Let’s G!O à Romaria em Gouveia!

A arte manifesta-se de diversas formas e qualquer local pode ser alvo de uma intervenção artística.

A intenção da Arte Urbana é dar nova vida a edifícios e espaços das cidades criando novas dinâmicas. No interior o mapa da Arte Urbana integra cidades como Viseu, Covilhã e Castelo Branco, mapa que agora recebe mais uma cidade, que verá, durante a próxima quinzena, o edifício do seu Mercado Municipal ser tela para alguns artistas nacionais e estrangeiros.

Gouveia em parceria com o projeto G!O Romaria Cultural promove a valorização artística do espaço do Mercado e a sua renovação contribuindo, assim, para novas dinâmicas, valorizando o espaço e criando uma oferta cultural gratuita.

O grupo portuense CIRCUS, conhecido pelos seus trabalhos na cidade invicta, pelas mãos de Lara Luís e os Chei Crew serão os responsáveis pelo início desta obra e estarão em residência na cidade de Gouveia até ao final de julho.

O Projeto G!O Romaria Cultural pretende fazer de Gouveia um ponto de encontro, unindo as pessoas pelo seu amor à cultura e arte.

Trata-se de uma celebração da cultura dando-a a conhecer a quem visitar esta cidade, e fazer com que voltem todos os anos.

Uma iniciativa de cariz comunitário que surgiu da vontade de um grupo de Gouveenses preocupados com a falta de ofertas culturais diversificadas na sua cidade e no interior do país. Surge como uma forma original de promoção do concelho de Gouveia através de estratégias de valorização do património.

Vai já na sua segunda edição e apresenta uma programação totalmente gratuita.

Os objetivos desta Romaria cultural passam por promover a visibilidade e atratividade do concelho de Gouveia, reforçar a capacidade de mudança e de criação do valor do comércio local, valorizar tradições e reinventá-las no contexto contemporâneo, fomentar o contexto cultural, dando a conhecer os recursos humanos existentes nessa área e promover uma atitude de cidadania participativa.

A G!O Romaria Cultural deste ano decorrerá nos dias 24, 25 e 26 de julho.

Os visitantes terão a oportunidade de ver o trabalho final na intervenção artística do Mercado Municipal a par de iniciativas de cinema, como a “Monstra à solta em Gouveia” que irá ter lugar no Teatro Cine de Gouveia e que vai passar filmes do Festival de animação de Lisboa.

Durante estes dias terá ainda lugar o 1º Instameet serrano que convida todos os instagrammers portugueses para capturar fotos em Gouveia.

Outra das atividades que terão lugar durante este G!O Romaria Cultural são as Feirinhas G!O Romaria Cultural, no Mercado Municipal, Praça Alípio de Melo, Av. Dos Bombeiros e Jardim do Museu Abel Manta, e que consistem em Feiras de Artesanato, 2ªmão, Gastronomia, Agricultura e Feira de Troca de Brinquedos. Para visitar, ainda as exposições no Teatro Cine Club Camões, Galerias Abel Manta, Casa da Torre e lojas do centro da cidade.

Ainda em várias ruas da cidade os visitantes poderão assistir a vários concertos de vários géneros que passarão pelo Fado, Clássica e passando pelo Pop Rock e pela música electrónica.

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São várias as iniciativas a decorrer durante estes três dias em Gouveia como dança, poesia, teatro, performances, jogos tradicionais, workshops, apresentação de livros, observação de aves, desporto, contadores de histórias e intervenções artísticas que convidam a ir em Romaria num percurso cultural totalmente gratuito.

Conheça em pormenor o programa deste evento em www.goromariacultural.wordpress.com ou no facebook em www.facebook.com/romariacultural.

 

 

São Mateus com programa para todos

É a Feira Franca mais antiga da Península Ibérica e todos os anos, durante um mês, traz à cidade de Viriato milhares de pessoas de todo o país. Com 623 anos a Feira de São Mateus tem o melhor cartaz de animação, no que toca a uma Feira do tipo, da região e por isso é tão aguardada.

Comecemos pelo cartaz deste ano que, à semelhança de anos anteriores, está recheado de grande nomes da música nacional, apostando em artistas diferenciados e numa variedade de géneros que atrairá vários tipos de público.

