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Viriato inspira grande produção em Viseu

O mui valente herói lusitano, Viriato, é um dos nomes incontornáveis de Viseu e da sua história.

Assume o cariz de figura emblemática da cidade são muitas as iniciativas que adotam a sua biografia para os mais diversos fins culturais.

Desta vez, Viriato, serve de inspiração para uma grande produção de teatro de rua que irá invadir Viseu e a Feira de S. Mateus este ano.

O Trigo Limpo Teatro ACERT assina esta mega produção que reúne uma dezena de parceiros e mais de 200 pessoas que irão dar corpo e alma a uma marioneta gigante que, na figura de um menino irá encarnar a figura do grande guerreiro Viriato.

Esta produção não surge por mero acaso, e pretende assinalar os 40 anos da ACERT.

Viseu partilha, assim, a nova criação da ACERT, elegendo-a como uma das novidades da programação cultural e de animação da maior e mais antiga Feira Franca do país.

O projeto nasce do desejo acalentado pelo município e pela ACERT, um sonho que se tornou diálogo construtivo e se alargou à participação de vários atores culturais da cidade e da região, surgindo, também, como uma inovação na programação da Feira de S. Mateus.

São mais de 200 os participantes neste projeto de entre atores, artistas, músicos, técnicos e a própria comunidade que se junta ao Cine Clube de Viseu, Teatro Viriato e à Companhia Paulo Ribeiro, Conservatório Regional de Música de Viseu, ZunZum, Teatro Regional de Montemuro, a Girassol Azul e à Companhia DeMente.

Para este ano estão previstos 5 sessões deste espetáculo que tem o nome provisório de “Viver Viriato” na Feira de S. Mateus, sendo que 3 deles decorrerão no próprio recinto da Feira, no dia de abertura a 5 de agosto e a 11 de agosto, dia do fecho e no dia 28 de agosto, dia de Viriato.

O 25 de Abril vive em Tondela

O Teatro Acert, em Tondela, propõe uma programação, para os próximos dias, dedicada à Liberdade, já que no sábado se assinala o dia em que Portugal se libertou das amarras da ditadura.

Uma das propostas sobe ao palco do Auditório 1, já esta quinta-feira, e pretende ser uma homenagem ao 25 de abril a partir das palavras de Manuel António Pina, num espetáculo que se desenrola com recurso a memórias esparsas e fragmentadas, sobretudo sonoras, dos tempos antes da revolução, a que foi dado o nome de O Tesouro. Para ver com sessões às 10h30 e às 14h30, numa encenação da Companhia Pé de Vento, orientada para os mais novos, em Tondela.

O 25 de Abril vai ser comemorado com dois espetáculos. No Auditório 1, a partir das 21h45 terá lugar um concerto da banda A presença das Formigas, cuja sonoridade vai direta ao coração da terra. “A Presença das Formigas é o título de uma canção do disco O Coro dos Tribunais de José Afonso, que é, aliás, o primeiro disco dele editado após o 25 de abril.

Ao mesmo tempo, no Auditório 2 decorre um monólogo a partir de Marx, confirmando que o passado não perde utilidade quando se trata de olhar para o futuro

A partir de sábado estará patente a exposição “Genius Loci Spacetime Discontinuum” de Pedro Inock, que os visitantes poderão visitar até dia 25 de maio. Definida como uma mostra visual multiforme, trata-se de uma obra aberta e interminada, como interminável é o percurso do ensaio (sempre em constante devir) sobre as marcas do todo multifacetado que é a vida. Em diversos suportes — desenho, pintura, fotografia, instalação, vídeo — se expressam (vão expressando) impressivas memórias e afetos, se traduz (vai traduzindo) a relação emotiva com os lugares e os tempos que nos envolvem (vão envolvendo).

O 25 de Abril toca-nos a todos, e não podemos ser indiferentes à sua realidade e ao seu propósito.

Fotografia: Ricardo Chaves