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Quando a Serra se veste de neve

Sei que para muitos esta minha alegria infantil perante a neve deve parecer pateta. Eu sei que até o é, mas não posso controlar.

Cresce em mim uma ansiedade perante a possibilidade de um nevão e vou olhando para a janela de 5 em 5 minutos confirmando se começam a cair os flocos brancos que tanto desejo ver.

Se há alturas em que me questiono acerca do porquê de ter escolhido viver na Serra, aguentando os rigores do inverno, longe da minha família, é quando neva que percebo, claramente, a resposta.

Cada vez que cai um nevão é, para mim, como se a natureza me brindasse com um presente e sou, de novo, uma criança numa manhã de Natal!

Ver nevar é como uma terapia. Uma sensação de paz e euforia, que me liberta a alma e me faz sentir feliz. Não consigo conter o sorriso perante a paisagem pintada de branco, e mesmo que estas contingências da natureza tragam consigo muitos inconvenientes, são para mim males menores, porque o meu coração enche-se perante a beleza que a neve traz consigo.

Lembro-me da primeira vez que vi nevar. Na primeira semana em que vim estudar para a Guarda. Caíam tão pequenos que nem percebi que era neve, e assim que me dei conta do facto, abri um sorriso, levantei a cabeça e apreciei o momento, ali, parada no meio da rua, de nariz no ar, encantada com os flocos que se juntavam, num bailado único.

Deslumbrante.

Foi a primeira vez, e jamais me esquecerei daquela tarde de novembro, porque foi ali, naquele preciso momento, uma semana depois de ter chegado à cidade mais alta, que percebi que seria muito difícil ir-me embora.

 

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Quando neva tudo se transforma, a natureza veste o seu mais belo vestido para ir ao baile. A luz de uma manhã com neve é única, brilhante! E o silêncio que existe à noite depois de um nevão é mágico.

 

 

Neve, a vingança do Beirão

A cidade transforma-se num parque de diversões e as pessoas ficam, genuinamente, felizes!

Acho que é isso que mais gosto, esta partilha que só quem por aqui vive tem. É uma espécie de orgulho bairrista. Quando no verão somos “bombardeados”, nas redes sociais, com imagens de pessoas nas praias e de pores do sol à beira mar, ficamos cheios de vontade que chegue o Inverno porque ao primeiro nevão iremos desforrar-nos, com a vantagem, ainda, que a neve está nas nossas varandas e jardins e mesmo a casa mais feia fica deslumbrante com um manto de neve!

 

 

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Não iremos colocar fotografias sentados numa esplanada a beber uma cerveja, iremos colocar fotografias das batalhas e dos bonecos de neve!

Iremos “atacar” com imagens dos passeios à Serra, das tentativas de fazer ski ou sku, ou snowboard, ou apenas de trambolhões, com caras vermelhas de frio e um sorriso de quem está a ter o melhor momento das suas vidas!

Faremos questão de colocar imagens de pingentes de gelo e do termómetro do carro que aponta temperaturas negativas, “porque o frio aqui é a sério”, não mostramos o bikini, nem os pés na areia, mostramos as botas enterradas na neve e o mais colorido dos gorros, de preferência carregados de neve!

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E mostramos porque gostamos tanto de neve: porque é algo que desaparece assim que o sol aqueça, uma dádiva que deve ser aproveitada ao máximo, até porque não temos a certeza de quando voltará a cair!

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Em 15 anos de “Serra” pude ver que é algo que ocorre com cada vez menor frequência, e contam as pessoas de cá que “antigamente” nevava muito mais, com nevões que duravam dias!

Atualmente não vemos isso, prova que as alterações climáticas são bem reais, por isso quando neva é como se fosse um dia de festa!

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Este ano tivemos poucos nevões, pelo menos até agora e, pela primeira vez, entramos no carro e fomos à descoberta (por onde o carro podia ir), e posso confirmar, aqui, que aqueles que vão numa espécie de corrida desenfreada até à Torre, são uns tontos.

Havendo neve a cotas mais baixas o conselho que dou, para quem quer uma verdadeira experiência de neve na Serra da Estrela, é ir até uma aldeia e explorar a natureza à sua volta. Apreciar a coreografia dos flocos por entre as árvores. Ver a água em cristais transparentes. Deslumbrar-se com a vegetação coberta de neve, assistir à natureza suspensa em luz e serenidade. É entrar num mundo que inspira as histórias de fadas, duendes e princesas de gelo.

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Há magia palpável em nosso redor.

Esqueça as pistas de ski, esqueça os locais turísticos!

Não se arrelie com as estradas cortadas para a Torre, mais abaixo é onde a magia acontece.

Aqui a neve é fofa, intocada e não gelo sujo pelos carros e pelas centenas de pessoas que a pisam, com a vantagem de poder entrar num tasco da aldeia e aquecer o corpo com uma bebida quente e os cheiros beirões, sem ter de perder muito tempo dentro do carro!

Foi o que fiz este fim-de-semana, quando levei o meu pequeno de 4 anos a brincar na neve, fomos até um pequeno mundo encantado onde a imaginação foi o principal ator num palco encantado de alvura. Fui construir memórias de inverno, e preparo-me para disparar a minha rajada de fotografias no facebook, porque também mereço a minha pequena desforra!

 

Tânia Fernandes

 

Viaje pela Serra da Estrela:

https://heartbeat.pt/motivos-nao-visitar-serra-estrela/

A nossa sugestão para o Carnaval!

Está aí o fim-de-semana mais folião do ano! Quatro dias cheios de animação!

Há várias Feiras na região que prometem atrair milhares de pessoas, com cartazes muito apetecíveis. O problema está em escolher. Mas é possível! Agilize essa agenda e não deixe de participar nos eventos que vamos sugerir:

 

Sexta-feira dia 5

Xutos & Pontapés na XXI Feira das Tradições de Pinhel

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Entre sexta-feira e segunda decorre a XXI Feira das Tradições de Pinhel, um evento que já é uma referencia na região e que pretende dar a conhecer a cultura e tradições do concelho de Pinhel.

