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TMG e O frigorífico

Diretamente do Reino Unido para o palco do pequeno auditório do TMG – Teatro Municipal da Guarda, a companhia Huma apresenta, nos dias 7 e 8 de maio, o seu projeto “The Fridge”.

Vamos até ao mundo escondido de um frigorífico em pleno TMG.

Um projeto a solo que nasce de uma vontade de partilhar e expressar um desejo, uma verdade comum a todos nós. A obsessão é o ponto central e o ponto de partida para a jornada do personagem, um homem-formiga, cientista e malabarista que vive no universo gélido do frigorífico, ao qual ele chama de casa, o seu lugar de sonhos e de caos, onde a mutação é a única constante nesta viagem. Utilizando as linguagens do teatro físico e do circo transpõe-se esta história para o espaço cénico.

Com sessão no dia 7 no TMG, quinta-feira, para os mais novos, às 10h00 e às 14h30, o bilhete custa 2€. Na sexta dia 8 a sessão é às 21h30 com bilhetes a custarem 6€.

 

O 25 de Abril vive em Tondela

O Teatro Acert, em Tondela, propõe uma programação, para os próximos dias, dedicada à Liberdade, já que no sábado se assinala o dia em que Portugal se libertou das amarras da ditadura.

Uma das propostas sobe ao palco do Auditório 1, já esta quinta-feira, e pretende ser uma homenagem ao 25 de abril a partir das palavras de Manuel António Pina, num espetáculo que se desenrola com recurso a memórias esparsas e fragmentadas, sobretudo sonoras, dos tempos antes da revolução, a que foi dado o nome de O Tesouro. Para ver com sessões às 10h30 e às 14h30, numa encenação da Companhia Pé de Vento, orientada para os mais novos, em Tondela.

O 25 de Abril vai ser comemorado com dois espetáculos. No Auditório 1, a partir das 21h45 terá lugar um concerto da banda A presença das Formigas, cuja sonoridade vai direta ao coração da terra. “A Presença das Formigas é o título de uma canção do disco O Coro dos Tribunais de José Afonso, que é, aliás, o primeiro disco dele editado após o 25 de abril.

Ao mesmo tempo, no Auditório 2 decorre um monólogo a partir de Marx, confirmando que o passado não perde utilidade quando se trata de olhar para o futuro

A partir de sábado estará patente a exposição “Genius Loci Spacetime Discontinuum” de Pedro Inock, que os visitantes poderão visitar até dia 25 de maio. Definida como uma mostra visual multiforme, trata-se de uma obra aberta e interminada, como interminável é o percurso do ensaio (sempre em constante devir) sobre as marcas do todo multifacetado que é a vida. Em diversos suportes — desenho, pintura, fotografia, instalação, vídeo — se expressam (vão expressando) impressivas memórias e afetos, se traduz (vai traduzindo) a relação emotiva com os lugares e os tempos que nos envolvem (vão envolvendo).

O 25 de Abril toca-nos a todos, e não podemos ser indiferentes à sua realidade e ao seu propósito.

Fotografia: Ricardo Chaves

TMG, longa vida à Cultura

A Catedral da Cultura da Guarda está de parabéns. Não aquela cuja história remonta a 1390, mas sim a Catedral da cultura da cidade mais alta. O Teatro Municipal da Guarda está a comemorar a sua primeira década de existência que, ao contrário do que muitos previram, não foi decadente, mas sim imponente. Imponente nos espetáculos lá exibidos. Imponente nos sentimentos transmitidos.

Imponente na arte e nos eventos este TMG!

Foram dez anos que disponibilizaram às gentes da região assistirem a espetáculos que, de outro modo, lhes seriam quase inatingíveis.

No TMG, que faz roer de inveja muitos Centros Culturais e Casas de espetáculos por este Portugal fora, é um local onde se respira arte, num ambiente onde imperam os sentidos.

Este fim-de-semana enche-se de gente para celebrar dez anos de dedicação, trabalho e muita beleza, porque a arte assim se define. No pequeno Auditório, Ary dos Santos estará presente em espírito, a sua alma será revisitada num tributo intitulado “Ary – O poeta das canções”, com canções históricas tocadas de forma inovadora, sofisticada e contemporânea. Um espetáculo para ver e sentir na próxima sexta-feira a partir das 21h30.

No sábado sobe ao palco principal, a partir das 21h30 uma das maiores representantes da música pop nacional. Rita Guerra dará o concerto que assinala o 10º aniversário do TMG, num espetáculo que reunirá todos os êxitos de 30 anos de carreira da cantora a compositora. Um espetáculo intimista onde a artista apresenta as histórias e as canções que sempre a acompanharam.

Muito se pode dizer acerca deste que é um dos espaços referência da Guarda, e não só, o TMG é uma referência para a cultura nacional, seja por aquilo que é lá apresentado, pelas oportunidades que oferece a quem o visita, seja pela sua beleza arquitetónica. Veio para ficar e conquistou o seu espaço, e por isso desejamos, longa vida à Cultura!

Fotografia: Fernando Guerra

Empresta-me um revólver até amanhã

Vamos ao Teatro.

Vamos ver uma boa peça de Teatro. Daquelas que no seu prólogo já nos deixa cheios de uma curiosidade que se manifesta numa estranha adrenalina intensificando-se na proximidade da estreia.“Empresta-me um revólver até amanhã” é a peça de teatro que a Companhia Profissional de Teatro CalaFrio, da Guarda vai levar ao palco, nos dias 16, 17 e 18 de abril.

A partir das 21h30 o palco do Teatro Municipal da Guarda recebe Anton Tchekhov como convidado, através de uma peça inspirada em duas obras do autor Russo, “O Canto do Cisne” e “Trágico à força”. Aqui vamos conhecer Nikita, o ponto. Uma personagem secundária que, nesta revisitação, ocupa o centro da trama. Nikita vive no teatro e vive dele. O Teatro é dele, conhecendo muitas peças de cor e é o guardião das memórias daquele espaço. É no seu teatro, nos bastidores, que se encontra com Vassili Vassilitch, um ator que se deixou dormir após a atuação da noite, confrontando-se com as recordações e angústias de quem já foi um glorioso ator no passado.

Nesta história vamos conhecer, ainda, o veraneante Ivan Ivanovich, sobrecarregado de tarefas, que procura um amigo para desabafar acerca da sua deplorável condição de vítima. É apenas uma voz e uma ténue imagem, escravo de um trabalho extenuante que consiste em transportar os mais estranhos objetos. Nikita representa o papel de Muraskhin, num crescendo de tragédia, num papel, talvez, ainda mais trágico que o de Ivanovich, quem sabe este não será uma personagem criada pelo ponto. Talvez o ponto seja um verdadeiro trágico. Talvez tenha desejado, sempre, ser um ator. Trágico.

Com encenação de Américo Rodrigues que, juntamente com Valdemar Santos e José Neves fazem a interpretação destes trabalhos de Tchekhov. A sonoplastia está a cargo de José Neves e Pedro Costa.

Vamos então ao Teatro. Temos encontro marcado para o dia 16 de abril, a partir das 21h30, no pequeno auditório do TMG. Os bilhetes podem ser adquiridos na bilheteira do Teatro e custam 6€.