Da Cidade para o Convento

Genoveva Maria do Espirito Santo, no alto dos seus 11 anos, era uma jovem devota e sensível ao que a rodeava.

Quando a Igreja Matriz da sua Villa Pouca da Beyra foi vandalizada e o seu santuário roubado, a jovem Genoveva sentiu uma dor tão profunda pelo sucedido que prometeu a si mesma que tudo faria para fundar uma obra, um Convento.

Genoveva cresceu humilde mas resiliente e com o seu objetivo de vida bem vincado nos seus propósitos e qual empreendedora conseguiu recolher esmolas, não apenas por Portugal fora mas também na corte, que naquela altura estava refugiada no Brasil, estava o mundo a circular por anos de 1800, tendo ido ao país do samba onde recebeu joias das mãos da própria Carlota Joaquina, Rainha de Portugal.

Foram estas as pedras basilares de um Convento onde a penitência, austeridade e santidade imperavam, o Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento.

O tempo passou por este espaço em Vila Pouca de Aguiar, amparado pelas Serras da Estrela e do Açor, por cá se rezaram muitas novenas, muitas missas, muitas penitências.

Por cá passaram muitas histórias, e mal sabia Genoveva que o seu Convento do Desagravo passaria a ser uma Pousada, não do alívio da alma, mas um espaço onde podemos encontrar um alívio para o corpo. E que belo sítio este é!

Chegamos e vemos uma igreja, afinal é o seu passado e esta Pousada veste-se de Convento, mas apenas por fora.

A calçada leva-nos até à receção onde somos recebidos calorosamente.

Este é um espaço que convida ao aconchego, sendo ideal para uma escapadinha romântica. Os quartos são convidativos ao descanso. No restaurante a gastronomia regional e os vinhos portugueses são reis e senhores e alguns doces conventuais, claro, fazem parte da ementa. No verão a piscina chama por nós e é impossível resistir-lhe. No inverno a lareira atrai-nos a um convívio acompanhado de uma chávena de chá quente e biscoitos. Aliás, são várias as atividades que podemos fazer na região, desde pesca ou canoagem a caminhadas pela serra.

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Não pode ser heresia transformar este espaço numa Pousada como esta.

Aqui há requinte, sofisticação, tranquilidade, conforto e paz. É como estar em casa, longe da rotina, do trabalho e do trânsito. Nesta Pousada respeitou-se a história do edifício e os seus fantasmas, com todas as comodidades que a contemporaneidade exige, ideal para ser visitado em todas as alturas do ano, pois em qualquer mês podemos encontrar pequenos tesouros seja na paisagem ou nas vinhas circundantes.

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A ideia de pernoitar num convento pode não parecer convidativa, mas aqui não me importo de ficar. Sente-se a hospitalidade beirã em todos os espaços e ficamos com pena de sair e com vontade de voltar o mais depressa possível.

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Esta é mais uma Pousada do grupo Pestana e não desilude. Para uma estadia a dois ou uma escapadinha em família a Pousada de Vila Pouca da Beira, em Oliveira do Hospital, é um Convento sem freiras, onde os hóspedes agradecem aos céus pelos dias de paz que lá encontram!

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