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Chamem a cavalaria! Vamos ao Cerco de Almeida!

Preparem-se vem aí a invasão! Almeida já está a postos. Os soldados preparados! As tropas de Napoleão estão a chegar!

É já de 25 a 27 de Agosto que Almeida se transforma e se torna num palco onde a história se vê, vive e sente! Não pode faltar a mais uma edição do Cerco de Almeida, um dos eventos mais espetaculares da região e que nos demonstra de uma forma única e muito especial aquela que foi uma das mais importantes batalhas da região.

Não é apenas para os aficionados da História ou da Estratégia Militar. É para todos, pequenos ou grandes! Uma aventura à espera de ser vivida por todos!

Esta reconstituição histórica, organizada pela Câmara Municipal de Almeida e Grupo de Recriação Histórica, transporta-nos para os acontecimentos passados em 1810 com a III invasão francesa que abordou o território nacional por Almeida, cuja posição constituía um sério obstáculo à sua progressão, pois a sua estrutura era capaz de suportar um cerco prolongado.

O exército anglo-luso contava com o seu valor defensivo, pelo que a praça recebeu obras, reforços humanos e materiais para ganhar o tempo necessário no sentido de preparar as operações de defesa subsequentes, mas uma violentíssima explosão no seu paiol principal, a 26 de agosto de 1810, levou à sua capitulação.

No final Almeida caiu, mas Napoleão não conquistou Portugal.

São centenas os figurantes vestidos a rigor que nos remetem para esta batalha, permitindo aos visitantes perceber como se desenrolou esta batalha e como se vivia naquela altura da nossa história. Durante o evento haverá um seminário internacional, um mercado oitocentista e animação histórica.

 

A Invasão Francesa em Almeida!

As tropas Francesas já estão a caminho! Almeida vai ser invadida! A senda Francesa vê Almeida como uma fortaleza a abater para a conquista desenfreada de Napoleão! Iremos sobreviver?!

Está aí mais uma das mais importantes e interessantes Recriações Históricas feitas em Portugal, o Cerco de Almeida.

Serão mais de 400 os figurantes, portugueses e estrangeiros, que irão invadir as ruas de Almeida levando os milhares de visitantes numa viagem até 1810, quando as tropas francesas de Napoleão invadiram a região.

Este é um evento que tem atraído cada vez mais participantes, muito graças à promoção que tem vindo a ser feita em Feiras de Turismo. Este ano vêm participantes de Espanha, Inglaterra, Dinamarca, França e de alguns países do leste da Europa.

O programa já começou nesta Quinta-feira com a realização de um seminário internacional de arquitetura militar, sendo que o ponto alto decorrerá entre esta Sexta-feira e Domingo.

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Além da recriação histórica, a organização aposta, este ano, em muitos outros espetáculos, nomeadamente na Messe dos Soldados e que já conta com 600 inscrições.

Haverá, ainda um mercado oitocentista e a realização de um acampamento militar alusivo à época das Invasões Francesas, com a recriação de um campo de batalha e um hospital militar.

No sábado às 23h00 dá-se o cerco, a batalha noturna e o espetáculo piromusical da recriação da explosão do castelo. Às 11h00 de domingo, será recriada a Batalha do Côa, junto da ponte sobre o rio Côa, onde será feita a rememoração do combate ocorrido, ali, a 24 de julho de 1810.

 

fotografia: M.A Portilla

Acudam Almeida! Estamos a ser atacados!

Estamos em 1810. Mais concretamente a 15 de agosto de 1810. Os soldados de Napoleão espalham o caos pela Europa seguindo os desígnios imperiais do seu mandante.

Portugal não escapa à demanda e é invadido pelos franceses vestidos de azul. Estamos no inicio da terceira invasão Francesa. Almeida é palco de duras batalhas e a sua praça-forte está sob o comando do Coronel William Cox. As forças sitiantes eram as unidade que constituíam o VI Corpo do exército.

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Ouve-se o estrondo! Uma forte explosão no paiol deixou a praça incapacitada para a defesa e, perante a reação adversa de alguns oficiais portugueses, Cox aceita a capitulação.

No dia 28 de agosto de 1810 a guarnição entrega a praça aos franceses.

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Há mortos e feridos. Mulheres e crianças em desespero. Homens desolados.

Perdemos a batalha e não conseguimos defender a nação.

À terceira foi de vez. Apesar da imponência desta fortaleza que é Almeida, uma das mais importante da nação.

Regressados a 2015 vemos uma Almeida que continua imponente e orgulhosa do seu património.

As feridas já foram lambidas e a nação continua a pertencer aos portugueses – Napoleão não conseguiu seguir os seus intentos – e agora Almeida segue tranquila a viver a paz dos seus dias beirões.

Mas Almeida não esquece o passado e é necessário lembrá-lo para que as gerações atuais e futuras percebam que a nossa soberania pode ser colocada em causa num ápice – nenhuma muralha é impenetrável – e a 28 de agosto esta vila vai viajar no tempo e durante 3 dias voltará a ser atacada pelas tropas de Napoleão.

