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Caminhar pela Rota do Carvão

Esta é uma das alturas ideias para se fazerem caminhadas na região.

A montanha começa a vestir-se de cores que parecem impossíveis, numa palete cromática impressionante que não deixa ninguém indiferente. Paisagens de cortar a respiração, sons e cheiros que antecipam o Inverno que em breve chegará.

O outono na Serra da Estrela é de uma beleza incrível que nos faz ver como a natureza é generosa e uma artista como não há igual.

O convite passa por calçar umas sapatilhas, colocar uma mochila com provisões às costas e partir numa viagem pelo deslumbre, agora que o tempo está mais fresco e os dias convidam à contemplação.

Vamos até Manteigas que nos convida para já no próximo dia 25 de setembro a caminharmos pela Rota do Carvão, num périplo de cerca de 15km que começa nas Penhas Douradas.

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A Rota do Carvão

A Rota do Carvão é especial, conta uma parte da história de Manteigas que se encontra intimamente ligada com a pastorícia, o centeio e a floresta.

Lá no alto do percurso, além de se aproveitar os terrenos para o pasto, era o local onde era produzido carvão que seria depois vendido na Vila, através da queima da raiz da urze, também conhecido por borralho.

Quem por estes trilhos caminha poderá observar a beleza que os matos e matagais proporciona, as florestas de folhosas entre as esculturas naturais que são as escarpas rochosas como a Fraga da Cruz, o Fragão do Corvo e a Pedra Sobreposta.

A viagem começa nas Penhas Douradas, uma pequena aldeia de montanha (hoje um dos maiores pontos turísticos da Serra da Estrela) que teve a sua origem no tratamento em altitude de doenças do foro respiratório, passando pela Nave da Mestra, uma depressão topográfica que apresenta um largo plano rodeado por um maciço granítico muito fracturado.

A Rota leva-nos ainda pelo Vale das Éguas, pelo espelho de água de Vale Rossim, pela Charca do Perdigueiro, pela panorâmica para o Vale Glaciar e para o acumular de serras que se estendem até Espanha numa paisagem deslumbrante.

Ao longo da Rota do Carvão poderemos ainda ver o Observatório Meteorológico das Penhas Douradas, construído há mais de cem anos.

Esta é uma Rota que nos apresenta uma enorme variedade de vegetação e fauna. O salgueiro-branco, o plátano-bastardo, o cervum, a consolda-vermelha, o jacinto dos campos, a faia, o castanheiro e o carvalho-negral compõem parte do conjunto da vegetação. Realça-se o valor da tramazeira, do zimbro e do vidoeiro, devido à sua raridade em Portugal. Também é possível encontrar a caldoneira que detém o estatuto de conservação pela Directiva Habitats, que considera ser de interesse comunitário.

Mas há mais para além da Flora, a Fauna ao longo deste percurso é variada já que neste traçado habitam o javali, a raposa, a toupeira, o ouriço-cacheiro e a lebre.

Quanto aos répteis, o sardão e a lagartixa-do-mato estão presentes. As linhas de água fomentam a existência de anfíbios como a rã-iberica, a rã-verde e o lagarto-de-água.

O peneireiro, a coruja das torres e o tartaranhão-caçador são as aves que dominam os altos céus da Rota do Carvão. Com menos porte, temos o melro-azul, o melro das rochas, o andorinhão-preto e o guarda-rios.

No dia 25 de setembro a saída está programada para as 8h25 junto à Câmara Municipal de Manteigas onde os participantes seguirão em autocarro até às Penhas Douradas. A chegada está prevista para as 16h30.

As inscrições são gratuitas mas obrigatórias, e pode fazê-la para o email gtflorestal@cm-manteigas.pt ou pelo telemóvel 961937977.