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Ruínas ganham vida a três dimensões

Quantas vezes ao visitar um monumento antigo não imaginamos como terá sido. Qual o seu aspeto? Teria sido grandioso?

A imaginação começa a voar perante as ruínas e as histórias que ouvimos acerca desses locais acabam por necessitar de um enquadramento arquitectónico para que as possamos “visualizar” melhor.

A Beira Interior está cheia de monumentos antigos, alguns em ruína, restando apenas as memórias e algumas pedras que nos fazem questionar como teriam sido nos seus tempos áureos.

Pois bem, agora já podemos ter uma preciosa ajuda na tentativa de visualizar como terão sido alguns dos mais interessantes monumentos da região, graças ao trabalho de alguns alunos do curso de Arqueologia da Universidade de Coimbra que foram desafiados, na cadeira de Informática Aplicada à Arqueologia, a reproduzir um conjunto de edifícios romanos e medievais emblemáticos da região em 3 dimensões.

Os edifícios foram escolhidos pela sua situação atual, ou seja, procuraram reproduzir edifícios que se encontram alterados na sua aparência original, o que torna este trabalho ainda mais interessante pois exigiu estudo e pesquisa, por parte dos alunos, acerca da história destes monumentos e das características de outros semelhantes existentes na região.

Foram dez os edifícios a serem “reconstruídos” por parte dos alunos da licenciatura, com recurso ao programa livre SketchUp.

 

Templo Romano de Idanha-a-Nova

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Este é um edifício que se encontra bastante degradado, restando apenas o pódio, reutilizado como base da Torre de Menagem do Castelo Templário de Idanha-a-Nova.

Tiago Cordeiro, autor deste projeto, serviu-se de dados recolhidos em escavações arqueológicas desenvolvidas entre 2007 e 2008, como referencia para o seu modelo a 3 dimensões.

 

Fortificação de Castelo Novo

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Lara Leonor Duque desenvolveu o projeto relacionado com a Fortificação de Castelo Novo, cujo traçado sofreu muitas alterações ao longo do tempo, faltando alguns troços de muralha. A Torre de Menagem está bastante danificada preservando a sua primitiva altura apenas em parte. Outros elementos originais estão, atualmente, muito descaracterizados em relação à sua versão original.

A aluna fez o seu modelo tendo em consideração alguns estudos realizados entre 2002 e 2004.

 

Templo Romano de Orjais

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Este foi outro dos edifícios sujeito a estudo e à reconstituição do que seria no passado. Ricardo Ferreira foi o responsável por trazer o Templo Romano de Orjais, na Covilhã, à vida, ou pelo menos ao papel.

O seu atual estado é de ruina quase completa, restando apenas o pódio, alguns muros em socalco e testemunhos de uma escadaria frontal que desceria do terraço.

A referencia de Ricardo para este trabalho foram as escavações desenvolvidas no local em 2001. José luís Madeira já tinha feito alguns desenhos em 2013 e Ricardo serviu-se deles como base para o seu trabalho.

 

Castelo de Belmonte

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Este é um dos mais emblemáticos monumentos da região e ex-libris de Belmonte. Margo Van Puyvelde assina este projeto a 3 dimensões. Este castelo encontra-se em relativo bom estado de conservação, faltando apenas o adarve e as ameias de grande parte do recinto. Já não existem, igualmente, os edifícios palacianos no seu interior.

O modelo foi inspirado tendo por base as escavações arqueológicas desenvolvidas entre 1992 e 1994 e propõe uma fortificação dominada por vários edifícios palacianos e outras estruturas de apoio ao reduto, apara além da torre de menagem.

 

Castelo da Guarda

castelo guarda

Ricardo Lobo é o responsável pela reconstrução do Castelo da Guarda do qual resta apenas Torre de Menagem, estando a base de referencia para este trabalho em estudos arqueológicos realizados nos anos 90.

A proposta de Ricardo apresenta uma fortificação com espaço interior exíguo que não albergaria muitas estruturas de apoio, apenas apresentando adarve na sua face virada para Leão.

 

Igreja de Santa Maria em Castelo Mendo

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As ruínas da Igreja de Santa Maria de Castelo Mendo são um dos mais místicos monumentos da região. Joana Gabriel desenhou uma versão a 3 dimensões que nos remete ao que poderia ser o seu aspeto original apenas tendo como referências o seu estado atual.

 

Castelo de Almeida

castelo almeida

Todos conhecemos a fortaleza de Almeida, uma das mais belas e bem conservadas da Península Ibérica, no entanto, Almeida, também tem um Castelo, ou pelo menos ruinas do que outrora fora um Castelo, já que o mesmo sofreu uma explosão tremenda aquando das invasões napoleónicas. David Magalhães é o autor desta reconstituição feita tendo por base um desenho do século XVI.

 

Castelo de Monforte do Côa

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Em Figueira de Castelo Rodrigo encontramos os vestígios do que outrora foi o Castelo de Monforte do Côa. Atualmente restam apenas o embasamento da muralha e das torres. Inês Carolina Alberto baseou o seu modelo numa proposta de planta da extinta fortificação publicada em 2014, já que este Castelo nunca foi alvo de intervenções arqueológicas e existem poucas referencias acerca dele em artigos científicos.

 

Igreja de Stª Marinha de Moreira de Rei

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A Igreja de Stª Marinha de Moreira de Rei fica no concelho de Trancoso e foi o alvo do projeto de Luís Oliveira. O monumento encontra-se com bom estado de conservação, faltando-lhe alguns elementos decorativos na fachada sendo que o seu campanário foi restaurando recentemente, pelo que o modelo teve por base o atual estado do edifício, até porque nunca foram realizadas escavações arqueológicas no local.

 

Castelo de Numão

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Este Castelo fica no concelho de Vila Nova de Foz Côa. José André Guimarães é o autor deste projeto em 3 dimensões. Era composto por uma cerca amuralhada de planta oval irregular, reforçada originalmente por 15 torres, das quais apenas restam 6, algumas delas adossadas pelo exterior. As estruturas religiosas e habitacionais que existiam no seu interior estão arruinadas. Este projeto teve por base as escavações realizadas na capela e necrópole de S. Pedro entre 1999 e 2001, e resumiu-se à muralha defensiva e à Igreja de Stª Maria.

 

Apesar de não terem sido desenhados com o intuito de respeitarem fielmente o traço original, estes trabalhos permitem que tenhamos uma ideia de como foram esses edifícios, oferecendo-nos um contexto visual precioso e levantando questões que merecerão futuras revisões nas investigações que se façam sobre estes exemplares de arquitetura romana e medieval na região.