No sábado dia 8 de agosto o palco BIC será comandado pelos Dj’s RFM Dance Floor – Kura que, a partir das 22h00 até às 2 da madrugada vão colocar Viseu a dançar, no domingo dia 9 de agosto sobe ao Palco a Banda do Mar.

A semana começa com música tradicional, com o Rancho Folclórico “As Cabacinhas de Santiago e o Grupo de Cantares Flamiam a animar a noite de segunda-feira.

A noite de terça-feira dia 11 começa com um concerto de Diogo André e logo a seguir vai eleger-se a mais bela portuguesa além fronteiras no concurso Miss Emigrante.

Os amantes do RAP podem bater palmas ao som de AGIR na quarta-feira e na quinta é a vez de António Zambujo animar as hostes. A partir das 22h00 do dia 14 de agosto o palco Banco BIC fica sob o comando de Pedro Abrunhosa.

Na Feira de São Mateus aposta-se em grandes nomes que enchem a casa como é o caso do que, com certeza, irá acontecer na noite de 15 de agosto quando Tony Carreira subir ao palco.

Voltamos à música tradicional portuguesa no domingo com o Festival Internacional de Folclore, a acontecer a partir das 22h00 e na segunda-feira dia 17 é a vez da atuação do grupo de Cavaquinhos de Passos de Silgueiros.

Os The Greyhound James Band atuam na terça-feira e na quarta dia 19 é a vez de Mara Pedro presentear os visitantes da Feira com uma noite de fados.

Na quinta-feira dia 20 de agosto são três os momentos musicais que prometem animar a noite, começando às 21h00 com a Tuna da AH dos Bombeiros Voluntários de Viseu, seguidos de uma das bandas nacionais do momento, Os Azeitonas e a fechar a noite o Dj PPKOOL.

Na praça dos concertos, no dia 21 de agosto não perca, a partir das 19h00 a demonstração da Federação Portuguesa de Lohan Tao, às 22h00 no palco Banco BIC atua o Coro Mozart.

Viseu vai terminar o dia de 22 de agosto em grande com um concerto que, certamente irá atrair milhares de espetadores, os Xutos & Pontapés voltam à cidade de Viriato e prometem arrasar.

Slimmy e Ricardo Azevedo são os artistas da noite de domingo dia 23, e no dia 24 a Feira de São Mateus enche-se de dança com ritmos Afro-latinos.

Os Lamed Klan são a banda da noite de terça-feira e a Infantuna de Viseu vai encher o Palco de ritmos académicos na quarta dia 26 de agosto.

Na Feira de S. Mateus há lugar para todos os tipos de música e na quinta feira enche-se de ritmo com Cachupa Psicadélica.

Na sexta feira, dia 28, o Brasil invade o recinto ao ritmo de Daniela Mercury, e no dia seguinte Anselmo Ralph anima a noite.

Domingo recebe os The 7Riots seguido de uma sessão de cinema, que se repete na segunda feira seguinte.

Na terça-feira dia 1 de setembro é vez de o recinto receber os Depeche Note e João Bota atua na noite de 2 de setembro. A noite de sexta-feira está a cargo dos Rock Moit’Alive: “Os Vultos”. No sábado sobem ao palco os Diabo na Cruz e os D.A.M.A vão conquistar Viseu na noite de domingo.

Venha dançar ao ritmo da música tradicional na segunda-feira com os Minhotos Marotos, e na terça ao ritmo dos Cantorias.

Na quarta-feira dia 9 de setembro o que se promete é uma viagem pelas últimas décadas através da música num espetáculo chamado “Life is Life”. Na sexta-feira a música Gospel é rainha e no último dia, a fechar com chave de ouro, José Cid!

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Na edição deste ano a Feira de S.Mateus irá apresentar-se com cara nova, mais jovem e atrevida, com um espaço pensado de forma a ser mais eficaz e tornar a Feira mais imponente, com a Sé de Viseu a servir de cenário para os grandes concertos que nos esperam!

 

 

 

Afinal onde se come o melhor caracol?

“Mas que nojo, como é que vocês conseguem?!”, exclamei eu entre um misto de curiosidade e náusea, num rasgo de pesquisa social para tentar perceber o que via à minha frente.

