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Serra com praias de Qualidade de Ouro

Parece que o S. Pedro decidiu deixar o sol brilhar em toda a sua força e o calor promete vir para ficar. São temperaturas altas que convidam a refúgios de frescura, o que por estes lados se traduz em mergulhos no rio, que por cá são de qualidade ouro!

Na Serra temos praias fluviais maravilhosas que tornam o calor do verão mais suportável e que permitem convívios memoráveis.

No inicio do mês de maio foram anunciadas as praias com bandeira azul para o verão deste ano e a região conta com algumas. A Quercus quis também classificar as praias nacionais e por cá temos algumas consideradas com Qualidade de Ouro.

Este ano as praias classificadas com Qualidade de Ouro são as praias de Vale de Rossim em Gouveia, Loriga em Seia, Valhelhas na Guarda e na Pampilhosa da Serra as praias de Pessegueiro e Santa luzia.

Este ano, a nível nacional, foram distinguidas 396 praias, 351 zonas balneares costeiras, 9 de transição e 36 interiores, mais 14 que em 2016.

O objetivo da Quercus é realçar as praias que ao longo de vários anos (cinco), apresentam sistematicamente uma água balnear de qualidade excelente (tendo em conta a classificação da legislação em vigor), e que, nesse sentido, oferecem assim uma maior fiabilidade no que respeita à qualidade da água.

Esta é mais uma ajuda para a decisão que temos de tomar quando tentamos escolher uma praia para nos refrescarmos!

Há férias para além da praia

Agosto é, por tradição, o mês das férias dos portugueses e, por tradição ou por falta de conhecimento de alternativas, a romaria nesta altura segue em direção ao pôr do sol das praias, numa busca desenfreada por um lugar no areal cheio de gente, mesmo aqueles que por esses lados vivem durante todo o ano.

Não me interpretem mal, eu gosto da praia.

Nasci no litoral e sou uma daquelas pessoas que fazem parte da tribo dos que gostam da água fria das praias do norte, vejam só! É verdade sou super fã, mas isso são histórias para outros dias.

Certo ano, por esta altura, foi decidido cá por casa que as férias não teriam água salgada. O choque! Seguido da esperança de uma viagem além fronteiras rumo a uma cidade cosmopolita dessa Europa fora, composto por uma chamada à realidade financeira dos meus parcos recursos monetários, típicos de uma jovem na casa dos 25 anos acabada de entrar no mercado do trabalho.

“Vais ver que existem férias sem mar”, rematou o meu namorado, beirão de gema.

O roteiro estava planeado por quem conhece estas terras e por quem tem orgulho em exibi-las como se fossem um prémio obtido pelo esforço de uma qualquer demanda.

“Começamos amanhã pela manhã”.

E assim foi.

Mochila com as provisões necessárias para o dia e que consistiam em sandes, bolachas e água. Máquina fotográfica em riste e a certeza de que não haveria mergulhos nem toalha estendida ao sol.

Seguimos rumo a norte do distrito até Vila Nova de Foz Côa, ainda pela estrada nacional, apreciei cada nuance da paisagem. Os olivais e os campos acastanhados pelo calor.

Junto ao Côa a fronteira do distrito, passamos pelo Pocinho e voltámos para trás. Saímos da estrada e fomos conhecer Marialva. Foi aqui que comecei a perceber o que tem de mágico a região. As suas aldeias e os seus castelos. As suas histórias e a simpatia das gentes que nos saúdam ao passar. A humildade dos seus passos e dos seus sorrisos.

Passamos a tarde por esta parte do distrito da Guarda.

“Amanhã vou levar-te a Pinhel, Almeida e a Castelo Mendo. Ainda vais conhecer o Sabugal, Sortelha, Belmonte, terra de Cabral e Judeus e Manteigas! Até pode ser que te leve a dar um mergulho!”.

E assim foi. Um dia inteiro para passear por terras do Sabugal e o seu castelo, embrenhar-me nas ruas de Sortelha. Parámos várias vezes pelo caminho apreciando as aves e as raposas que pulavam pelos campos.

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Tive direito ao mergulho na praia de Valhelhas onde acampámos pela noite.

No dia seguinte fui conhecer o Vale Glaciar do Zêzere, cujas paisagens conhecia apenas da época de Inverno e que me deslumbraram no verão.Aqui a luz é diferente e transforma a paisagem num quadro quase etéreo. O calor é intenso e as noites frescas e revigorantes. Conheci o Poço do Inferno que de infernal nada tem e o Covão de Ametade, lindo de morrer.