Este é também um projeto que demonstra o interessante que é o Património arqueológico da Beira interior, muitas vezes esquecido, servindo de divulgação dos próprios monumentos e um meio de cativar os jovens formandos para as terras do interior.

Continuamos a viagem?

https://heartbeat.pt/cinco-castelos-beiras/

Quantos Castelos Castelo Branco tem?

Marcas que o passado trouxe até ao presente, símbolos de uma dicotomia desconcertante:

tanto nos fascinam pela sua majestade e imponência, simbologia e importância nas fundações da nação e da nacionalidade, como guardam, marcados nas suas pedras, pecados insondáveis de batalhas perdidas e ganhas, de almas que ali viram as suas vidas chegarem ao fim, de traições, medos e anseios.

São mais que pedras, monumentos ou simples locais, são guardiões de memórias, cofres de segredos e a todos fascinam, sejamos adultos curiosos, ou crianças cuja imaginação corre desenfreada quando os visitam.

São castelos. Portugal tem muitos. Na HeartBeat somos fãs de castelos, das suas histórias, da sua beleza. Já aqui falamos dos muitos que existem no distrito da Guarda e hoje exploramos os que ainda resistem no Distrito de Castelo Branco.

São 10 os que ainda podem ser visitados, apreciados e, acima de tudo, valorizados.

 

Castelo de Castelo Branco

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Lá do alto vigia a região com majestade. Uma fortaleza de 1220 que defendia a linha do Tejo, a par do Castelo de Almourol, Monsanto, o Castelo de Pombal, Tomar e o Castelo do Zêzere.

Foram muitas as lutas que travou sendo várias vezes danificado pelos ataques castelhanos e até nas invasões francesas, destruindo o sistema defensivo de Castelo Branco. Depois da visita dos franceses de Napoleão a população utilizou as suas pedras para a construção de habitações.

A natureza também ajudou a que a sua destruição fosse agravada, com os sucessivos desabamentos de terras causados por inundações a deixarem marcas profundas neste Castelo.

Foram várias as obras de restauração, controversas já que muitos dizem que as mesmas alteraram as características do monumento. Restam alguns troços de muralha, a chamada Porta dos Pelames e a Torre do Relógio. Originalmente este seria um Castelo de planta pentagonal, com cinco torres. A

Torre de Menagem ou dos Templários encontra-se bastante danificada.

 

Castelo de Monsanto

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Claro que a Aldeia mais típica de Portugal tinha de ter um Castelo.

Lá no seu topo granítico, com o rio Pônsul à sua direita, este Castelo complementa aquilo que a Aldeia tem para oferecer e representa.

É um Castelo Medieval, construído sob a orientação do Mestre da Ordem D. Gualdim Pais, sendo ampliado e restaurado por ordens de D. Dinis um século depois, e mais uma vez intervencionado, uns séculos mais tarde, no reinado de D. Manuel I, onde os muros foram reforçados por cinco torres, a mais alta, ao centro, a de menagem.

Infelizmente, dessa estrutura, poucos elementos resistiram ao tempo chegando aos nossos dias, fruto das diversas batalhas que travou, e remodelações, como a que ocorreu no inicio do século XIX, com a Guerra Peninsular, na qual demoliram as cinco torres, construíram três novas baterias e a adaptação da igreja do castelo para paiol, que mais tarde veio a explodir.

O Castelo e Muralhas estão classificados como Monumento Nacional e está ligado a várias lendas. Vale a pena ser visitado!

 

Castelo de Penha Garcia

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Este é mais um dos Castelos cuja origem se admite estar ligada aos Templários, havendo quem atribua a sua edificação ao Rei Povoador, D. Sancho I, passando depois para as mãos dos Templários. Situa-se na freguesia de Penha Garcia, numa posição dominante na serra do Ramiro, sobranceiro ao vale do Rio Pônsul.

A sua destruição o foi acelerada pelos caçadores de tesouros, restando apenas alguns troços de muralhas. Mas nem tudo se perdeu. Em bom estado encontramos um canhão antecarga, de alma lisa na povoação.

Ligada a este Castelo temos uma lenda que conta que D. Garcia, alcaide do Castelo, numa noite de tormenta raptou a bela D. Branca, filha do poderoso governador de Monsanto, que o apanhou e condenou à morte.

D. Branca, piedosa, rogou ao seu pai que reverte-se a sentença. E assim foi. D. Garcia não foi morto, mas ficou sem o braço esquerdo pela sua ousadia.

De acordo com os locais, a figura lendária do decepado continua a vigiar, do alto das torres, o morro sobranceiro de Monsanto, vagueando pelas torres do Castelo.

 

Castelo da Sertã

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Vamos até ao misterioso Castelo da Sertã. Conta a lenda que a sua origem se deve ao um exilado militar romano de nome Sertório, que se aliou aos lusitanos, tendo sido, mais tarde assassinado à traição durante um banquete.

O nome da terra tem origem numa outra história que conta que, durante uma batalha contra tropas romanas, aquando da morte do chefe das tropas do castelo, a sua esposa Celinda, tomou as rédeas à situação e liderou a defesa, lançando azeite a ferver sobre os romanos com uma grande frigideira que usava para fritar ovos no dia a dia (sertage), ganhando tempo para que chegassem reforços, obrigando os romanos a recuarem.

É daqui, desta frigideira que nasce o nome Certã, posteriormente, Sertã. Lenda perpetuada no brasão de armas da vila. Apesar da lenda não há provas que corroborem a sua edificação no período romano, havendo vestígios que remontam ao séc. X.

Trata-se de mais um Castelo que passou pelas mãos dos Templários. O abandono deste Castelo no século XVII levou à sua completa ruína e o que resta dele ainda não está classificado como Monumento Nacional.

Aguardemos a sua classificação.

 

Castelo de Belmonte

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Este é o ex-libris da vila de Belmonte.

A sua mais preciosa jóia. Do alto da vila vigia a região e contempla a Serra da Estrela. D. Sancho I terá sido quem mandou edificar este Castelo, tendo sido melhorado a mando de D. Dinis, tendo sido acrescentada a Torre de Menagem.

Ao longo dos séculos foi passando de “mão em mão”, tendo sido a sua defesa modernizada aquando da Guerra da Restauração, com a construção de alguns baluartes.