Prova que vais ver que gostas!”, diziam elas enquanto se deliciavam com aquilo.

“Parece que estão vivos!”, dizia eu enquanto pegava num e o inspecionava tal cientista numa investigação minuciosa.

“Não podes dizer que não gostas antes de provar!”, “eh pá mas na minha terra isto não se come!”, “não sejas mariquinhas e prova!”.

E lá me encontrei, encarando de frente o bicho como um toureiro enfrenta o touro numa pega, só que aqui os cornos eram outros e o tamanho do animal era bem menor, mas a coragem necessária para abrir a boca e sorver o dito era proporcional à do forcado, certo que os riscos de morte eram menores, mas a bravura necessária para experimentar este “petisco”, era herculana, pelo menos para mim.

O meu cérebro era, naquele momento, uma arena de disputa entre a vontade de provar aquilo que levava as minhas amigas a lamberem os dedos, e a repulsa.

“Não sejas fraquinha, tu consegues miúda, afinal, se elas estão ali todas lambuzadas é porque isto não deve ser assim tão nojento, anda lá, não dês parte fraca, fecha os olhos e come!”. Foi o que fiz. Segurei-lhe na carapaça e, estoicamente, servi-me do palito e arranquei o caracol para fora da sua concha! Confesso que não voltei a olhar, sabia que o corpo desnudo do desgraçado me iria causar repulsa e demover-me daquela empreitada. Acho que engoli de uma só vez.

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O sabor a orégãos sobrepunha-se aos restantes ingredientes e, para meu espanto, o meu palato bateu palminhas de contente e percebi o porquê do alarido lá em casa quando a Branca trouxe a panela com os caracóis, “especialidade da nossa casa em Castelo Branco!”.

Aqueles caracóis eram, de facto, deliciosos!

O molho e a textura do petisco pediam o acompanhamento de uma boa broa, e cá pela Guarda a broa é bem boa e casa na perfeição com um belo prato de caracóis!

Foi desde essa tarde de junho, por entre os livros e os apontamentos do exames, que deram, a esta Minhota, a conhecer um dos mais afamados petiscos dos tascos desta região, o caracol! E rendida fiquei.

2004 ano de Europeu!

Estávamos nos idos anos de 2004, Portugal recebia o Campeonato Europeu de Futebol e, como bons adeptos, e como bons estudantes com pouco dinheiro que éramos, lá nos juntávamos onde a garantia de bons momentos em frente à televisão, com a certeza que nos iriam servir bons petiscos a preço de amigo. Foi por esses dias que começamos a percorrer alguns dos tascos do centro da cidade, um por jogo, porque essa era a nossa certeza de vitória na certa e nestas coisas da sorte e do azar é melhor não arriscar, daí que a cada jogo íamos variando a bancada. A cada partida pedíamos um prato de moelas, um de pica-pau e uma dose de caracóis. E assim fui provando, nas tascas que serviam, os diferentes sabores que o caracol pode ter, por bandas da cidade mais alta, entre gritos de euforia e vitória.

Durante o Euro 2004 dois locais, na minha humilde opinião, venceram a competição do melhor caracol da Guarda: o Café A Dorna e o São Pedro.

Na Dorna o sabor do cominho (do qual sou super fã), acompanha a textura do caracol na perfeição e quando passamos o pão pelo molho, o resultado final é fabuloso.

No São Pedro os orégãos são a companhia perfeita do caracol, e quando quente, o molho que os acompanha é tão maravilhoso que mesmo quando os dedos queimam, não podemos deixar de sorver o caracol da sua casca numa harmonia perfeita com o seu molho, e não há cá vergonha nem pelo barulho nem pela nódoa certa na camisola.

Não vos sei dizer qual é o meu favorito, os dois estão no mesmo patamar o que, na minha perspectiva, é uma vantagem, assim, quando um sitio está cheio ou fechado, posso sempre ir ao outro sabendo, de antemão, que me vou deliciar à mesma.

Ao longo destes anos fui provando as especialidades no que toca ao caracol, noutras casas desta cidade, umas melhores que outras, mas confesso que os caracóis da Dorna e do São Pedro são os meus eleitos, e se acompanhados de um bom punhado de amigos, dois dedos de conversa e uma cerveja gelada, para mim é a perfeição.