A aposta num cartaz apelativo leva milhares de pessoas a Pinhel, mas a nossa sugestão para o inicio deste fim-de-semana de folia começa logo na sexta-feira com o Concerto da melhor Banda de Rock nacional, os Xutos & Pontapés.

Com quase 40 anos de existência, esta é uma banda que não precisa de apresentações. Do seu reportório fazem parte músicas icónicas que têm presença na vida de muitos portugueses como “A minha Casinha”, “Circo de Feras” ou o mais recente “De Madrugada”. Estes são singles que, com certeza, farão parte do alinhamento do concerto de sexta à noite em Pinhel.

Os Xutos & Pontapés são visitantes assíduos da região e ninguém lhes é indiferente, mas vale sempre a pena assistir a um concerto desta mítica banda, independentemente da idade que se tenha. O concerto começa às 23h30.

 

Sábado dia 6

Karnival Party na Covilhã, Revista à Portuguesa em Celorico da Beira e Mmiguel Gameiro em Gouveia

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Em Celorico da Beira decorre a Feira do Queijo e o Carnaval celebra-se com risos. No Centro Cultural de Celorico da Beira, a partir das 21h00 sobem ao palco alguns dos mais acarinhados nomes do teatro nacional na revista Pró Diabo Kus carregue!, com os atores Natalina José, Paulo Oliveira, Anita Guerreiro, Ana Paula Mota, Luís Viegas e Filipa Giovani. Os bilhetes custam 5€ para crianças até aos 12 anos e 7,50€ para os restantes.

Em Gouveia sobe ao palco do Teatro Cine o cantor Miguel Gameiro com os Pólo Norte num concerto que não deixará ninguém indiferente. Os Bilhetes custam 8€ e o concerto começa às 21h30.

Na Covilhã o Carnaval é da Neve mas promete ser bem quente. Para sábado está prevista uma grande festa no Torre Alta Club com ritmos brasileiros pelas Garotas de Ipanema, ritmos pelo Edgar Marquez e muito House com Ivo Mendez e ainda Dartic.

Esta é uma Festa com Dress Code, ou seja, todos têm de estar mascarados, não estivéssemos nós no Carnaval. A entrada custa 5€.

 

Domingo dia 7

Julgamento do Galo na Guarda e Jorge Palma em Manteigas

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O Domingo promete ser um dia cheio de eventos em toda a região. Escolhemos dois: o Julgamento do Galo na Guarda e o concerto de Jorge Palma com a Orquestra de Sopros “Música Nova” em Manteigas.

O Julgamento do Galo começa às 15h00 na Alameda de Santo André na Guarda e segue em desfile até à Praça Luís de Camões, em pleno Centro Histórico da Guarda, terminando com a morte do Galo queimado na fogueira, não sem antes ser realizado o julgamento onde se satiriza a situação do país e da região.

À noite siga até Manteigas onde decorre mais uma edição da Expo Estrela, onde poderá ficar a conhecer melhor este concelho serrano. a partir das 22h00 o inconfundível Jorge Palma sobe ao palco junto com a Orquestra de Sopros “Música Nova” num concerto que promete ser inesquecível.

 

Segunda-feira dia 8

Juntos em Revista na Guarda e D.A.M.A em Manteigas

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Marina Mota visita a Guarda e promete muitas gargalhadas, a partir das 21h30 no TMG, com a sua última produção “Juntos em Revista”, pontuado pelo bom humor, e por uma aguçada crítica social e política, nacional e internacional. A tudo isto junte-se muita música e dança à boa maneira do Teatro de Revista. Para rir em família e a bandeiras despregadas.

O Bilhete custa 12,50€.

Às 22h00 arranca a música em Manteigas com um concerto dos D.A.M.A antecedido dos Funk Pop Music. Os D.A.M.A começaram a dar que falar em 2014 e desde então têm somado concerto atrás de concerto arrastando consigo uma verdadeira legião de fãs e esgotando espetáculos. Orientado para um público mais jovem este não deixa de ser um concerto que pode ser apreciado por todos.

 

São estas as nossas sugestões para este Carnaval de 2016. Não queremos deixar de lado os muitos eventos que decorrem um pouco por todo a região como a Feira das Tradições em Belmonte, a Feira do Queijo em Seia, o Carnaval Gordo no sabugal ou a animação carnavalesca em Nelas e Canas de Senhorim. Como vos dissemos, o difícil mesmo, é escolher…

O Carnaval na Serra é que é!

Ainda mal tínhamos digerido as rabanadas e os sonhos e eis que nos preparámos para mais festa!

O Carnaval veio cedo mas cheio de folia e, um pouco por toda as aldeias, vilas e cidades, preparam-se os corços de carnaval para os desfiles que marcam esta data.

Por cá o Carnaval é aproveitado por muitas autarquias para apresentarem a região em Feiras e mostras. É o caso de Celorico da Beira, Seia e Gouveia que fazem a Festa em torno do Queijo da Serra.

Em Manteigas pode visitar a ExpoEstrela, já em Pinhel tem lugar a XXI Feira das Tradições, em Belmonte decorre a III Feira tradicional de Enchidos e Sabores, na Guarda queima-se o Galo enquanto que no Sabugal o porco é o rei da festa.

Na Covilhã o Carnaval volta às origens e em Nelas celebra-se a dobrar! Conheça os pontos altos destas Festas!

 

Covilhã

Carnaval da Neve

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Na Covilhã o Carnaval é da Neve e este ano marca o regresso da tradição, voltando ao local onde tudo começou.

Em 1952 a Antiga Colónia Infantil da Montanha acolhia o primeiro de muitos bailes de Carnaval na Serra da Estrela.

Com o tempo o edifício foi-se degradando e o Carnaval da Neve foi sendo organizado noutros locais. Este ano volta às origens já que a renovada Pousada da Juventude possui as condições necessárias para acolher este evento.