No inicio do século XX foi usado como prisão e desde que foi classificado como Monumento Nacional tendo sido, desde então, diversas vezes intervencionado para restauro, sendo, hoje em dia, utilizado para atividades culturais. O Castelo tem a fachada principal orientada para sul, com uma porta encimado pelas armas dos Cabral, cuja memória está também presenta nas ruínas do antigo Paço onde residiram.

 

Castelo de Penamacor

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Também conhecido por Fortaleza de Penamacor, é um Castelo templário e ergue-se num cabeço rochoso entre a ribeira de Ceife e a ribeira das Taliscas.

Apesar da ocupação romana na zona, este castelo deverá ter asido erigido por volta de 1210. Como o povo crescia, D. Dinis terá mandado construir uma segunda cintura de muralhas e a Torre de Menagem. Sob o reinado de D. Fernando foi iniciada uma barbacã para complemento da defesa do Castelo.

Mais tarde, devido à sua localização estratégica, o castelo foi reforçado.

Entretanto a Torre de Menagem que servia de paiol, explodiu, mas o verdadeiro declínio da edificação acontece com a delapidação das muralhas para construção de habitações. Só em 1940 é que as mentes despertam para a necessidade de preservação do castelo.

Restam a Torre de Menagem, uma porta de entrada para a antiga vila e parte dos antigos baluartes seiscentistas.

 

Castelo de Idanha-a-Velha

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A Torre dos Templários. Conjunto de defesas da antiga vila que se constituía, à época medieval, por uma torre e pela antiga cerca da povoação.

Não há muito que dizer acerca desta Torre.

Já a sua povoação, uma das mais antigas do país, cujo conjunto arqueológico e arquitectónico está classificado como Monumento Nacional, considerada uma aldeia-museu, com um dos mais ricos espólios do país.

 

Castelo de Idanha-a-Nova

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Deste Castelo restam ruínas e histórias.

Nascido pelas mãos dos templários, a estrutura obedece às mesmas linhas arquitectónicas características dos templários, nos Castelos de Almourol, Monsanto, Pombal, Tomar e Zêzere.

Hoje em dia as suas ruínas são uma das principais atrações municipais.

 

Castelo de Castelo Novo

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Na vertente leste da serra da Gardunha, na aldeia histórica de Castelo Novo, no Fundão, encontramos o seu castelo, cuja existência remonta ao século XIII, e com ligações aos templários.

D.Dinis manda reforçar as suas defesas, hipótese fundamentada nos vestígios de adarves e ameias dionisinas num dos troços da muralha.

O terramoto de 1755 foi cruel também com este castelo, tendo sido muito danificado. Sofreu algumas obras de restauração em 1938, mas nunca se viu ser classificado nem em vias disso.

Ao abrigo da Arqueonova, no âmbito do Programa Aldeias Históricas de Portugal, foram descobertos centenas de vestígios da sua ocupação medieval, como moedas do tempo de D. Sancho I, peças em ferro, cobre e cerâmica que podem ser vistas no Núcleo Museológico de Castelo Novo.

Está 650 metros acima do mar e é um exemplar da arquitetura militar no estilo gótico e manuelino, com planta irregular orgânica. Há ainda duas portas, a leste e a oeste. No troço oeste encontramos adarves, ameias e merlões em bom estado de conservação. Na Praça de Armas erguem-se as torres sineira, com cornijas e quatro gárgulas nos ângulos, com cobertura em falsa abóbada, e de menagem.

 

Castelo de Rodão

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Também referido como Castelo do Rei Wamba, constitui-se numa torre-atalaia, erguida numa escarpa sobranceira ao rio Tejo, sobre as chamadas Portas de Ródão, proporcionando uma vista maravilhosa aos seus visitantes.

Apesar de ser conhecido como o Castelo do Rei Wamba, último grande rei dos Visigodos, há quem defenda que a sua estrutura possa remontar à Invasão muçulmana e deverá ter sido mandada construir pelos templários.

Portugal é um país riquíssimo em história, com monumentos maravilhosos. Saia dos grandes centros e venha conhecer os castelos que se espalham um pouco por todo o país. A região interior centro tem um património histórico que merece e tem de ser visitado!

 

Fontes: wikkipedia, Aldeias Históricas de Portugal, Guia da cidade

Fotografias: Aldeias Históricas de Portugal, Wikkipedia, Guia da cidade, Adrião

 

Mais Castelos:

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Guarda vive a Semana Santa

A Semana Santa vive-se intensamente na região da Guarda, com várias iniciativas a marcarem as festividades.

Esta é uma altura privilegiada na região com a visita de inúmeros turistas, principalmente espanhóis, que procuram a Guarda pela importância que as pessoas de cá dão à Páscoa.

A pensar nos locais e nos visitantes, o Município da Guarda, juntamente com várias coletividades e associações elaborou um cartaz de atividades que promete celebrar a Páscoa com a emoção que a data exige, com exposições, Teatro, Música e Tertulias a marcarem esta época.

Trata-se de um autentico roteiro de iniciativas de cariz religioso, com destaque para a exposição “Cruxifixus Fidei – Signos de Fé Interior”, uma Proto-instalação que pode ser apreciada no Paço da Cultura na Guarda até meados do mês de abril.

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As atividades acontecem até dia 26 de março, dia que antecede a Páscoa. No dia 25 o destaque é para o concerto de Páscoa pelo Órfeão do Centro Cultural da Guarda, pelas 21h00 na Igreja Matriz de Pousade.

Pousade será um dos principais palcos da Páscoa na região com a encenação do Drama da Paixão de Cristo que poderá ser visto no Anfiteatro de Pousade no dia 26 de março pelas 21h00, numa recriação que volta a trazer à freguesia uma tradição de anos e que reúne dezenas de pessoas entre atores e habitantes.

Na BMEL, no dia 18 de março, pelas 18h00, tem lugar a tertúlia “Guarda: a memória” e que junta, em conversa, Carlos Batista e João Marques.

No dia 13 de março tem lugar a procissão dos Passos, às 16h00, na Igreja da Misericórdia e no dia 20 a Procissão de Ramos, também a sair da Igreja da Misericórdia pelas 11h00. No dia 24 de março terá lugar a encenação de uma das mais importantes passagens da Biblia, “A última Ceia”, no Anfiteatro de Pousade pelas 21h00. No dia 25, pelas 21h00, assinala-se o Enterro do Senho na Igreja da Misericórdia.