Voltando atrás na minha história, carrego em mim a culpa da derrota da equipa das quinas frente à Grécia, tanto no início da competição, como no final da mesma. Na primeira não fui ao tasco e vi o jogo em casa. Na segunda, arriscamos a sorte, dispensámos os caracóis e juntamo-nos com mais pessoas para ver o jogo num dos palcos da cidade, acabámos por perder a final. Aprendi a minha lição. Não há europeus ou mundiais sem caracóis no prato!

Fotografia: Food With Meaning

Tânia Fernandes (ferrenha adepta do caracol)

 

 

 

Há Blues em Castelo Rodrigo

Já por cá falámos da Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo.

Falámos da magia das suas ruas e do património deslumbrante que possui. No entanto, a Aldeia Dourada das Beiras é mais do que património cultural e paisagem, sendo várias as iniciativas que aqui têm lugar, caso do Marofa Folk & Blues Fest.

De modo a promover o concelho e as suas belezas e cultura e de maneira a colocar Castelo Rodrigo noutra rota, desta vez a dos Festivais, o município decidiu promover aquele a que chama 1º Marofa Folk & Blues Fest 2015 – 1º Festival Internacional de Folk e Blues de Figueira de Castelo Rodrigo.

O palco deste Festival será o Palácio Cristóvão de Moura e promete atrair um vasto número de apreciadores deste género musical que, em Castelo Rodrigo, terão a oportunidade de aliar a música Folk e Blues à beleza deste espaço magnifico que já serviu muitas vezes de palco para eventos de moda, por exemplo.

Outro dos objetivos passa por atrair os nossos vizinhos espanhóis, e os de cá pois claro, dando a oportunidade de aliar a uma forte componente turística e gastronómica uma música que, por si só, tem o poder de envolver as pessoas.

O Folk é música do mundo sem autor conhecido que existe desde os tempos antigos e que é revisitada por novas vozes, que transmitem culturas e histórias. Trata-se de um género musical ritmado e que apela à dança.

Os Blues, mãe do Jazz e pai do rock, é um género musical que se caracteriza pelo uso de notas tocadas ou cantadas numa frequência baixa, com fins expressivos, usando sempre uma estrutura repetitiva. Nasceu nos Estados unidos a partir de cantos religiosos e espirituais e definiu o aparecimento de muitos outros géneros musicais.

Nos dias 31 de julho e 1 de agosto, Castelo Rodrigo vai encher-se destes sons inebriantes, sendo os portistas do Bando do Rei Pescador os responsáveis por abrir este Festival, estando a segunda parte da noite a cargo de André Indiana que irá apresentar o seu projeto de Blues – Indiana Blues Band. A noite de 1 de agosto começa com Flávio Martins e o seu mais recente projeto, Senhor Vadio. A segunda parte da noite de 1 de agosto estará a cargo de uma das mais importantes bandas de blues acústico da península ibérica, Miki Nervio & The Blues Makers.

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A promessa deste Festival vai no sentido de agitar estas noites de verão, num ambiente que se deseja intimista entre músicos e público.
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O bilhete custa 2 euros.

 

 

O Tasco quanto mais Tasco melhor!

Todas as localidades têm um, mas nas cidades eles proliferam às dezenas. Muitos pensam que são cafés, mas não, apenas estão disfarçados. Os Tascos, aqueles a sério, são santuários.

Os Tascos são locais guardadores de segredos de pessoas fieis a estes espaços.

Os seus donos, que humildemente nos recebem ao balcão, são confidentes e conhecem os seus clientes de um modo tal que não encontramos cumplicidade semelhante em mais nenhum lado. Mas, do mesmo modo que recebem o seu cliente fiel, abrem os braços e os sorrisos para os clientes novos. Há aqueles que nos atendem de modo carrancudo, de palito na boca, pano de cozinha ao ombro, com um rude “qué que vai ser chefe? Diga lá que tenho a casa cheia!”, mas que depois olham em cumplicidade para o cliente mais antigo e percebemos que é uma espécie de praxe e logo depois nos trazem os mais deliciosos petiscos que alguma vez comemos nada vida!