De 5 a 9 de fevereiro são vários os eventos que combinam neve e desporto com diversão e folia, numa organização do Clube Nacional de Montanhismo com o apoio do Município.

No dia 5 o destaque vai para a animação nas ruas da cidade com um concerto na Pousada de Juventude, um desfile e uma Mega Aula de Zumba, ainda o Portugal Snowtrip’16 no Torre alta Club.

O dia 6 será dedicado à neve com o Open Ski Carnaval da Neve na Estância de Ski Serra da Estrela, à noite terá lugar o Grande Baile de Carnaval da neve com o tema Old Ski 50 no Torre Alta Club, seguido do Karnival Party – Portugal Snowtrip com os Djs Garotas de Ipanema e Edgar Marquez.

No dia 7 tem lugar o Apreski Sbowtrips at Portugal, na Estância de Ski. No dia 8 festeje o Carnaval no Torre Alta Club numa Dj Party. O dia 9 ficará marcado pelo Enterro do Entrudo nas ruas da cidade.

 

 

Belmonte

III Feira Tradicional de Enchidos e Sabores

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Nos dias 6 e 7 Belmonte enche-se de sabor na terceira edição da Feira Tradicional de Enchidos e Sabores, no Pavilhão Multiusos.

A animação vai andar em torno da Feira com muita música tradicional pelas ruas, e no dia 6 com o Baile de Carnaval com o grupo Replay. O dia 7 começa com uma caminhada Carnavalesca, seguida da mostra tradicional de enchidos. O dia será marcado por muita música tradicional com o Rancho Folclórico dos Três povos e os “Sons da Terra”.

 

Manteigas

Expo Estrela

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Este é um evento já bem conhecido de todos na região. A Expo Estrela reúne cerca de 70 expositores que mostram o que de melhor a região tem no que diz respeito à economia, gastronomia e cultura.

Este ano o cartaz é de arromba e traz a Manteigas nomes conhecidos do panorama musical nacional.

A festa começa do dia 6 a Banda Boa União a fazer as honras à casa. No dia 7 manteigas recebe o Trio Jorge Palma & Orquestra de Sopros Música Nova, seguidos dos The Sweet Children. A segunda-feira também promete muita animação com Funk Pop Música seguido de um concerto dos D.A.M.A., no pavilhão Centro Cívico.

O dia de Carnaval também será animado com a prova de Queijo Serra da Estrela, música e o Desfile de Carnaval.

 

Sabugal

O Entrudo Gordo

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No Sabugal o Entrudo é Gordo em homenagem às tradições associadas à matança do porco que era, e ainda é, tradição na ruralidade do concelho por estes dias do ano, o porco, é portanto, o Rei do Carnaval do Sabugal.

O Carnaval tem 5 dias neste concelho raiano, de 5 a 9 de fevereiro e durante esse período os restaurantes da região irão render-se aos sabores com a atividade “Os Nossos Sabores”, confecionando pratos alusivos a esta época de folia.

No dia 6 de fevereiro a freguesia do Soito acolhe o VII Capitulo da Confraria do Bucho Raiano enquanto que em Penalobo haverá o “Desamuar do Forno e Ronda dos Pipos. Em Quarta-Feira haverá o “Pão da Nossa Aldeia” e no domingo será a leitura da “Fama do Entrudo”, enquanto que a Lageosa da raia acolhe a Capeia de Carnaval.

No sabugal a Festa desenrola-se ao ritmo do Baile de Finalistas e em Aldeia Velha terá lugar o Baile de Carnaval.

No domingo, a partir das 15h00 sai pelas ruas do Sabugal o Desfile de Carnaval. De 7 a 9 de fevereiro, Aldeia do Bispo recebe o Mercado da Terra, e no dia 7, aqui, terá lugar a Largada, Desfile e Garraiada.

 

Guarda

O carnaval engalanado!

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Entre os dias 5 e 8 de fevereiro a cidade mais alta acolhe o GuardaFolia, que começa com um desfile carnavalesco pelas ruas do concelho, com cerca de 2000 crianças a encherem as ruas de cor e alegria, sob a temática dos Contos Infantis.

Para domingo está programada, logo pela manhã, a Fun Run que promete aquecer todos para o Julgamento do Galo que terá lugar à tarde, a partir das 15h00, um evento que, este ano, conta com a colaboração de 23 freguesias que participarão ativamente no desfile e no espetáculo.

O desfile começa na Alameda de Santo André e segue em direção à Praça Luís de Camões onde o Galo será Julgado e queimado e assim o mal será exorcizado e a esperança poderá renascer. Nesta edição contará com aves/galináceos que o irão acusar ou defender.

Para segunda-feira está previsto o espetáculo “Juntos em Revista” com Marina Mota e Carlos Cunha, no TMG a partir das 21h30.

Entretanto de 5 a 8 de fevereiro os visitantes poderão apreciar as Tabernas do Entrudo que irão funcionar em vários espaços do Centro Histórico e que conta com a colaboração de várias associações, comerciantes e empresários do concelho que irão disponibilizar várias iguarias alusivas ao carnaval.

 

Pinhel

XXI Feira das Tradições e Atividades Económicas

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Em Pinhel o Carnaval é acolhido com a Feira das Tradições e Atividades Económicas que promete trazer milhares de pessoas à cidade Falcão. O Cartaz conta com grandes nomes como os Xutos & Pontapés que dão um concerto no dia 6 às 23h30, num dia que será pautado pelo Desfile Carnavalesco pelas ruas de Pinhel e pela inauguração do certame.

No sábado do dia será marcado por muita música e pelo concerto de Diogo Piçarra às 23h30 seguido de Orquestra Grafitti e Mastiksoul.

O dia 7, domingo, terá a animação garantida por vários grupos de concertinas. Às 21h30 arranca o Baile de Carnaval com concurso de Máscaras.