Quando a Serra se veste de neve

Sei que para muitos esta minha alegria infantil perante a neve deve parecer pateta. Eu sei que até o é, mas não posso controlar.

Cresce em mim uma ansiedade perante a possibilidade de um nevão e vou olhando para a janela de 5 em 5 minutos confirmando se começam a cair os flocos brancos que tanto desejo ver.

Se há alturas em que me questiono acerca do porquê de ter escolhido viver na Serra, aguentando os rigores do inverno, longe da minha família, é quando neva que percebo, claramente, a resposta.

Cada vez que cai um nevão é, para mim, como se a natureza me brindasse com um presente e sou, de novo, uma criança numa manhã de Natal!

Ver nevar é como uma terapia. Uma sensação de paz e euforia, que me liberta a alma e me faz sentir feliz. Não consigo conter o sorriso perante a paisagem pintada de branco, e mesmo que estas contingências da natureza tragam consigo muitos inconvenientes, são para mim males menores, porque o meu coração enche-se perante a beleza que a neve traz consigo.

Lembro-me da primeira vez que vi nevar. Na primeira semana em que vim estudar para a Guarda. Caíam tão pequenos que nem percebi que era neve, e assim que me dei conta do facto, abri um sorriso, levantei a cabeça e apreciei o momento, ali, parada no meio da rua, de nariz no ar, encantada com os flocos que se juntavam, num bailado único.

Deslumbrante.

Foi a primeira vez, e jamais me esquecerei daquela tarde de novembro, porque foi ali, naquele preciso momento, uma semana depois de ter chegado à cidade mais alta, que percebi que seria muito difícil ir-me embora.

 

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Quando neva tudo se transforma, a natureza veste o seu mais belo vestido para ir ao baile. A luz de uma manhã com neve é única, brilhante! E o silêncio que existe à noite depois de um nevão é mágico.

 

 

Neve, a vingança do Beirão

A cidade transforma-se num parque de diversões e as pessoas ficam, genuinamente, felizes!

Acho que é isso que mais gosto, esta partilha que só quem por aqui vive tem. É uma espécie de orgulho bairrista. Quando no verão somos “bombardeados”, nas redes sociais, com imagens de pessoas nas praias e de pores do sol à beira mar, ficamos cheios de vontade que chegue o Inverno porque ao primeiro nevão iremos desforrar-nos, com a vantagem, ainda, que a neve está nas nossas varandas e jardins e mesmo a casa mais feia fica deslumbrante com um manto de neve!

 

 

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Não iremos colocar fotografias sentados numa esplanada a beber uma cerveja, iremos colocar fotografias das batalhas e dos bonecos de neve!

Iremos “atacar” com imagens dos passeios à Serra, das tentativas de fazer ski ou sku, ou snowboard, ou apenas de trambolhões, com caras vermelhas de frio e um sorriso de quem está a ter o melhor momento das suas vidas!

Faremos questão de colocar imagens de pingentes de gelo e do termómetro do carro que aponta temperaturas negativas, “porque o frio aqui é a sério”, não mostramos o bikini, nem os pés na areia, mostramos as botas enterradas na neve e o mais colorido dos gorros, de preferência carregados de neve!

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E mostramos porque gostamos tanto de neve: porque é algo que desaparece assim que o sol aqueça, uma dádiva que deve ser aproveitada ao máximo, até porque não temos a certeza de quando voltará a cair!

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Em 15 anos de “Serra” pude ver que é algo que ocorre com cada vez menor frequência, e contam as pessoas de cá que “antigamente” nevava muito mais, com nevões que duravam dias!

Atualmente não vemos isso, prova que as alterações climáticas são bem reais, por isso quando neva é como se fosse um dia de festa!

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Este ano tivemos poucos nevões, pelo menos até agora e, pela primeira vez, entramos no carro e fomos à descoberta (por onde o carro podia ir), e posso confirmar, aqui, que aqueles que vão numa espécie de corrida desenfreada até à Torre, são uns tontos.

Havendo neve a cotas mais baixas o conselho que dou, para quem quer uma verdadeira experiência de neve na Serra da Estrela, é ir até uma aldeia e explorar a natureza à sua volta. Apreciar a coreografia dos flocos por entre as árvores. Ver a água em cristais transparentes. Deslumbrar-se com a vegetação coberta de neve, assistir à natureza suspensa em luz e serenidade. É entrar num mundo que inspira as histórias de fadas, duendes e princesas de gelo.

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Há magia palpável em nosso redor.

Esqueça as pistas de ski, esqueça os locais turísticos!

Não se arrelie com as estradas cortadas para a Torre, mais abaixo é onde a magia acontece.

Aqui a neve é fofa, intocada e não gelo sujo pelos carros e pelas centenas de pessoas que a pisam, com a vantagem de poder entrar num tasco da aldeia e aquecer o corpo com uma bebida quente e os cheiros beirões, sem ter de perder muito tempo dentro do carro!

Foi o que fiz este fim-de-semana, quando levei o meu pequeno de 4 anos a brincar na neve, fomos até um pequeno mundo encantado onde a imaginação foi o principal ator num palco encantado de alvura. Fui construir memórias de inverno, e preparo-me para disparar a minha rajada de fotografias no facebook, porque também mereço a minha pequena desforra!

 

Tânia Fernandes

 

Viaje pela Serra da Estrela:

https://heartbeat.pt/motivos-nao-visitar-serra-estrela/

Quando o Minho encontra as Beiras

 

Se houvesse uma batalha entre o Minho e as Beiras para escolher qual o melhor, quem venceria?

 

Nascida e criada no Minho. Filha de pessoas nascidas e criadas no Minho. Sou daquelas Minhotas que se enche de orgulho das suas origens.

Há um texto do Miguel Esteves Cardoso que retrata as mulheres do norte falando da sua genuinidade e tempero de extremos, dizendo que as mulheres do Minho “têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança.”

O ano de 2016 marca 15 anos de vivências desta minhota em terras altas de Portugal e lembro-me, perfeitamente, do primeiro dia em que a Guarda me acolheu, como estudante, sozinha do seu mundo de onde nunca tinha saído.

Olho para trás e sei que podia ter sido diferente. Podia não ter gostado das pessoas, que são diferentes dos Minhotos. Podia não me ter adaptado ao longo inverno da serra. Podia ter sentido uma extrema falta do cheiro a eucalipto do Minho, ou da agitação do Vale do Ave. Mas não. As Beiras roubaram-me o coração e soube, desde cedo, que a minha passagem por estas terras não seria de apenas 5 anos.