É sabido que os melhores locais para se comer são os tascos, e quando mais tasco melhor!

Quando falo em “quanto mais tasco melhor”, falo daquele tasco que tem cadeiras antigas e um calendário da Senhora do Socorro, ou do Talho lá da zona, datado de 1990, como que numa referência à altura em que abriu ao público.

Há petiscos inevitáveis em todos os tascos, começa pelos rissóis, pastéis vários, orelha e moelas, o que vier depois já é característica do tasco. E se há coisa que não pode faltar no tasco é o vinho e a cerveja, e mesmo que o vinho seja mau (temos de anuir sempre ao dono quando ele afirma, peremptoriamente, que é a melhor pinga da região…. cultura própria), torna-se bom ao final de uns pratos de moelas e uns tantos copos para ajudar a “empurrar”.

No tasco não se come apenas, fala-se de tudo como num fórum de sabedoria do povo, e o povo é que sabe! Fala-se de política com a mesma paixão que se fala do futebol e do jogo da noite anterior.

Nos tascos não há clube, não há partido político, há discussões, e muitas, acerca de tudo numa amálgama de opiniões.

Se se chega a alguma conclusão no final das conversas acesas pela bebida? Não. Mas também não interessa, porque no final o que fica é o sabor dos caracóis ou o picante do queijo.

Quando entramos num tasco não queremos mobiliário da moda nem um hipster a atender-nos, a não ser que seja filho do dono, e aí habilita-se a levar uns calduços. Quando entramos num tasco queremos os azulejos nas paredes e a montra das garrafas ao balcão. Queremos a média luz e os quadros com dizeres como “Aqui não se vende fiado” ou “Eu gosto tanto do vinho, e dá-me tanta alegria, que até chamo ao garrafão a minha telefonia”. Queremos a mini servida com os tremoços e as azeitonas sem termos de pedir.

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Os tempos mudam, eu bem sei, mas há coisas que eu gosto que permaneçam paradas no tempo, e um tasco, quanto mais característico melhor, sob pena dos seus petiscos perderem o sabor típico e tradicional que nos leva à nossa juventude.

O tasco é ponto de encontro e, mesmo que tenhamos um preferido, acabamos sempre por visitar outros.

Na Guarda há uns quantos muito característicos, de alma beirã, mesmo que o dono seja alentejano ou minhoto. Aqui somos bem recebidos e o riso é bondoso e genuíno. Não podemos deixar as tascas desaparecerem, são parte da nossa memória, e a memória é o que de mais importante temos!

 

B.F.M

VivaCidade do Verão da Guarda!

Arranca já no próximo dia 15 julho o programa de animação estival que vai decorrer na Guarda até o dia 15 de setembro em dois meses de muita música, cultura, animação de rua, teatro, dança, exposições, artes circenses, cinema, performance e instalação, um pouco por toda a cidade.

O espetáculo de abertura da edição deste ano do VivaCidade acontece a partir das 21h3 no Pátio da Sé Catedral com a Orquestra Filarmonia das Beiras com a Soprano Isabel Alcobia e o tenor Carlos Guilherme que na acústica natural deste espaço garantidamente serão receita para momentos mágicos.

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Ao longo de dois meses terão lugar vários eventos que decorrerão em locais como os Claustros do Paço da Cultura, Rua do Comércio e Rua Alves Roçadas, Biblioteca Municipal, Capela do Mileu ou do Solar dos Póvoas, Praça Luís de Camões, Museu da Guarda entre muitos outros espaços.

De destacar, aquele que promete ser o grande evento, o The Long Weekend que irá dinamizar o centro histórico e as principais ruas do comércio do centro da cidade, em três dias de muita animação à semelhança do que aconteceu na edição de setembro passado, com o comércio de rua aberto até à meia noite.

Em agosto destaque neste Vivacidade para a peça de teatro no Jardim José de Lemos, Microglobo – Teatro mais pequeno do mundo, no dia 22 às 16h30 e 21h30, e para a banda Móvel – Radar 360º, num espetáculo de teatro físico, circo e música.