 

Celorico da Beira

Feira do Queijo

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Em Celorico da Beira o Queijo é o Rei do Carnaval, com as atividades a terem já começado no passado fim-de-semana com o Programa Somos Portugal a animarem todos os que visitaram a Vila.

Na sexta feira, dia 5, há muita música a animar os visitantes da Feira do Queijo. No sábado o destaque vai para a Revista à Portuguesa “P´ro Diabo Kus Carregue” no Centro Cultura. Domingo começa com uma Caminhada passaporte “Rota do Queijo” com degustação e termina com o concerto de Quim Barreiros.

É também no domingo que tem lugar o desfile carnavalesco pelas ruas da cidade. Aproveite para conhecer o verdadeiro Queijo da Serra da Estrela!

 

Seia

Feira do Queijo Serra da Estrela

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Esta é uma Feira que pretende promover o Queijo Serra da Estrela, considerado uma das 7 maravilhas da gastronomia nacional, apresentando-se como tendo um papel importante no sector e na valorização da marca do Queijo Serra da Estrela e do território.

Serão 4 dias de animação em torno do Queijo, com showcookings, Mercado do Queijo, artesanato, mostras de produtos locais, recriação da Quinta do Pastor, Mostra do Cão Serra da Estrela e tasquinhas. Haverá, ainda, demonstrações ao vivo de produção de queijo e requeijão, ordenha de ovelha e Feltragem de sabonetes com lã de ovelha.

A música também toma o seu lugar com vários grupos de música tradicional a animarem as ruas. A moda também marca presença com um Desfile de Burel por Luís Nogueira e Serranices.

 

Nelas

Carnaval a dobrar

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Aqui o Carnaval é a dobrar porque a folia assim o exige, com Nelas e Canas de Senhorim a celebrarem com muita animação.

Em Nelas o Carnaval começa no domingo dia 7 com o Desfile Carnavalesco às 15h00 e que se repete no dia 9 pelas ruas da vila. Às 17h00 do dia de Carnaval terá lugar a Troca de Rainhas e no dia 10 o Entrudo será queimado no Bairro da Igreja, junto à Fonte de St. António.

Em Canas de Senhorim também o dia 7 assinala o inicio das Festas de Carnaval com o Desfile a sair à rua pelas 15h00, às 22h00 do mesmo dia tem lugar o Baile de Carnaval Paço e Rossio. Na segunda-feira às 15h30 tem lugar a Segunda-feira das Velhas e às 22h00 a segunda edição do Baile de Carnaval Paço e Rossio. O dia de Carnaval começa às 15h00 com o Desfile Carnavalesco e às 18h00 tem lugar o despique. No dia 10, quarta-feira, às 20h00 começa a Batatada (não se esqueça de levar prato, talher e copo) e às 22h30 o Entrudo é Queimado, no Rossio junto às Quatro Quinas e no Paço junto ao Pelourinho.

São centenas os figurantes, muita música, humor e animação, que prometem muita folia e animação com um cariz mais popular que distingue estes cartazes de muitos outros na região.

As associações envolvidas não poupam os esforços e guardam em segredo os carros alegóricos e as mascaras que irão encher as ruas de cor e animação contagiantes.

 

Como se pode ver, o difícil mesmo será organizar as nossas agendas! O que vale é que o fim-de-semana são dois dias e o carnaval são 4!

Cinco alojamentos de Turismo Rural que tem de visitar

Visitar a região da Serra da Estrela e sua envolvente é sempre um prazer.

Muito para conhecer, muitos sabores para se deliciarem e sítios fantásticos para poderem desfrutar, seja a dois, ou em família. Na Heartbeat escolhemos 5 espaços de Alojamento de Turismo Rural (diferenciadores) que farão da sua experiência na região algo de inesquecível!

 

Casa das Penhas Douradas

Fugir do mundo

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Gosta de estar no meio da natureza e longe da azáfama do dia-a-dia? Procura um local moderno mas acolhedor? A Casa das Penhas Douradas é o local ideal. A 1500 metros de altitude, este Design Hotel e Spa é um boutique hotel, de quatro estrelas, situado no coração do Parque Natural da Serra da Estrela. Este é um local que surpreende pela sua arquitetura e envolvente natural.

Seja de verão ou de inverno a paisagem é deslumbrante e o serviço prima pela simpatia e qualidade. Os quartos têm o conforto da madeira, com cores quentes e um ambiente intimista.

A piscina, coberta, com as suas vidraças cuja natureza abraça, remetem-nos a um paraíso escondido do qual não quereremos sair. Jamais!

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Cerca Design House

 A Serra contemporânea

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No Fundão há um alojamento que o vai surpreender pela sua luz, elegância e contemporaneidade.

A Cerca Design House é uma casa cheia de história, agora transformada em turismo de charme, onde a sobriedade da pedra contrasta com o suave toque do burel e com as cores vibrantes de uma decoração pensada para o bem estar do corpo e da alma.

Podem visitar a Cerca Design House em qualquer altura do ano, mas hoje sugerimos que o faça na primavera e no verão. A paisagem verdejante complementa a alvura da casa e os jardins ganham vida. Aproveite para desfrutar da piscina e da esplanada num ambiente único de requinte e elegância, espelho da nova forma de viver na Serra da Estrela.

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Casas da Lapa e Casas do Soito

O Mundo a nossos pés

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No alto da aldeia de Lapa dos Dinheiros, em Seia, há um alojamento que surpreende pela sua beleza. Esqueçam as casas de turismo rural convencionais.

Aqui a casas de pedra escondem um segredo surpreendente no seu interior. Seja nas Casas da Lapa ou nas Casas do Soito (distam a 300 metros umas das outras) o conceito assenta no design, conforto e modernidade, complementando-se com uma envolvente de perder de vista.

Lá do alto o mundo estende-se aos nossos pés. Nas Casas da Lapa são 8 os quartos disponíveis, cuidadosamente decorados para criar um ambiente único.