Ao final destes 15 anos posso fazer um paralelo entre as Beiras e o Minho e perceber como é que um Minhoto, orgulhoso das suas origens, como é tão típico nosso, se rende à serenidade e recato das Beiras.

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Palácio dos Duques, Guimarães

O Minho é barulhento, autentico, não tem “papas na língua”, é cheio de vida e tempestade, de um verde que não tem fim e um perfume que só se nota quando saímos e voltamos.

 

Os Minhotos são afáveis, muito afáveis, metediços e impertinentes. Riem com vontade e falam alto. Abraçam quando lhes apetece, como exigem que não lhes roubem o seu espaço pessoal.

 

São fieis. Muito fieis, a exemplo disso temos os aguerridos adeptos de futebol, que amam o seu clube mesmo que este nunca tenha ganho um campeonato, ou, quem não conhece as rivalidades entre bracarenses e vimaranenses?! Não interessa se aquilo que amamos é o pior na sua área, é nosso e não se fala mais nisso.

No Minho “a galinha do vizinho jamais será melhor que a minha”!

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Vista sobre Folgosinho, Gouveia, Serra da Estrela

Falemos agora das Beiras e do seu tranquilo passar dos dias. O sorriso tímido das pessoas. Os Beirões não são dados a grandes festas, mas acolhem com um calor cativante quem os visita. Não são pessoas que falam com fervor das suas conquistas e dos seus amores, mas sabem do seu valor, exemplo disso é a gastronomia.

 

Os Beirões não gritam ao mundo que os seus enchidos e queijo são os melhores. Colocam-nos na mesa, em grande quantidade, (grande quantidade mesmo) e sentam-se connosco.

 

“Veja lá se gosta, fizemos cá em casa, é simples, é simples” (sabendo, já de antemão, que quem os provar não lhes será indiferente), aguardam que seja dada a primeira dentada, e mesmo perante o ar deliciado do convidado, continuam “é caseiro… simples, nada de especial…” – é uma maravilha! Uma maravilha! – “não diga isso é só um enchido que fizemos aqui por casa… nada de especial”. E depois do repasto, quando já não temos estômago para mais: “vá coma lá mais um bocadinho, não comeu nada!” (esta insistência é muito típica do Beirão, e quanto mais avançada for a idade do anfitrião, mais temos de comer, mesmo que já nos saia queijo pelas orelhas).

Os Beirões gostam daquilo que é deles, sabem muito bem o valor dos seus tesouros, no entanto, ao contrário dos Minhotos, não gritam ao mundo nem os exibem. Guardam-nos e mostram a quem acham que merece.

Desenganem-se aqueles que acham que o seu recato não guarda um guerreiro, afinal são filhos de Viriato.

São humildes (às vezes até demais), mas arregaçam as mangas se alguém se atrever a falar mal do que têm. A Serra da Estrela e a região circundante tem gente pura, portugueses genuínos, tímidos, mas resilientes, é terra de grandes líderes e escritores, o que prova o valor destas gentes de ossos e pele enrijecida pelas suas origens serranas, de orgulho recatado, mas que nem por isso deixa de ser orgulho.

Nas Beiras ,“A galinha da vizinha até pode ser melhor que a minha, mas não te atrevas a falar mal da minha galinha!”

Ao final de 15 anos, de coração roubado pelas Beiras e por um Beirão, percebo o porquê de tantos Minhotos se apaixonarem por estas terras de longos invernos. Percebo porque há tantos conterrâneos a gostarem de cá vir, os Beirões e os Minhotos complementam-se.

 

Os Beirões acalmam a tempestade dos minhotos, enquanto que os minhotos os incentivam a formarem as suas próprias tempestades (porque de vez em quando devemos gritar e falar alto)!

 

Hoje sou mãe de um menino que tem nas suas veias sangue Minhoto e Beirão. Crescerá com o coração cheio destas duas vivências e isso, acredito, é um grande presente do destino!

Voltando à questão do inicio. Numa batalha entre o Minho e as Beiras para escolher qual o melhor, quem venceria? É uma batalha que o meu coração já travou. Quem ganhou? Nenhuma das regiões. Ambas se fundiram, porque ambas se complementam perfeitamente!

 

Tânia Fernandes

Fotografia: Manuel Ferreira

 

 

A Estrada perfeita para Fugir

Há dias, momentos da vida em que, de forma desesperada, temos uma vontade de desaparecer para parte incerta.

Desligar o telemóvel, esquecer os e-mails e redes sociais, apagar dos olhos as paisagens de sempre, cortar o som das vozes costumeiras e simplesmente ir. Seguir esta estrada.

 

Que estrada? – N 221 – Barca D’Alva – Penedo Durão

Porquê? – Ficar off line.

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A internet está cheia de imagens de estradas com frases bonitas sobre isto. Esqueça a Internet. Mas leia este artigo até ao fim. Descobri o caminho para Barca D’Alva e Penedo Durão há muitos anos, quando precisava de distância de quase tudo.

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Quando achar que é o seu dia de respirar fundo, coloque combustível no carro e siga sozinho em direção a Figueira de Castelo Rodrigo, depois Escalhão e finalmente Barca d’Alva.

Até lá a estrada já é agradavelmente solitária, boa para pensar, apreciar o clima e flora semidesérticos daquela região. Rádio? Erm… há poucas [ou até nenhumas] estações disponíveis. Mais vale um CD/USB com aquelas músicas deprimentes que o fazem questionar o sentido da vida.

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Os Travis cantam My eyes à chegada a Barca D’Alva.

O interessante desta pequena aldeia tão isolada é que tem um pouco de Mundo com os barcos carregados de turistas que ali chegam frequentemente. O espelho do Douro reflete a beleza de uma região agreste e misteriosa.

Paro.

Três cães brincam e aproximam-se alegremente de mim enquanto fotografo o rio. “Ó bóbi não mordes pois não?”

Não.

Não morde.

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Saio da primeira localidade da Nação que o Douro banha e uns quilómetros à frente viro numa pequena cortada à esquerda com uma placa que diz “Estrada do Candedo”.

Aqui começa o troço mais interessante.

A estrada tem, basicamente, a largura do carro e é esculpida nas escarpas. Há uma dose de risco, nesta estrada. Em caso de acidente o isolamento é muito real.

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Mas sendo positivos, olhemos para as pedras afiadas e precipícios como uma experiência diferente, surpreendente e única. Pergunto-me “ainda estou em Portugal?” Esta paisagem lunar açambarca-me e engole o carro.

