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TMG apresenta “Osso” pelo CalaFrio

Esta semana há teatro no Teatro Municipal da Guarda com “Osso” pelo Teatro do CalaFrio, uma peça com assinatura de Rui Zink!

Os bilhetes custam 5€ e já se encontram à venda e as sessões irão decorrer pelas 21h30 nos dias 10, 11, 12 e 13 de maio.

Uma peça de Teatro a não perder.

Osso, “… história literalmente no osso, sem corpos nem paisagem, todo o aparato da escrita reduzido ao palco de uma cela onde se digladiam duas vozes. Trata-se de uma espécie de teatro mental, por onde passam algumas das maiores tensões e angústias do nosso tempo: a retórica do medo, a intolerância, os abusos cometidos em nome da democracia, a incapacidade de compreender o outro, de respeitar quem não pensa como nós. Rui Zink não faz do duelo entre os dois homens mero veículo para um qualquer discurso político. Em vez disso, e com muito mais eficácia, descontrai ideias feitas sobre a ameaça do fanatismo religioso e o seu reverso (a paranóia securitária) mostrando-nos como as relações de poder se podem dissolver no próprio absurdo que as sustém.”

Estreia no dia 10 de maio no Teatro Municipal da Guarda. OssO, de Rui Zink, pelo Teatro do CalaFrio. Com Luciano Amarelo e Valdemar Santos. Encenação de Américo Rodrigues.

O Monstro vai andar por Castelo Mendo

É já neste fim-de-semana que Castelo Mendo abre as suas portas para a iniciativa “12 em Rede” promovendo, assim, o que de melhor tem para oferecer.

Serão dois dias de atividades que prometem aguçar os sentidos dos visitantes. No sábado dia 7 visite este que é uma das 12 Aldeias Históricas de Portugal e participe naquilo que apelidaram de “Provar e sentir os patrimónios de Castelo Mendo” e que se trata de um Jantar Comunitário, a acontecer na Igreja de S. Vicente. Depois do repasto segue-se uma prova de licores e bebidas licoradas que poderão ser degustadas ao longo da rua Direita até à igreja de Stª Maria onde poderá assistir aos Romances de Castelo Mendo.

No domingo venha “Sentir e conhecer os patrimónios de Castelo Mendo”, e assista ao 1º estágio de Consorte de flautas e Baixo contínuo na igreja de S. Pedro, seguido de uma visita guiada encenada da lenda “O Monstro e o Ermitão. Esta é uma iniciativa a cargo do CalaFrio e termina com a queima do Monstro e festejos de paz no largo do Pelourinho.

Esta ação vai proporcionar ao visitante descobrir com o desenrolar da lenda o encantamento do património construído e imaterial de Castelo Mendo, é uma visita misteriosa que por certo encantará todos, tendo como cenário Um Património ao Luar.

Bartleby pelo CalaFrio

O Teatro do CalaFrio está de volta à cena com uma nova peça que promete surpreender – Bartleby – uma adaptação de Pedro Dias de Almeida, do texto “Bartleby, o Escrivão, uma História de Wall Street” de Herman Melville. Estreia já no próximo dia 17 com sessões no dia 18 e 19 de dezembro.

bartleby cartaz

Não deixa de ser irónico que Bartleby, personagem criada por Herman Melville em 1853, tenha alimentado tantos textos e reflexões de grandes pensadores até aos dias de hoje.

Este herói da inacção – ou, decididamente, um exemplo radical de anti-herói – que a tudo responde com a frase «preferia não o fazer» («I would prefer not to») sem nunca abandonar uma profunda indiferença e impassibilidade perante o que o rodeia foi intrigando e encantando geração após geração e chega aos labirintos do século XXI com perfeita actualidade, obrigando-nos a questionar as bases de uma modernidade que ainda hoje ilumina os nossos dias.

A história de Bartleby é-nos contada pelo advogado sereno e «pouco ambicioso» que o contrata como escrivão no seu escritório na Wall Street, em Nova Iorque.