Nas Casas do Soito pode alugar um T2 ou um T3 e passar uns dias inesquecíveis.

Sabemos que não vai querer sair destas casas, mas a região envolvente é tão magnifica que não podemos deixar de o aconselhar a sair e a participar nas atividades que este empreendimento organiza, como é o caso dos passeios pedestres.

A aldeia é igualmente rica em locais muito interessantes seja em que altura do ano for.

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Chão do Rio

A nossa aldeia privada

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Pegue na família e venha passar uns dias inesquecíveis a esta quinta. São oito hectares de terreno, com a natureza a comandar!

Uma experiência para toda a família, num alojamento intimista que o fará esquecer-se do mundo.

Fica entre Seia e Oliveira do Hospital e conta com seis casas de tipologias diferentes que formam uma pequena aldeia cujo centro é ocupado por uma piscina natural e onde poderá estar em contacto com a fauna e flora locais, incluindo ovelhas!

Este é o espaço ideal para passar uns dias em família. A quinta conta com um parque infantil e um verde de perder de vista onde todos poderão estar em sintonia com a natureza, neste pequeno paraíso escondido na Serra da Estrela.

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Casas do Pátio Country Houses & Nature

A elegância do Dão

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E que tal fugir até Nelas?

Em plena região Demarcada do Vinho do Dão, em Caldas de Felgueiras, conhecida pelas suas termas, encontramos as Casas do Pátio Country Houses & Nature.

Um local onde o passado deu lugar a um espaço moderno e elegante.

Quatro casas intimistas com uma decoração que surpreende pela simplicidade e bom gosto, inspiradas nos quatro elementos da natureza: água, ar, fogo e terra. Cada uma com a sua personalidade bem vincada. Em comum: o conforto.

Aconselhamos uma visita na altura das vindimas, onde poderá aproveitar para fazer um de roteiro pelas Vinhas do Dão. Traga uma garrafa de vinho do Dão e desfrute-a na casa que escolher, a garantia é de uma experiência surpreendente!

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Seja em que altura do ano for. Seja em família ou numa escapadinha a dois. Estes são apenas alguns dos melhores exemplos do tipo de Alojamento de Turismo Rural que tem surgido na região da serra da Estrela e sua envolvente. Espaços que refletem a nova forma de estar das pessoas de cá. Locais que nasceram da vontade de preservar histórias e criar novas. Visite. Seja quando for. Como for, ou com quem for. Mas visite!

Alguns destes alojamentos estão disponíveis no nosso Pack Premium, aproveite! Visite em https://heartbeat.pt/produto/hearbeat-premium/

Quando o Minho encontra as Beiras

 

Se houvesse uma batalha entre o Minho e as Beiras para escolher qual o melhor, quem venceria?

 

Nascida e criada no Minho. Filha de pessoas nascidas e criadas no Minho. Sou daquelas Minhotas que se enche de orgulho das suas origens.

Há um texto do Miguel Esteves Cardoso que retrata as mulheres do norte falando da sua genuinidade e tempero de extremos, dizendo que as mulheres do Minho “têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança.”

O ano de 2016 marca 15 anos de vivências desta minhota em terras altas de Portugal e lembro-me, perfeitamente, do primeiro dia em que a Guarda me acolheu, como estudante, sozinha do seu mundo de onde nunca tinha saído.

Olho para trás e sei que podia ter sido diferente. Podia não ter gostado das pessoas, que são diferentes dos Minhotos. Podia não me ter adaptado ao longo inverno da serra. Podia ter sentido uma extrema falta do cheiro a eucalipto do Minho, ou da agitação do Vale do Ave. Mas não. As Beiras roubaram-me o coração e soube, desde cedo, que a minha passagem por estas terras não seria de apenas 5 anos.

Ao final destes 15 anos posso fazer um paralelo entre as Beiras e o Minho e perceber como é que um Minhoto, orgulhoso das suas origens, como é tão típico nosso, se rende à serenidade e recato das Beiras.

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Palácio dos Duques, Guimarães

O Minho é barulhento, autentico, não tem “papas na língua”, é cheio de vida e tempestade, de um verde que não tem fim e um perfume que só se nota quando saímos e voltamos.

 

Os Minhotos são afáveis, muito afáveis, metediços e impertinentes. Riem com vontade e falam alto. Abraçam quando lhes apetece, como exigem que não lhes roubem o seu espaço pessoal.

 

São fieis. Muito fieis, a exemplo disso temos os aguerridos adeptos de futebol, que amam o seu clube mesmo que este nunca tenha ganho um campeonato, ou, quem não conhece as rivalidades entre bracarenses e vimaranenses?! Não interessa se aquilo que amamos é o pior na sua área, é nosso e não se fala mais nisso.

No Minho “a galinha do vizinho jamais será melhor que a minha”!

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Vista sobre Folgosinho, Gouveia, Serra da Estrela

Falemos agora das Beiras e do seu tranquilo passar dos dias. O sorriso tímido das pessoas. Os Beirões não são dados a grandes festas, mas acolhem com um calor cativante quem os visita. Não são pessoas que falam com fervor das suas conquistas e dos seus amores, mas sabem do seu valor, exemplo disso é a gastronomia.

 

Os Beirões não gritam ao mundo que os seus enchidos e queijo são os melhores. Colocam-nos na mesa, em grande quantidade, (grande quantidade mesmo) e sentam-se connosco.

 

“Veja lá se gosta, fizemos cá em casa, é simples, é simples” (sabendo, já de antemão, que quem os provar não lhes será indiferente), aguardam que seja dada a primeira dentada, e mesmo perante o ar deliciado do convidado, continuam “é caseiro… simples, nada de especial…” – é uma maravilha! Uma maravilha! – “não diga isso é só um enchido que fizemos aqui por casa… nada de especial”. E depois do repasto, quando já não temos estômago para mais: “vá coma lá mais um bocadinho, não comeu nada!” (esta insistência é muito típica do Beirão, e quanto mais avançada for a idade do anfitrião, mais temos de comer, mesmo que já nos saia queijo pelas orelhas).