Conhece estradas sem trânsito?

Esta está 2 níveis acima disso.

Não tem trânsito, não tem pessoas, não tem nada.

Já está perdido.

Longe.

Off line.

Vá devagar.

Ou até a pé.

Agora é saborear a subida até ao miradouro de Penedo Durão e uma vez lá chegado, com o nevoeiro a passear pelos vales do Douro Internacional é altura de parar o carro, sentar-se no capô e fazer reset à alma. Volte para a civilização quando quiser.

Não tem de quê.

Handerson Aguiar Engrácio

 

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Antes que 2016 acabe…

Ano novo, vida nova! Dizem muitos.

É nesta altura que tomamos as novas resoluções, muitas delas velhas, que já transitam de ano para ano desde a nossa adolescência, o que não quer dizer que não se cumpram, apenas são um processo de longo prazo, tão longo que já fazem parte da lista de resoluções deste 2001, (na melhor das hipóteses).

Pois bem, este ano, tal como grande parte da população mundial, decidi fazer uma espécie de “Bucket List” de coisas para fazer antes que 2016 acabe. Já defini que são dez as resoluções, umas requerem mais coragem que outras, algumas exigem uma boa preparação física e outras obrigam a que encontre companhia adequada.

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Pego na caneta e começo a definir as ditas resoluções.

 

1 – Jantar no Mesa de Lemos

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“Tens de experimentar!” dizem-me alguns amigos que tiveram a oportunidade de se deliciarem com os petiscos do Chef Diogo Rocha.

Verdade seja dita que, do que já comi confecionado por este senhor, nada me desagradou e posso adiantar até, que foi uma festa no paladar, o que me leva a acreditar quando me dizem que jantar no Mesa de Lemos é uma experiência gastronómica única. E não deve ser mentira já que foi considerado o Restaurante revelação de 2015 pelo Guia Boa Cama Boa Mesa. Fica em Silgueiros na Quinta de Lemos, nas verdes colinas de Viseu, inserido numa paisagem fantástica onde os olhos também comem.

O restaurante fica num edifício moderno ao qual é impossível ficar-se indiferente. Sei que o Chef Diogo Rocha prima pela simplicidade nos seus pratos apostando em ingredientes de época e de elevada frescura, o que resulta em menus que maravilham até o mais exigente dos comensais.

Já conheço o espaço, a próxima incursão será até à mesa onde espero sentar-me e deliciar-me!

 

2 – Um mergulho em Loriga

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A paisagem é de cortar a respiração, rivalizando com as praias salgadas do litoral. Esta fica incrustada na Serra da Estrela, com águas geladas que refrescam o corpo e a alma de quem nelas mergulha.

A Praia Fluvial de Loriga é uma das mais belas do país e não é para mais, é linda e mais nada! Pelo menos a avaliar pelas fotografias e vídeos que tive a oportunidade de ver.

Já mergulhei em algumas das praias fluviais da região centro e a Praia de Loriga será um dos destinos do meu verão.

Quem por estas bandas veraneia sabe que a água é gelada e isso a mim não incomoda, faz parte da experiência, é como dizem os mais velhos: “enrrijece os ossos e estica as peles!”, podemos considerar uma espécie de “lifting” natural!

 

3 – Participar no Fim-de-semana mais longo da Guarda

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São três dias sem parar de animação pelas Ruas da Cidade mais alta, com várias ofertas culturais e de animação que levam milhares de pessoas até ao centro histórico da Guarda.

Este ano deverá ter a sua terceira edição.

Estive nas duas anteriores e conto participar na terceira.

Convidarei alguns amigos para virem conhecer a Guarda com outra dinâmica e vida.

É uma ótima altura para explorar o comércio tradicional que fica de portas abertas até mais tarde. As pessoas ficam mais descontraídas e a luz e a música invadem as ruas até de madrugada. A não perder este verão!

 

4 – A Feira mais antiga

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E há lá verão sem a Feira de S. Mateus? Claro que não! Este ano lá estarei, mais uma vez, eu e mais uns milhares de pessoas, já que se adivinha ser, mais uma vez, uma das melhores Feiras Francas do País, avaliando pelo número de visitantes da edição de 2015 (950 mil num mês!!).

Um mês de concertos, exposições, feiras, mostras e muita animação! Mal posso esperar pelo cartaz para poder planear o mês de agosto com a família e os amigos!

 

5 – A Rota dos Túneis

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São vários os amigos que já fizeram esta Rota dos Túneis, onde o medo é uma constante obrigando-nos a respirar fundo, não ceder aos tremeliques nas pernas e rezar para que o coração não falhe durante a travessia de umas das pontes ou dos túneis.

A Rota dos Túneis é uma Rota cuja beleza supera a coragem que é necessário ter para a concluir. Liga La Fregeneda em Espanha a Barca d’Alva em Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda.

A Rota segue pela linha desativada do comboio que fazia ligação à Espanha, o que inclui túneis que parecem não ter fim, pontes vertiginosas e paisagens deslumbrantes.

“Puentes em mal estado” é o que diz a placa colocada pela RENFE (empresa ferroviária de Espanha), vi numa fotografia logo no inicio do percurso. “A sério que te metes numa Rota que começa com este aviso?”, “vale bem a pena!” dizem-me…. a ver vamos… terei de começar a trabalhar a questão que se prende com o meu problema com alturas… o que nos leva a outra das resoluções para este ano: combater as minhas vertigens, com…

 

6 – Um salto de parapente

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Para quem tem problemas com alturas esta é uma resolução, a par da Rota dos Túneis, um pouco, direi, parva. Mas 2016 é para superar medos e desafios, ir de encontro ao desconhecido e atirar-me de um barranco agarrada a um Parapente parece-me ser uma ótima ideia!

Seguirei com coragem até Linhares da Beira onde o Clube Vertical promove a sua atividade e depois, bem, depois logo se vê! Mas voar parece-me uma ótima ideia para 2016!

 

7 – Dormir na Casa das Penhas Douradas

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É verdade que o turismo na região tem evoluído e levado ao aparecimento de cada vez mais unidade hoteleiras de elevada qualidade, e que vêm cimentando a sua posição no mercado turístico nacional e internacional.

Mas há uma unidade hoteleira que exerce em mim uma atração diferente.