Setembro arranca com a Exposição de Lynx Tungur no nº8 da Praça Luís de Camões e termina com um espetáculo Multimédia, pirotecnia e Teatro de Rua, no dia 11 no Pátio da Sé Catedral às 21h30, intitulado A Luz no Sagrado – Artelier? – TNR! Plataforma das Artes de Rua.

O programa VivaCidade, que pode conhecer em pormenor no site do Município, quer dinamizar a Guarda no período do verão com iniciativas que atravessam todos os quadrantes da cultura, do mais popular ao mais cosmopolita, do folclore à música clássico, do teatro à animação circense, da performance à dança, das instalações às exposições. Todos os espetáculos são gratuitos e o desafio lançado é para que as pessoas saiam de casa e se encontrem com os amigos, percorram as ruas e procurem as atividades!

 

 

Jardins Efémeros de Viseu, conheça-os!

A luz é o tema do festival de artes de Viseu que decorre até dia 12 de julho.

Uma luz produtora de momentos únicos que celebra a cidade e a comunidade. Uma luz que reflete, que indica e que acompanha os caminhos para as muitas partilhas que se dão nos Jardins Efémeros.

O centro histórico de Viseu está transformado num grande jardim que nos remetem para os grandes espaços barrocos que adornavam os palácios reais. Artistas locais, nacionais e internacionais que celebram as artes numa constante experiência com o público.

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Som, artes visuais, dança, teatro, conferencias, arquitetura, oficinas, mercados, cinema, fotografia e muito mais para ver, apreciar, sentir e cheirar nestes Jardins.

O Sonho vive na Casa nº 94 da Rua do Comércio. Uma Casa que chama pelos mais novos cheia de livros e jogos infantis recolhidos pelos comerciantes e oferecidos às gentes de Viseu, assim como o trabalho de cientistas e criadores do programa aplicado a 43 atividades com mais de 1500 vagas em oficinas pensadas para crianças.

Na Sé de Viseu a música pelos dedos de Lubomyr Melnyk e, nos Claustros, a produtora Holly Herndon prometem espetáculos únicos.

Mas há muito mais para descobrir!

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No palco dos Jardins Efémeros, no Adro da Sé, são muitos os nomes que vão marcar presença como Pye Corner & Not Waving, Tó Trips ou TochaPestana entre outros.

Na antiga garagem da Renault os Bizarra Locomotiva vão inaugurar o Fojo, um novo espaço e no “Jardim Errante, um palco sobre quatro rodas, poderemos descobrir novos projetos.

Na Casa do Miradouro, a arquitetura, as sombras e a terra fazem uma das peças construídas especialmente para esta edição dos Jardins Efémeros.

Visitemos a exposição “moderno & medieval camuflado” com peças de Pedro cabrita Reis, Mário Cesariny e Álvaro Lapa, com a participaçãoo especial de Eduardo Souto Moura e peças internacionais.

Nesta edição mantêm-se os seus princípios fundadores, cruzando artistas locais com internacionais, ciência e arte, estabelecendo-se pontes entre diferentes formas de intervir na cidade.

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Mantendo, ao mesmo tempo, a sua matriz social, artística e lúdica, a programação desenvolvida é um reflexo da tentativa de agregar diversas linguagens e conteúdos no mesmo espaço urbano – o centro histórico de Viseu.

“Iluminismo” é a palavra caracterizadora da V edição dos Jardins Efémeros. Se o “Século das Luzes” se traduziu na aplicação da razão aos mais diversos campos da vida, os Jardins convocam na cidade esse conceito e o pensamento crítico que lhe está associado através de práticas artísticas e culturais diversas.

Mais do que fornecer entretenimento sem conteúdo ou significado, procuramos estimular, em cada espectador, uma visão contemporânea da vida e das suas complexas intersecções. A dimensão experimental deste acontecimento cultural obriga, ao confronto entre o passado – representado pelas ruas, praças, edifícios e espaços -, o presente – momento em que decorre a ação – e o futuro – as infinitas possibilidades abertas de tudo a que assistimos. É também a ideia individual e colectiva de cidade, o respeito pela diferença e o intercâmbio das mais diversas vivências que nos motivam e entusiasmam neste acontecimento cultural.