Os Beirões gostam daquilo que é deles, sabem muito bem o valor dos seus tesouros, no entanto, ao contrário dos Minhotos, não gritam ao mundo nem os exibem. Guardam-nos e mostram a quem acham que merece.

Desenganem-se aqueles que acham que o seu recato não guarda um guerreiro, afinal são filhos de Viriato.

São humildes (às vezes até demais), mas arregaçam as mangas se alguém se atrever a falar mal do que têm. A Serra da Estrela e a região circundante tem gente pura, portugueses genuínos, tímidos, mas resilientes, é terra de grandes líderes e escritores, o que prova o valor destas gentes de ossos e pele enrijecida pelas suas origens serranas, de orgulho recatado, mas que nem por isso deixa de ser orgulho.

Nas Beiras ,“A galinha da vizinha até pode ser melhor que a minha, mas não te atrevas a falar mal da minha galinha!”

Ao final de 15 anos, de coração roubado pelas Beiras e por um Beirão, percebo o porquê de tantos Minhotos se apaixonarem por estas terras de longos invernos. Percebo porque há tantos conterrâneos a gostarem de cá vir, os Beirões e os Minhotos complementam-se.

 

Os Beirões acalmam a tempestade dos minhotos, enquanto que os minhotos os incentivam a formarem as suas próprias tempestades (porque de vez em quando devemos gritar e falar alto)!

 

Hoje sou mãe de um menino que tem nas suas veias sangue Minhoto e Beirão. Crescerá com o coração cheio destas duas vivências e isso, acredito, é um grande presente do destino!

Voltando à questão do inicio. Numa batalha entre o Minho e as Beiras para escolher qual o melhor, quem venceria? É uma batalha que o meu coração já travou. Quem ganhou? Nenhuma das regiões. Ambas se fundiram, porque ambas se complementam perfeitamente!

 

Tânia Fernandes

Fotografia: Manuel Ferreira

 

 

Ski, Vamos para a neve?

É verdade que este não está a ser um típico Outono na Serra da Estrela e é verdade que por estes dias já deveríamos ter o ponto mais alto de Portugal Continental coberto por um manto de fofa neve.

Certo é que, para muitos, o frio não faz falta, mas para outros, aqueles que gostam de neve e de gelo, este está a ser um Outono deprimente.

Para aqueles que sentem falta da neve e dos desportos a ela associados temos boas noticias! Abre já no próximo sábado a estância de Ski da Serra da Estrela, por isso podem preparar os Ski e as pranchas de Snow Board porque a diversão é garantida!

Foram cerca de 30 mil as pessoas que no ano passado usufruíram deste espaço que fica bem no topo da Serra da Estrela e a intenção para este ano é que se ultrapassem os 50 mil visitantes até o dia 26 de abril do próximo ano.

E se não nevar até lá?

Pois o mais certo é que não neve, isto segundo as previsões dos senhores entendidos nessas coisas da meteorologia, mas isso também não é problema jé que, e como diz o ditado, quem não tem cão caça com gato, e assim sendo, se não houver neve produzida com o apoio do S. Pedro, o Homem dá uma ajuda e a Pista de Ski ficará cheia de uma bela e branca neve artificial em três ou quatro pistas.

Este ano há novidades na Estância de Ski da Serra da Estrela, um novo tapete para a área de iniciação e que deverá contribuir para o aumento do fluxo de participantes que antes era de 150 pessoas por hora e passa, este ano, para 1200 pessoas por hora.

 

Abriu também uma segunda loja no topo da estância, junto à Torre e foi, também criado um novo “fun park” onde deverá existir uma área fechada para trenós, insufláveis e “donuts” para que todos os que não querem fazer ski também se possam divertir!

Resta-nos esperar que o S. Pedro nos envie alguma neve para que todos os que visitam a Serra se possam divertir e deslumbrar neste Inverno!

 

 

Há Queijo e depois há o verdadeiro Queijo!

Sou fã de Queijo. Não sou especialista, entenda-se, nem muito lá perto. Sou fã. Daquelas pessoas que come e até vai perguntando como se faz e quais as diferenças de uns para os outros, mas no final apenas uma coisa me interessa, afincar-lhe o dente, seja acompanhado de pão ou não.

Já provei alguns queijos ditos famosos, o Camembert e o Roquefort franceses, os italianos Parmigano-Reggiano ou o conhecido Mozzarella di Bufala ou os suíços Gruyère ou o Emmentaler que alguns amigos que por estas terras vivem me apresentaram e que por terras lusas se podem facilmente adquirir num qualquer supermercado. Se são de “confiança” ou “dignos da representação” isso já não sei, mas a verdade é que, e aqui pela Serra da Estrela sabemo-lo muito bem, os ditos “queijos industriais” ou feitos para comercialização, não possuem o sabor genuíno, e isso, meus amigos, é uma grande lastima, mas já lá vamos a essa temática.

 

“O que não falta no mercado é queijo e todos os países têm os seus e defendem com unhas, ou garfo, e dentes o seu produto rotulando-o como sendo o melhor do mundo!”

 

O que não falta no mercado é queijo e todos os países têm os seus e defendem com unhas, ou garfo, e dentes o seu produto rotulando-o como sendo o melhor do mundo! Portugal que é um país pequeno tem dezenas de queijos de Denominação de Origem Protegida (que atesta a genuinidade e qualidade) de vários cantos da nação, todos eles dignos do titulo de “melhor do mundo”. Há o Limiano, o queijo de Serpa, o Queijo da Ilha, o de Cabra Transmontano ou ainda o Terrincho, entre muitos outros, que não vou enumerar aqui porque não vale a pena, até porque eu quero falar apenas de um.