A avaliar pelos comentários de quem já lá pernoitou e pelas fotografias disponíveis, a Casa das Penhas Douradas é um sitio idílico, onde a paisagem e a Casa se complementam de modo sublime, prometendo uma estadia maravilhosa onde a tranquilidade e a paz imperam.

Guardarei esta visita para o inicio do outono, altura em que a Serra da Estrela se enche de cores quentes e convidativas e onde os frutos da época ganham a dimensão gourmet que tanto aprecio.

A Casa das Penhas Douradas parece-me ser o sitio ideal para uma escapadinha romântica, e para retemperar as forças e a alma.

 

8 – Participar no OH Meu Deus!

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Oh Meu Deus mesmo! Esta é uma daquelas resoluções que exigem que comece a dar ao chinelo, ou à sapatilha, já que esta é a mais longa e mais difícil prova de Ultra Trail do País.

Tem lugar nos dias 3, 4 e 5 de junho e não é para qualquer um. Tem 5 modalidades de distância, sendo a mais curta de 20 km e a mais cumprida com cerca de 160 km, por caminhos e trilhos na Serra da Estrela. Uma prova que testa resistência, resiliência e força de vontade.

“Mas tu não corres!” dirão aqueles que me conhecem, pois meus caros, há sempre uma primeira vez! E se conseguir fazer os primeiros 500 metros já será uma superação! (É melhor começar a treinar).

 

9 – Um dia em Castelo Rodrigo

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Prometi ao meu filho que iria tentar levá-lo a conhecer, pelo menos uma Aldeia Histórica, por ano.

Espero conseguir que ele conheça mais que uma, mas a deste ano de 2016 já está escolhida: iremos passar um dia em família em Castelo Rodrigo. Já lá estive e mal posso esperar para ver a cara do miúdo quando passear à vontade pelas ruas douradas e floridas desta aldeia perto de Figueira de Castelo Rodrigo.

A primavera será a altura escolhida já que esta aldeia se enche de flores e os dias são mais amenos e convidativos a passeios e piqueniques.

Castelo Rodrigo faz parte das 12 Aldeias Históricas de Portugal e é um local encantador, exemplo da beleza das paisagens e hospitalidade beirãs. Parece perdida no tempo em que os contos de fadas nasceram!

 

10 – Uma Incursão pelos vinhos do Dão

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Sou fã incondicional da gastronomia da região, dos seus enchidos, doces e claro, dos seus vinhos.

Em 2015 tive a oportunidade de conhecer alguns vinhos da Beira Interior que muito me agradaram e que se revelaram uma agradável surpresa e que muito bem casam com as comidas aqui da região.

Em 2016 seguirei rumo à Região Demarcada do Dão, aproveitando a Feira do Vinho do Dão que este ano assinala os seus 25 anos de existência, o que se pronuncia muito favorável à presença de grandes vinhos da região em prova no evento.

No primeiro fim-de-semana de setembro reservarei a minha agenda para apreciar este néctar que tem vindo a deixar a sua marca em alguns dos mais importantes concursos nacionais internacionais, mostrando que Portugal não é apenas vinho do Douro!

 

São dez as resoluções para 2016. Algumas irei cumprir com certeza, outras, bem, tentarei! E você, tem alguma destas resoluções na sua lista?

 

Tânia Fernandes

O Interior tem Natal!

Eis a época mais mágica do ano! Por todas as cidades sente-se o espírito natalício e as pessoas passeiam pelos centros iluminados! Conheça aqui algumas das atividades que estão a decorrer na região este Natal!

Seia

Este fim-de-semana visite Seia e aprecie as várias iniciativas que irão decorrer no largo da Câmara. Os mais novos poderão brincar e deslumbrar-se com a Casa do Pai Natal, a Oficina dos Duendes e Frozen – o Reino do Gelo. Mas esta época festiva não é só para os mais pequenos e além da música, lançamentos de Livros e do Mercado de Natal também o serviço do Canil Municipal de Seia marcará presença com uma campanha de adoção de animais intitulada “O melhor presente de Natal? um amigo para a vida”.

 

Celorico da Beira

Ainda pelo Distrito da Guarda, em Celorico da Beira, a época é vivida intensamente com os festejos a prolongarem-se até dia 23 de dezembro. A vila de Sacadura Cabral vai contar com várias atividades que vai animar o mês de dezembro, desde a Casa do Pai Natal, Feira do Livro, Concurso de Couves de Natal, Feira de Artesanato, Festival de Sopa Couve de Natal, animação musical com grupos de cantares e concertinas, exposições de árvores e presépios.

No dia 20 de dezembro Celorico da Beira recebe o programa “Portugal em Festa” da SIC.

Mantem-se a tradição com o concurso de Montras de Natal e os mais pequenos poderão contar com muita animação, teatro, música e a visita do Pai Natal.

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Sabugal

No Sabugal a grande atração é um Presépio gigante com cerca de 700 metros quadrados, instalado no centro da cidade, no Largo da Fonte. Este Presépio conta com cerca de 500 toneladas de troncos de castanheiros, heras e musgos. É o terceiro ano em que se aposta numa representação do Presépio de Belém de forma única e genuína, recolhendo na natureza aquilo que é da região.

Este é o maior Presépio do género no país e um elemento de desenvolvimento e de atração turística. O Presépio contém cerca de uma centena de figuras em cerâmica que a autarquia foi adquirindo ano após ano, atendendo ao aumento da área ocupada, que em 2014 foi de cerca de 300 metros quadrados.

O recinto natalício, que pode ser visitado até ao dia 11 de janeiro, agrada a miúdos e a graúdos e deixa os habitantes do Sabugal orgulhosos.

 

Gouveia

O Natal em Gouveia procura dinamizar o comércio da cidade com uma campanha que tem como lema “A Prenda do Seu Natal Está no Comércio Local” e estrutura-se com a oferta pelo comércio local de coupões de acesso ao sorteio de uma viagem aos Açores e a um fim de semana no Litoral Alentejano em compras superiores a 20 euros.

Os coupões preenchidos e validados com o carimbo do estabelecimento comercial serão após preenchidos depositados numa tombola localizada no Turismo de Gouveia e os prémios serão sorteados na noite de reis durante o Cantar das Janeiras.

A campanha de incentivo será comunicada através da rede de muppies do concelho, em duas estruturas outdoor, em cartazes promocionais a distribuir pelo comércio local e na agenda de natal a distribuir pelo concelho.