Conheça o programa destes Jardins Efémeros em www.jardinsefemeros.pt e apresse-se, tal como o nome diz estes Jardins são de curta duração e, tal como a vida, efémeros!

 

Fotografia: Eduardo Ferrão: Fernando Carqueja

Aldeias a Património Cultural da Humanidade

Ah Interior de lindas terras e aldeias de pasmar, com os teus castelos e muralhas que protegem incontáveis tesouros de histórias e estórias de gentes com muito para contar!

É inegável a beleza singela de alguns dos recantos deste interior. Há muito que o sabemos e protegemos. Conhecemos esses recantos protegidos por “Aldeias Históricas” uma rede de 12 Aldeias que formam o um acervo único no país e que fascina todos quantos as visitam.

Aldeias Históricas de Portugal é uma Associação de Desenvolvimento Turístico, que tem como objetivo promover o desenvolvimento turístico da Rede “Aldeias Históricas de Portugal”, da qual fazem parte Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso.

São lugares maravilhosos que carregam consigo o peso da história intimamente ligada com a fundação da própria nação, e tendo em conta o património histórico, social e cultural e tendo em conta o que representam estas localidades, não apenas para o Interior mas para todo o país, a Associação de Desenvolvimento Turístico – Aldeias Históricas, decidiu começar a trabalhar numa candidatura para Património Mundial da Humanidade, com a esperança que o processo fique concluído nos próximos cinco anos.

Esta distinção trará grandes benefícios a toda a região já que o selo da UNESCO poderá ter um forte impacto no que toda à divulgação, promoção e desenvolvimento turístico e cultural de toda a região.

Seja como for acreditamos que as nossas Aldeias têm potencial para receber essa distinção o que nos deixará ainda mais orgulhosos. Até lá cabe-nos ajudar a divulgar estas pérolas da região. Aqui no site da HeartBeat podem encontrar crónicas acerca de algumas dessas Aldeias.

 

Venha connosco:

https://heartbeat.pt/linhares-beira/

https://heartbeat.pt/sortelha/

 

 

Mêda +, Há muito Mais neste Festival!

Julho é mês de Festivais. Um pouco por todo o país a juventude junta-se numa amálgama de campistas sedentos de música e diversão.

Há os grandes festivais que todos conhecemos, mas há outros, não menos importantes, pelo menos para quem vive nas regiões mais perto. Por cá há vários. Hoje falamos do Mêda +, que promete animar todos nos próximos dias 23, 24 e 25 e conta com um pequeno pormenor que faz toda a diferença, é de entrada livre!

Esta é já a sexta edição de um Festival que já trouxe à cidade da Mêda nomes como Diabo na Cruz, Tara Perdida, X-Wife, Miss Lava, Wraygunn, Mão Morta, entre muitos outros que constituem o panorama musical nacional.

Para este ano a animação está garantida com três dias que prometem animar as noites das centenas de jovens que participam neste Festival.

Os festivaleiros começam a animação, na quinta-feira dia 23 de julho com os D’alva, Os Alice, moe’s Implosion e Van Breda. A sexta-feira arranca com Diabo na Cryz, Karpa, A Cepa Torta e Spitfyah Sound. O último dia fica a cargo de Sam Alone, Los Waves, Low Torque e Club Banditz. No palco Cadeira Amarela atuam Tales and melodies, Shutter Down, Limbo, Hugo “Pé Descalço”, Smoking Beer, Madame Limousine, Blackbird e Blue Trash Can.

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A aposta deste Festival está em manter um cartaz de qualidade baseado em apostas nacionais com nomes recentes, e não só, de artistas portugueses.

O espírito é verdadeiramente festivaleiro com entrada e acampamento gratuito.

Este Festival nasceu com o intuito de acrescentar valor e diversidade à dinâmica cultural da Mêda, projetando o nome do concelho com um Festival de Música pautado por dois critérios: apoiar novas bandas portuguesas e abranger vários estilos musicais, proporcionando uma experiência única para muitos dos jovens que habitam no concelho e na região.

O espaço do Festival é, por si só, uma aliciante, com um Parque de Campismo e um complexo de piscinas com condições de excelência, para além de um Skatepark que faz as delicias dos praticantes.

Pra mais informações é só visitar o site em www.medamais.pt.