Relutantemente, mesmo sem perceber muito bem porquê, ele torna-se cúmplice da inacção de Bartleby, tolerando até ao fim todas as suas injustificadas recusas.

É este um «livro triste e verdadeiro onde se mostra que a inutilidade essencial é uma das quotidianas ironias do universo», como escreveu Jorge Luís Borges, ou um «texto violentamente cómico» que «não pretende ser símbolo de nada», como defendeu Gilles Deleuze? É Bartleby um «novo Messias» – como defende Giorgio Agamben – que «não vem, como Jesus, para redimir o que aconteceu mas para salvar o que não aconteceu»?

Levar a inacção fundamentalista de Bartleby para um palco de teatro é um risco e um desafio. Esta não é a primeira vez que isso acontece.

O dramaturgo espanhol José Sanchis Sinistierra fez, em 1989, uma adaptação dramatúrgica da obra do escritor norte-americano e, em Portugal, os Artistas Unidos estrearam, em 2001, História do Escrivão Bartleby, com texto de Francisco Luís Parreira e encenação de João Meireles, recriando livremente diálogos e personagens.

Nesta adaptação procurámos ser muito fiéis às palavras de Melville e ao modo como, literariamente, ele apresentou Bartleby ao mundo, contribuindo, como sublinhou Deleuze, para criar um arquipélago onde também podemos encontrar os nomes de Kleist, Dostoievski, Kafka ou Beckett.

Bartleby tem encenaçãoo de Américo Rodrigues e conta com as interpretações de Valdemar Santos e vasco Queiroz, Daniel Rocha e Américo Rodrigues. A peça pode ser vista no Pequeno Auditório do Teatro Municipal da Guarda, pelas 21h30. Os bilhetes custam 6€.

Empresta-me um revólver até amanhã

Vamos ao Teatro.

Vamos ver uma boa peça de Teatro. Daquelas que no seu prólogo já nos deixa cheios de uma curiosidade que se manifesta numa estranha adrenalina intensificando-se na proximidade da estreia.“Empresta-me um revólver até amanhã” é a peça de teatro que a Companhia Profissional de Teatro CalaFrio, da Guarda vai levar ao palco, nos dias 16, 17 e 18 de abril.

A partir das 21h30 o palco do Teatro Municipal da Guarda recebe Anton Tchekhov como convidado, através de uma peça inspirada em duas obras do autor Russo, “O Canto do Cisne” e “Trágico à força”. Aqui vamos conhecer Nikita, o ponto. Uma personagem secundária que, nesta revisitação, ocupa o centro da trama. Nikita vive no teatro e vive dele. O Teatro é dele, conhecendo muitas peças de cor e é o guardião das memórias daquele espaço. É no seu teatro, nos bastidores, que se encontra com Vassili Vassilitch, um ator que se deixou dormir após a atuação da noite, confrontando-se com as recordações e angústias de quem já foi um glorioso ator no passado.

Nesta história vamos conhecer, ainda, o veraneante Ivan Ivanovich, sobrecarregado de tarefas, que procura um amigo para desabafar acerca da sua deplorável condição de vítima. É apenas uma voz e uma ténue imagem, escravo de um trabalho extenuante que consiste em transportar os mais estranhos objetos. Nikita representa o papel de Muraskhin, num crescendo de tragédia, num papel, talvez, ainda mais trágico que o de Ivanovich, quem sabe este não será uma personagem criada pelo ponto. Talvez o ponto seja um verdadeiro trágico. Talvez tenha desejado, sempre, ser um ator. Trágico.

Com encenação de Américo Rodrigues que, juntamente com Valdemar Santos e José Neves fazem a interpretação destes trabalhos de Tchekhov. A sonoplastia está a cargo de José Neves e Pedro Costa.

Vamos então ao Teatro. Temos encontro marcado para o dia 16 de abril, a partir das 21h30, no pequeno auditório do TMG. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro e custam 6€.