A Casa do Pai Natal será outro ponto de animação da campanha. A casa da Torre albergará o Pai Natal e em colaboração com o CERVAS e com a empresa de animação GO Festas serão dinamizados ateliês, exposições, sessões de cinema e atividades de animação para os mais novos. A Casa do Pai Natal funcionará entre 17 e 24 de dezembro e nos dias 17, 19 e 24 serão promovidas uma conjunto de ações de rua que visam promover a dinâmica comercial da cidade.

 

Fundão

A terra da cereja vive a época de forma especial e até 6 de janeiro serão várias as atividades a decorrer, como a Casa do Pai Natal, várias casas temáticas, concursos de presépios e de árvores natalícias, Aldeia Natal, Mercado de Natal, Mercado Sustentável, diversas exposições, animação de rua, ateliês, teatro, circo, concertos e sessões de cinema.

O Natal Fundão 2015 procura dinamizar o comércio tradicional e o lema é “Este Natal faço as minhas compras no comércio tradicional”, e visitantes poderão contar com os estabelecimentos comerciais a funcionarem com um horário alargado.

A novidade deste ano é o comboio de Natal que irá percorrer a cidade do Fundão.

 

Belmonte

Belmonte também se enche de luz e este fim-de-semana será especial com o Mercado de Natal cheio de animação, oficinas, tasquinhas, lojinhas e claro o Pai Natal. A vila irá contar com várias atividades com a chegada do Pai Natal ao castelo de Belmonte no dia 19 pelas 10h00, animação de rua, oferta de Brindes e um Comboio Turístico gratuito para os mais pequenos.

A partir do dia 21 seis escritores irão dar a conhecer os seus Contos de Natais favoritos, a começar por Ivo Rocha da Silva no primeiro dia, a 22 de dezembro é a vez de João Morgado, seguido no dia 23 de Daniel Rocha, no dia 26 é a vez de Teresa Correia, a 27 de dezembro Tereza Duarte Reis conta-nos o seu conto e no dia 28 é a vez de Rogélia Proença. Os Contos acontecem às 17hoo.

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Dar vida à zona histórica de Belmonte é o objetivo do evento, que vai abrir lojas e garagens fechadas, de forma temporária, em conjunto com o comércio local já existente. A ideia é que os visitantes conheçam os produtos típicos e o artesanato regional.

O Mercado de Belmonte pode ser visitado a partir de dia 18 e até dia 30 de dezembro, sendo que estará aberto ao público entre as 10 e as 19 horas, sendo que às sextas e aos sábados fecha às 20 horas.

E as 8 Maravilhas de Viseu são…

Já são conhecidas as 8 Maravilhas de Viseu!

Estavam a votos, precisamente, 8 categorias com vários dos ex-libris que definem Viseu e as suas gentes. Representantes dignos da tradição e cultura dos descendentes de Viriato.

Foram 1168 os votos que definiram as 8 maravilhas de onde podíamos encontrar Pratos Típicos, Doçaria, Personalidades Históricas, Artesanato, Eventos, Natureza, Monumentos e ainda uma categoria surpresa.

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Os vencedores foram anunciados numa gala e as 8 Maravilhas de Viseu são, na categoria de Monumentos a Sé Catedral de Viseu, o Ferro Forjado venceu na categoria de Artesanato, a Vitela à Lafões foi a mais votada na categoria gastronómica correspondente ao Prato Típico e nos Doces os Viriatos foram os reis da festa.

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Avançando pelas outras categorias encontramos, na categoria dedicada à Natureza o Parque do Fontelo como o favorito dos votantes, Viriato é a Personagem Histórica que mais votos obteve e a Feira de São Mateus o Evento favorito no concurso. Resta uma categoria, a 8 Maravilha de Viseu, que não foi a votos e que acabou revelada na gala de apresentação destas maravilhas, sendo eleito o Vinho do Dão como a oitava Maravilha desta terra.

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A iniciativa que elegeu as 8 Maravilhas de Viseu partiu dos alunos do último ano da Licenciatura em Turismo da ESTGV.

Estas 8 Maravilhas são apenas alguns dos exemplos das coisas boas que se encontram nesta região. Vale a pena visitar a cidade de Viriato e perder-se nas suas maravilhas, sejam elas gastronómicas, musicais, naturais ou monumentais!

 

Fotografia slider: Rui da Cruz

Vila de Nelas Vive o Natal!

Nelas volta a viver o Natal já no próximo fim-de-semana, com a terceira edição do Mercado de Natal a decorrer no Mercado Municipal, no centro desta Vila.

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O Mercado de Natal de Nelas procura ser uma montra privilegiada dos produtos tradicionais desta época festiva dinamizando o comércio local e recriando o ambiente de magia da época.

Para a edição deste ano, e muito à semelhança das edições anteriores, estão previstas várias atividades em torno de exposições de artesanato, mostra de produtos da terra, antiguidades, livros, gastronomia e muita música.

Como o Natal é vivido com mais intensidade pelos mais novos, o Mercado terá o Espaço Criança onde elas poderão tirar fotografias com o Pai Natal, deixar as suas cartas no marco natalício e andar no Carrossel Medieval. Ainda para os mais pequenos está previsto o espetáculo “Tangerina e Spirulina com a sua concertina” e o teatro musical “O Zoo do Joaquim” no dia 13.

A par da visita do Pai Natal e do cariz solidário que envolve esta iniciativa, a grande novidade deste ano promete provocar entusiasmo nos visitantes com o Maior Tronco de Natal feito ao vivo em Portugal.

Este será um imponente Tronco de Natal com 25 metros e será confecionado no dia 13 pela Pastelaria Salinas em parceria com o Intermarché de Nelas e Mathias.

Esta iniciativa promete atrair centenas de pessoas e conta com a participação de 50 expositores que irão encher de vida o percurso entre a Rua Gago Coutinho e o Mercado Municipal, com artesãos do concelho e produtores de vinho do Dão a marcarem presença nesta edição.

Para o dia 12 de dezembro está prevista a atuação de alguns grupos musicais da região, uma arruada dos Bombos do Paço, atuação da Escola de Música da Sociedade Musical 2 de Fevereiro – Banda de Santar, atuação da Escola de Música e de Dança de Nelas, Coro Infantil do Bairro da Igreja, grupo de Cantares “Serões da Beira Alta” e ainda a atuação da Banda Paracetamole.

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Ainda para esta época Natalícia estão a ser preparados outros eventos em torno do mote “Viva o Natal!”, como o Cantar das Janeiras previsto para dia 3 de janeiro e o Concerto de Ano Novo que terá lugar no dia 10 de Janeiro.