A recriação histórica do Cerco de Almeida é surpreendente pelos pormenores e pela encenação realística e imprevisível.

Vale, por si só, a visita mas, por estes dias, Almeida torna-se atração pelo seu Mercado Oitocentista, pela animação noturna e, para os aficionados e estudiosos, vale pelo Seminário Internacional que atrai especialistas e historiadores que, nesta Vila, trocam ideias e desenvolvem teses.

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Este evento supera todas as expectativas conseguindo reunir centenas de recriadores históricos, provenientes dos quatro cantos da Europa, figurantes que tornam este evento uma verdadeira aula viva de história nacional, europeia e militar

Para este ano estão prometidas algumas novidades, aliadas ao programa, com a presença de recriadores históricos alusivos à época da chamada Guerra da Restauração (séc.XVII), que irão fazer desmonstrações de táticas e técnicas de combate deste período da história.

Este é um evento a não perder e que enche de vida a Vila de Almeida que durante os dias 28, 29 e 30 de agosto vive um programa intenso recriando a batalha final que fez com que Almeida se rende-se às tropas francesas de Napoleão Bonaparte.

 

 

 

Conheça Almeida, a Estrela do Interior

Chamam-te a Estrela do Interior, por causa da tua forma.

Os árabes chamaram-te, devido à tua localização em planalto, Al-Mêda (a Mesa). Foste quartel general de batalhas pela guarda da Fronteira. Uma máquina de guerra adaptada para nos defender dos invasores que surgiam além-fronteira, dos lados de Espanha e que queriam subjugar a nação aos seus domínios. Foste e és Almeida.

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Conheci-te num dia frio de Primavera.

Um daqueles dias em que o sol apenas ilumina e não aquece.

Entrámos por uma das tuas portas duplas, já não sei qual, mas lembro-me que me deslumbraste. Não tinha noção do quão bonita Almeida é.

Caminhámos pelas tuas ruas desertas e podemos observar os edifícios e fachadas beirãs em tranquilidade sem o reboliço das gentes. Estavas só.

Chegámos às tuas muralhas e caminhámos junto a elas. Aqui começámos a perceber o porquê de te chamarem estrela.

Sei que fiquei impressionada com a tua arrumação e organização. O cuidado com o teu património salta à vista.

Chegados ao Picadeiro D’el Rey tivemos a oportunidade de ver alguns cavalos e animar os mais pequenos que corriam empolgados com tanto espaço por onde libertar a imaginação.

Saídos, subimos à tua muralha e caminhámos apreciando a paisagem que te rodeia.

Contámos ao miúdos parte da história das tuas batalhas que, depressa, começaram a recriar.

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Seguimos caminhando, porque Almeida entre muros conhece-se andando, chegámos às Casamatas/Baluarte de S. João de Deus. No interior encontra-se um vasto complexo construído de 20 compartimentos abobadados e com cobertura megalítica, única no seu tipo. Contam-nos que serviram de refúgio à população quando a Praça-forte era atacada. Hoje é um Museu onde podemos conhecer melhor a história das Batalhas que aqui tiveram lugar.

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Almeida é muito conhecida por causa das invasões francesas, mas as suas histórias de luta remontam a um passado bem mais distante do que aquele em que Napoleão andou por este mundo.

Em Almeida ainda há vestígios do seu castelo cuja origem, se supõe, seja de fundação muçulmana ou leonesa. Presume-se que o segundo castelo tenha surgido antes do reinado de D. Dinis, de estilo gótico e um dos mais pequenos da zona fronteiriça.

São muitos os teus atrativos. Recordo um dos mais impressionantes, nestas coisas da arquitetura militar, onde te destacas no mundo, o Revelim Doble, de estrutura dupla (daí o nome), considerado um dos baluartes mais perfeito por cobrir todos os flancos. Aqui acabaram por construir um Hospital de Sangue devido ao número elevado de feridos que ocupavam a cadeia e a casa da câmara.

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És cheia de histórias para contar, e não é difícil imaginar as disputas que aqui tiveram lugar.

És um livro a três dimensões, e por isso fazes parte do Roteiro das Aldeias Históricas.

Voltarei no final de agosto para assistir a um dos maiores eventos nacionais no que toca a recriações históricas.

Serás invadida pelos franceses e irás lutar para te defender durante 3 dias, recordando o que aconteceu entre 15 e 28 de agosto de 1810. Tenho a certeza que, desta vez, não serão apenas os mais pequenos a embarcarem na viagem pela imaginação.

Sei que foste campo de batalha, palco sangrento de disputas. A tua arquitetura foi feita com esse propósito e hoje encontrei-te em paz, longe dos dias de tormenta, morte e medo. Encontrei-te tranquila, deserta e silenciosa, mas convidativa. Voltarei de certeza com a esperança de te ver cheia de gente, porque esta Estrela do Interior merece ser visitada, apreciada e vivida!