Vamos lá pegar na agenda e marcar os dias 23, 24 e 25 de julho como ocupados para a diversão e música na Mêda!

Elevemos as Festas da Aldeia a Património Cultural!

Ser português é muita coisa. É ser hospitaleiro. Acreditar que somos os melhores do mundo e os piores também.

É defender o que é nosso com unhas e dentes porque as únicas pessoas que se podem queixar do que é português somos apenas nós, os portugueses.

Ser português é rilhar tremoços e beber uma cerveja numa esplanada num dia de verão. É juntar a família toda em piquenique, num qualquer parque deste país e acabar o dia com mais três famílias à mistura que por ali passaram e se juntaram. Ser português é viver numa eterna saudade, é ter um sorriso humilde e, mesmo na maior das pobrezas, tirarmos o casaco porque o vizinho está com frio.

É no verão que o que de mais português há em nós se revela.

São as nossas tradições e culturas que na época estival se manifestam com maior fervor. Porque é que esperamos ansiosamente pelo verão, e porque é que esta época é tão importante para os portugueses? Porque é nesta altura que o país se enche de vida. É no verão que abrimos os braços para receber quem está longe.

Não há noite de verão em que não haja um bailarico por aqui perto. Há sempre festa numa aldeia. É luz, cor, música e comida, muita comida, porque ser-se português é também saber comer bem.

Para os portugueses, principalmente nestas regiões do interior, o verão é o renascer, como se fossemos uma espécie de borboleta presa num casulo que espera pelo estio para abrir as suas asas e revelar as suas verdadeiras cores.

O verão é mais do que calor, é o renascer das nossas terras que, durante os meses de inverno, ficam quedas à espera que a luz do sol lhes desperte a alma e lhes devolva os filhos.

A Festa da Aldeia é mais do que uma banda no palco ou uma procissão no adro da igreja. É mais que luzes e pés de dança. É reencontro, lágrimas de alegria, abraços apertados e risos de pura felicidade. Vai muito além da tradição religiosa ou da pagã. É reunião. Reencontro de amigos e familiares. É a união de gerações e a partilha de felicidade.

Num bailarico de verão não se pensa em trabalho nem em tristezas. Não há doenças e a política é tabu. Num bailarico de verão comemora-se a vida, trocam-se olhares e investe-se em namoricos, não há novos nem velhos, há gente, e isso é o mais importante. Celebra-se o frango assado e a bifana, o vinho e a cerveja e agradece-se ao nosso santo do coração ter-nos dado mais um ano para voltarmos ao nosso ninho.

A Festa da Aldeia é mais que uma celebração e mesmo que, para muitos, seja uma festa popular, a sua essência vai muito além disso, alma que se sente mais quando estamos numa aldeia do interior.

No verão a população triplica e, normalmente, os filhos da terra voltam para a festa da aldeia, porque é nessa altura que todos se reúnem.

O bailarico de verão é mais do que uma festa. É o almoço em família. É ajoelhar na igreja e chorar porque conseguimos cá voltar. É segurar, com orgulho acrescido o andor, porque é uma honra levar nos ombros o nosso santo e o peso do seu significado.

É ouvir a banda marcar os passos na procissão.

É verificar que a nossa avó tem mais rugas e constatar que nunca foi mais linda do que agora. O bailarico da aldeia é música até o sol nascer, interrompida pelo sino da igreja que anuncia a primeira procissão do dia. É comprar rifas porque a bicicleta tem de ir para o meu Miguel. É o melhor fogo de artifício do mundo porque, nestes três dias, o mundo resume-se à nossa aldeia.

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No final o adro fica vazio de gente. A música acaba. As férias entram na sua fase final e o mundo real e cinzento começa a chamar por nós. Para o ano há mais e cá estaremos para fazer o tempo parar durante três ou quatro dias.

A Festa da Aldeia é algo tão português que devia ser elevado a Património Cultural da Humanidade.

É tão Português como o Fado ou como o Canto Alentejano. E mesmo aqueles que dizem não gostar acabam por ser vistos por lá, a dar um pé de dança como se aquele fosse o melhor espetáculo do mundo e, cá entre nós que ninguém nos ouve, é não é?