Os dias passaram e conheci a zona de Seia e Gouveia, a aldeia de Linhares e os corajosos que aqui ganham asas de parapente, afortunados que por momentos têm privilégios de pássaro.

Conheci pequenos tesouros onde se pode mergulhar como o Vale da Castanheira, com água gelada como eu gosto!

“Vês é tão gelada como as praias do norte”!

Por terras de Folgosinho conheci a Senhora de Assedasse e a paisagem deslumbrante que durante a noite dá lugar a um mar de estrelas sem fim!

Em Vale do Rossim fiquei surpreendida pelo azul da água, espelho do céu que ali se reflete com vaidade.

E mesmo próximo da Guarda há lagoas secretas!

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E assim se passaram duas semanas com fugas e escapadas por alguns tascos e restaurantes bem em conta, onde pude “degustar” a Serra. Acho que foram nestas férias que o meu namorado me fez apaixonar por estas terras e rendeu a minhota que há em mim aos sabores, perfumes e paisagens da Serra da Estrela.

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Hoje é meu marido, gosto de pensar que o plano dele foi sempre esse: garantir que me apaixonava por esta terra e nunca mais quisesse daqui sair, tornando-me sua mulher. Conseguiu.

Há mais que praias neste Portugal para visitar e onde podemos passar as nossas férias.

Há terras e gentes para conhecer.

Comida para provar e paisagens para descobrir.

Há todo um país que nos convida a fugir das praias salgadas e conhecer as suas raízes.

Atrevam-se a descobrir esse mundo, e ainda por cima é para toda a família!

Não fui ao estrangeiro… quer dizer…o meu marido, então namorado, fez questão de me levar até Vilar Formoso e ver a placa que diz Espanha. “Pronto já podes dizer que foste ao estrangeiro nestas férias!” por isso, tecnicamente, acabei por ir…

 

Tânia Fernandes

 

Descansar no topo da Montanha

Em Pedrogão Pequeno, “Jóia da Beira Baixa”, não é apenas o xisto escondido sob rebocos alvos que atrai os visitantes.

Aqui neste pequeno lugar ao pé do rio Zêzere, há um monte, o Monte da Senhora da Confiança, e nesse monte há uma outra jóia que atrai e conquista de rebate quem a visita, o Hotel da Montanha.

O Hotel da Montanha é mais quem um empreendimento hoteleiro, é um local onde podemos encontrar paz e tranquilidade, numa paisagem de encher a alma, aliada ao conforto de um hotel 4 estrelas.

Entrada

Quando chegamos ao Hotel percebemos que estamos num local especial. Aqui no topo de um mundo a natureza é generosa. O verde luxuriante que se estende aos nossos pés é de tirar o fôlego, e um passeio ao pé da piscina do Hotel da Montanha é como estar no palco com uma imensa plateia.

Em todas as estações do ano, visitar este Hotel, é uma oportunidade de assistir às maravilhas que a envolvente tem para oferecer.

Seja nas frescas manhãs de primavera em que a neblina cobre o vale como um manto alvo, um mar de nuvens, no verão o entardecer revela tons de dourado e laranja, no outono a paisagem enche-se de ocre, no inverno o conforto impera enquanto o frio aperta lá fora.

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Sugiro, a quem escolha este local para uns dias de lazer ou puro descanso, que fique na suite júnior, as vistas das janelas panorâmicas deste quarto para o vale são inspiradoras. Um quarto amplo, simples e de bom gosto. Uma decoração jovial e familiar que nos faz esquecer que estamos num hotel. Esta é apenas uma sugestão, o Hotel possui quartos muito agradáveis, com decorações simples e modernas, que resultam num conjunto confortável e acolhedor.

Por alturas do verão o Hotel faz pacotes promocionais muito atrativos que garantem que, quem escolher este local, vai passar umas férias inesquecíveis. São várias as atividades que os visitantes encontram neste Hotel, e não se cingem apenas à área da piscina.

No Hotel da Montanha, se deseja relaxar e retemperar forças, encontrará um Spa com serviço de massagens, sauna, banho turco, jacuzzi panorâmico e uma sala de fitness que, garantidamente, o irá rejuvenescer.

