrela, e quem a visita sabe porquê.

Não é apenas pelas paisagens nem pela boa comida. É pela senhora de lenço negro que se deixa aquecer pelo sol no Adro. É pelos velhotes que jogam às cartas frente ao restaurante. É pelas ovelhas acompanhadas do seu pastor e do seu fiel amigo. É pela bucólica paz que a envolve, pelas suas tradições e pelas memórias que guarda e que proporciona.

Pode estar a ficar despovoada de quem a cuide durante os dias, mas enche-se de calor com os seus filhos que todos os anos retornam e que teimam em fazer com que a sua alma perdure mais uns séculos, e ao fim-de-semana, seja de verão seja de inverno, enche-se de gentes que vêm de todos os cantos do país, e não só, levando as suas lendas e espalhando-as por todas as partes, levando os seus sabores e ansiando voltar o quanto antes. E mesmo que a subida seja dura, sabe-se que aqui, no alto da serra, numa terra construída no meio das pedras brancas, se poderá sempre tomar um Folgosinho de ar!

Fotografia: Manuel Ferreira Fotografia