Há um queijo especial. Absolutamente delicioso e que para mim merece o titulo de “melhor queijo do mundo”, pelo menos do meu mundo, dentro da gama de queijos que já provei claro. Um queijo que tanto me delicia na sua componente mole, amanteigada a escorrer do prato, como no seu estado mais duro, que se come em lascas e que arde na língua como pimenta implorando um gole de um bom vinho! Só há um lugar no mundo onde ele é produzido e, como já devem ter reparado, chama-se Queijo Serra da Estrela.

Numa pequena investigação descobri que existem dois tipos de Queijo da Serra da Estrela DOP, o velho e o Serra da Estrela. Ora este último, o Queijo Serra da Estrela é um Queijo curado, de pasta semimole, amanteigada, branca ou ligeiramente amarelada, com poucos ou nenhuns olhos, obtido por esgotamento lento da coalhada após coagulação do leite de ovelha cru, estreme, pela ação do cardo. Já o Queijo Serra da Estrela Velho é um queijo de pasta semidura e extradura, ligeiramente quebradiça, untuosa, de cor alaranjada / acastanhada, com poucos ou nenhuns olhos, obtido por maturação prolongada (no mínimo 120 dias) do primeiro queijo que aqui falamos. Um dos fatores que torna estes queijos únicos, além das mãos cheias de sabedoria que os confecionam, é o leite do qual é feito e que vem de raças muito especiais de ovelhas, são elas as raças Bordaleira Serra da Estrela e/ou Churra Mondegueira.

O Queijo Serra da Estrela DOP mantém a forma tradicional de fabrico e revela características que se atribuem ao leite e, portanto, à forma tradicional de maneio das ovelhas, é aqui que reside a grande diferença entre o verdadeiro Queijo Serra da Estrela DOP e aquele que se encontra nas grandes superfícies comerciais e que, na sua maioria, é confecionado com leite proveniente de Espanha, o que acaba por desvirtuar o sabor.

 

“Quando vim viver para a Serra admito que era daquelas pessoas que dizia gostar de queijo e apreciar o da Serra da Estrela, mas não conhecia o verdadeiro sabor, mais intenso, com personalidade própria que nos faz saborear a serra de um só trago.”

 

Quando vim viver para a Serra admito que era daquelas pessoas que dizia gostar de queijo e apreciar o da Serra da Estrela, mas não conhecia o verdadeiro sabor, mais intenso, com personalidade própria que nos faz saborear a serra de um só trago. “Procura um Queijo diretamente no produtor ou vê se é DOP (Denominação de Origem Protegida)”, disseram-me, e confesso que procuro sempre comer os “caseiros” aqueles que são feitos um pouco na clandestinidade, já que estas coisas da segurança alimentar (que respeito e admito serem importantes), vieram desvirtuar um pouco o sabor original dos produtos que passa, muito, pela forma como são confecionadas e pelo amor que lhes é colocado no manuseio do mesmo.

O uso da Denominação de Origem obriga a que o queijo seja produzido de acordo com as regras estipuladas no caderno de especificações que determina quais as condições de produção de leite, higiene da ordena e conservação do leite e fabrico do produto.

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Quem conhece o verdadeiro sabor do Queijo Serra da Estrela sabe que aquele que se encontra no supermercado não é o melhor representante. Quem por aqui vive tem o seu produtor favorito ou a sua loja de queijos de eleição que garante que aquilo que leva para casa é genuíno, o mesmo se aplicando ao requeijão, sobre o qual um destes dias conversaremos! Eu também tenho o meu produtor e loja favoritos e já dei por mim a discutir animadamente com alguns amigos qual o melhor produtor enquanto comemos um belo queijo, defendendo as nossas escolhas como se de um clube se tratasse. Há discussões também em torno do melhor, se o duro ou o amanteigado. Eu acho que cada um tem a sua época, prefiro o mole na estação mais fria e o duro no verão. E há, ainda, outro motivo de discórdia entre os apreciadores do queijo Serra da Estrela, como o cortar? Há quem retire as cintas que o impedem de colapsar no seu próprio peso de amanteigado deleite, o corte ao meio e o deixe escorrer em todo o seu esplendor pelo prato, outros há, como eu, que preferem retirar um “chapéu” no topo do queijo e ir retirando à colherada o seu delicioso interior até restar apenas uma oca casca. Qual a forma que você prefere?

Tânia Fernandes

Para o Diabo com o medo nestas estradas!

Handerson Aguiar Engracio continua a explorar as estradas da Serra da Estrela. Hoje leva-nos numa viagem pela Nacional 338, um percurso de cortar a respiração! Apertemos os cintos!

 

II- Subir ou descer do céu?

 

Que Estrada? Nacional 338 – Lagoa Comprida- Loriga

Porquê – Condução Desportiva.

 

Entre a Lagoa Comprida, na Serra da Estrela, e a agradável aldeia de Loriga foi aberto recentemente um troço da N338 que vale a pena conhecer. A estrada é larga, tem uma visibilidade fantástica, pouco trânsito e um conjunto de curvas muito apetecíveis.

Começo no topo, perto da Lagoa Comprida o meu percurso. Primeira tarefa, olhar os sinais: 8, 10, 14% de descida. “trave com o motor”, escapatórias a cada poucos km.

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Que não haja dúvidas, a descida é perigosa. Mas o perigo transforma o nosso corpo, os reflexos, a agressividade. Não que seja um condutor hostil por natureza mas, mesmo os mais calmos, vão cerrar os dentes e carregar um pouco mais no acelerador. E o que faz desta estrada tão empolgante? É um percurso de cerca de 12 quilómetros estendido pela montanha, uma estrada ampla e sobretudo com um conjunto de curvas em apoio que se fazem a uma velocidade elevada.

Atenção!

É muito fácil ultrapassar os limites de velocidade e, como referi, trata-se de um caminho que importa respeitar dada a natureza da morfologia. ….Ah para o diabo com o medo!

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“Mais do que descrever ou ver, tudo se sente com o corpo, na ondulação da coluna e no friozinho da barriga sempre que é preciso negociar 3 curvas rápidas a poucos centímetros da ravina.”