Se, por acaso, é daquelas pessoas que mesmo de férias tem de estar em constante movimento, aproveitando para explorar o mundo em redor, a região envolvente ao Hotel da Montanha oferece-lhe múltiplas atividades ao ar livre e para todos os gostos e idades, que vão desde passeios a pé ou de bicicleta por diversas rotas, escalada, montanhismo ou paintball, passando por passeios de quads e go-karts. Na Barragem do Cabril e no rio Zêzere poderá aproveitar para fazer canoagem, ou se preferir, relaxar enquanto pesca.

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Mas não são apenas os quartos panorâmicos ou a piscina de tirar o fôlego que tornam este Hotel especial.

Aqui a gastronomia também tem o seu lugar de destaque e no Restaurante “Sabores da Montanha” apenas lhe dão uma garantia, a de que o que vai comer é de elevado qualidade e de sabor formidável. Sabores regionais com um toque contemporâneo, aliados à magnifica paisagem (porque os olhos também comem), e mesmo que não esteja hospedado no Hotel, este é o local perfeito para uma refeição em família ou com a sua cara metade.

Restaurante

No final do dia tem mesmo, independentemente da estação, de ir assistir ao pôr do sol neste Hotel, é o espetáculo perfeito, a cereja no topo do bolo nesta estadia no Hotel da Montanha.

 

 

Da Cidade para o Convento

Genoveva Maria do Espirito Santo, no alto dos seus 11 anos, era uma jovem devota e sensível ao que a rodeava.

Quando a Igreja Matriz da sua Villa Pouca da Beyra foi vandalizada e o seu santuário roubado, a jovem Genoveva sentiu uma dor tão profunda pelo sucedido que prometeu a si mesma que tudo faria para fundar uma obra, um Convento.

Genoveva cresceu humilde mas resiliente e com o seu objetivo de vida bem vincado nos seus propósitos e qual empreendedora conseguiu recolher esmolas, não apenas por Portugal fora mas também na corte, que naquela altura estava refugiada no Brasil, estava o mundo a circular por anos de 1800, tendo ido ao país do samba onde recebeu joias das mãos da própria Carlota Joaquina, Rainha de Portugal.

Foram estas as pedras basilares de um Convento onde a penitência, austeridade e santidade imperavam, o Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento.

O tempo passou por este espaço em Vila Pouca de Aguiar, amparado pelas Serras da Estrela e do Açor, por cá se rezaram muitas novenas, muitas missas, muitas penitências.

Por cá passaram muitas histórias, e mal sabia Genoveva que o seu Convento do Desagravo passaria a ser uma Pousada, não do alívio da alma, mas um espaço onde podemos encontrar um alívio para o corpo. E que belo sítio este é!

Chegamos e vemos uma igreja, afinal é o seu passado e esta Pousada veste-se de Convento, mas apenas por fora.

A calçada leva-nos até à receção onde somos recebidos calorosamente.

Este é um espaço que convida ao aconchego, sendo ideal para uma escapadinha romântica. Os quartos são convidativos ao descanso. No restaurante a gastronomia regional e os vinhos portugueses são reis e senhores e alguns doces conventuais, claro, fazem parte da ementa. No verão a piscina chama por nós e é impossível resistir-lhe. No inverno a lareira atrai-nos a um convívio acompanhado de uma chávena de chá quente e biscoitos. Aliás, são várias as atividades que podemos fazer na região, desde pesca ou canoagem a caminhadas pela serra.

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Não pode ser heresia transformar este espaço numa Pousada como esta.

Aqui há requinte, sofisticação, tranquilidade, conforto e paz. É como estar em casa, longe da rotina, do trabalho e do trânsito. Nesta Pousada respeitou-se a história do edifício e os seus fantasmas, com todas as comodidades que a contemporaneidade exige, ideal para ser visitado em todas as alturas do ano, pois em qualquer mês podemos encontrar pequenos tesouros seja na paisagem ou nas vinhas circundantes.

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A ideia de pernoitar num convento pode não parecer convidativa, mas aqui não me importo de ficar. Sente-se a hospitalidade beirã em todos os espaços e ficamos com pena de sair e com vontade de voltar o mais depressa possível.

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Esta é mais uma Pousada do grupo Pestana e não desilude. Para uma estadia a dois ou uma escapadinha em família a Pousada de Vila Pouca da Beira, em Oliveira do Hospital, é um Convento sem freiras, onde os hóspedes agradecem aos céus pelos dias de paz que lá encontram!