Tânia Fernandes

A medieval protetora das Beiras

Conheci-te em dia de festa, com as ruas cheias de gente, num reboliço de tempos de outrora quando eras um centro de frenesim comercial com as tuas Feiras Francas.

Lembro-me de quando te vi pela primeira vez, Castelo Mendo, no alto da tua colina, como um soldado que vigia as suas gentes, protegendo-as de um inimigo que já não existe mas que te tornou fortaleza.

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Caminhámos para a tua entrada protegida por dois soldados imponentes que guardam as tuas entranhas. Pela porta estreita entrámos e seguimos pelas tuas ruas de pedra vestidas, num casario arregimentado que me deixou deslumbrada, com gentes vestidas de época medieval que nos acompanhavam e apresentavam os seus produtos.

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És Castelo Mendo, no alto da tua colina, seguimos até ao teu topo, subidas algumas escadas encontrámos, magoada pelo tempo, mas estoica, a Igreja de Stª Maria do Castelo, lá dentro vestígios do passado, com a sua pia batismal e o altar ao fundo.

Conseguimos, se quisermos, ouvir os cânticos das cerimónias que por aqui passaram, as suplicas a deus das mães e mulheres de soldados que combatiam nestas terras pela proteção do reino, o choro sufocado de donzelas que rogavam à mãe de Cristo para que os seus amados regressassem para que lhes devolvessem aquele beijo roubado.

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Ruinas que no final de um dia de sol se vestem de dourado antecipando, aos visitantes, a majestosa paisagem que os espera quando atravessarem a Porta do Castelinho, no topo sul da cidadela. Uma porta que, outrora, dava acesso ao núcleo mais antigo do Castelo, de características românticas e acompanhado de uma ou outra oliveira, árvore que por aqui é comum.

Passados pela porta, caminhamos mais um pouco e o que nos espera é de cortar a respiração.

Uma paisagem que se estende até Espanha, e nós cá no alto, num misto de imponência e pequenez, assoberbados com tamanha beleza. Aqui estamos no inicio do mundo, à nossa frente estende-se a Europa. Imaginamos o borburinho de homens medievais quando o inimigo estava no seu encalce, lá em baixo.

Acordo desta viagem no tempo, pelo pensamento e pela imaginação, com pregões de atores que correm pela envolvente da Igreja. Estamos em plena Feira Medieval e, este ano, o sol fez-nos companhia, é Primavera, estamos em abril e tudo à nossa volta ganha vida.

Hoje Castelo Mendo recupera as memórias de outrora, enche-se de gente e de vida, música, cor e pregões. Amanhã voltará ao silencio , esperando que os seus regressem no verão para que as ruas voltem a cantar.

Castelo Mendo faz parte do concelho de Almeida e integra as Aldeias Históricas.

Na fronteira com Espanha este foi um dos principais pontos de vigia e defesa da nação, história que lhe está impressa nas pedras que ladeiam as ruas e as casas. Tal como nas outras aldeias históricas, Castelo Mendo está envolta em mistério, numa beleza hipnótica que nos faz curvar aos seus fantasmas.

O dia terminou, de Espanha vinha o céu negro que ameaçava ruir sobre nós, fomos embora. Para trás ficava a Festa maior de Castelo Mendo. Voltarei outro dia.

 

Tânia Fernandes

Há luz em Almeida

Quando pensamos em Almeida o que nos acorre ao pensamento é a recriação histórica das Invasões francesas e muralhas em forma de estrela, a par de um património histórico rico.

É certo que a recriação histórica da invasão francesa é o evento do ano em Almeida, mas há mais nesta vila, exemplo disso é o evento que vai decorrer já nos dias 3, 4 e 5 de julho, com a organização do Festival Cultura e Luz que promete transformar o Centro Histórico da Vila numa experiência cultural que promete marcar pela diferença, com várias áreas dedicadas à arte, cultura, evolução tecnológica, entre outras.

A organização promete um Festival em torno da luz com espetáculos e percursos de luz, projeções multimédia e vídeo mapping em edifícios do centro histórico, e os locais mais emblemáticos da vila vão enaltecer a herança histórica local e garantir uma visita surpreendente a Almeida.

Além das atividades em torno da cultura e da temática da luz, quem visitar Almeida por esses dias terá a oportunidade de assistir a vários tipos de animação de rua, face painting, o apagão, teatro de rua, poderá caminhar pela rota dos candeeiros coloridos, esculturas de fogo e música com concertos dos “Desajeitados”, Dj´s, Zumba, Glow Party e fogo de artifício.

O público infantil também não foi esquecido e poderão, durante o festival, fazer uma viagem pelo corpo humano a 3 dimensões, através do Champimóvel da Fundação Champalimaud, assim como poderão desfrutar de animatróicos onde poderão assistir a clássicos da animação infantil.

Almeida irá, então, encher-se de luz e cultura num festival pensado para toda a família e que promete dinamizar o centro histórico da vila!