É um regalo posicionar o carro à entrada de cada curva e, mal se começa a negociar, pé direito no fundo. Mais do que descrever ou ver, tudo se sente com o corpo, na ondulação da coluna e no friozinho da barriga sempre que é preciso negociar 3 curvas rápidas a poucos centímetros da ravina. Sim podem e devem cortar-se as viragens desde que em segurança. Algumas delas, em gancho alargado são perfeitas para sentir o carro a escorregar e os 4 pneus a pedir misericórdia.

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O meu carro, um banalíssimo Citroen C4, proporciona enorme satisfação nesta estada, mas um leitor afortunado que disponha de um veículo mais desportivo terá uns minutos em cheio tanto a descer como a subir. É que a paisagem com os vales em volta da Serra é deslumbrante e a estrada é tão íngreme que, dadas as circunstâncias, parecemos estar a descer, ou a subir para o céu.

 

Handerson Aguiar Engracio

Deus escreve certo por estradas tortas

Para muitos conduzir é uma obrigação. Algo que tem de ser feito para que possamos ir do ponto A ao ponto B. Para outros conduzir é um prazer.

Uma fonte de adrenalina onde máquina e homem são apenas um e a estrada é o seu mundo, um universo só deles de onde retiram uma experiência única e viciante. Para estas pessoas conduzir também é ir do ponto A ao B, mas pulando para o D, atravessando o P, recuando ao L e zigzagueando pelo w. As estradas são palcos perfeitos emoldurados por paisagens que complementam as sensações.

Conduzir na região é uma experiência única e quem conhece os caminhos volta, muitas vezes, só pelo prazer de por eles voltar a conduzir.

Abrimos hoje uma rubrica na HeartBeat: As melhores estradas para fazer o gosto às rodas e ao volante na região, escritas por quem adora conduzir.

 

I – O carrocel

Que estrada? N 232 – Manteigas – Gouveia.

Porquê? – Condução desportiva

 

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Na vida é frequente enveredarmos por caminhos errados. E no final aprendemos por vezes que esse era o caminho certo. Pronto, depois da apreciação New Age digna de figurar naqueles quadros com um céu nublado que aparecem no Facebook, vamos à história. Fui obrigado, enquanto me dirigia à Torre, na Serra da Estrela, a escolher uma estrada que não previa. A bela estrada entre Manteigas e a Torre pelo Vale Glaciar estava em obras sendo que a alternativa seria a N232 por Gouveia.

Lá fui, contrariado.

“O dia estava chuvoso. As nuvens passeavam pelo meio da montanha e a subida que se avizinhava parecia aborrecida. Mas afinal aquele era o caminho certo.”

 

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As primeiras curvas daquela serpente de alcatrão revelaram-se logo uma surpresa. São sinuosas, encadeadas e, com o piso molhado, alegremente escorregadias.

“Wow, o que é isto? Como é que eu nunca guiei aqui?”

Começo a subir a montanha mais depressa mas como a estrada é estreita e muito lenta não se chegam a infringir as regras. Não é preciso, para tirar prazer da condução.

 

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O carro torce-se a cada curva, é preciso cortar o centro mas, outra constatação agradável, a visibilidade é excelente e consegue-se ver o trânsito em sentido contrário ao longe. Um trânsito diminuto, diga-se. Festa de sensações dentro do carro, parece que estamos numa especial de rally, numa sucessão de viragens fechadas em que bater no vértice da curva é imperioso para não se perder a frente do carro. E quando acontece, um toque ao travão de mão e a traseira corrige. Como fazem os grandes.

“Uns quilómetros à frente esta maravilha acaba. Respiro fundo, e penso “Aqui está uma classificativa que não conheces, Sebastien Loeb”.”

A ajudar, a paisagem é deslumbrante com arvoredo de grande porte a criar a pintura perfeita. Mais curvas, há um hotel e umas barracas de vendas de produtos da Serra.Lamento, não há tempo, quero devorar esta estrada. Passo por entre as nuvens, mas não abrando, é demasiada adrenalina. Uns quilómetros à frente esta maravilha acaba. Respiro fundo, e penso “Aqui está uma classificativa que não conheces, Sebastien Loeb”.

Deus escreve direito por estradas tortas.

Handerson Aguiar Engracio

Bate leve, levemente, como quem chama por mim

Bate leve, levemente, como quem chama por mim.

Alva e flutuante, tão leve, quase etérea. Desfaz-se nos dedos, desmaiando. Enche a paisagem de uma magia que nos faz felizes. E por momentos, quando a podemos apreciar, sentimo-nos agradecidos por poder ter o privilégio de a vislumbrar. Cobre a paisagem de um branco tão puro tornando-a absolutamente majestosa. É neve. É pura.

A natureza é caprichosa mas generosa. São estes espetáculos que ela proporciona que nos fazem apreciar o mundo e o facto de sermos capazes de a valorizar. Abrir a janela para uma paisagem branca é uma sensação maravilhosa!

Hoje caíram os primeiros flocos de neve na Serra da Estrela! Anuncia o tempo frio e, ao contrário do que acontece noutros locais, aqui na Serra o Inverno não é pronuncio de descanso, é nesta altura do ano em que a Serra ganha vida e atrai o resto do mundo, apresentando-se no seu mais belo e branco vestido de gala!

Aos que no sopé da Serra apenas sentem o seu gelado respirar, resta-nos esperar que o frio se torne mais intenso e nos dê o prazer de a ver cair e pintar as nossas paisagens de branco!

Mal podemos esperar! E se há momentos em que nos questionamos acerca do porquê de aqui viver, é quando neva que percebemos que é porque este pedaço de terra no mundo é capaz de nos surpreender a cada estação!

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Anunciam os senhores do tempo que será por apenas uns dias. Aproveitemos, e se conseguirem subir até à Torre, matem saudades por nós e tirem muitas fotografias!!

 

Fotografia: Manuel Ferreira