5 Motivos para não visitar a Serra da Estrela

Ao longo destes 14 anos a viver na Guarda, tive a oportunidade de ficar a conhecer as belezas e as vicissitudes desta bela região.

Vim para cá estudar e por cá fiquei depois de cair de amores por um Beirão (consta que Minhotos e Beirões têm uma certa predisposição para se enamorarem. Resultado de um estudo, feito por mim, em que constatei que tenho, pelo menos, quatro casais amigos com essas características).

Não são raras as vezes em que os meus amigos e familiares do litoral me questionam pelo facto de termos preferido ficar a viver na região da Serra da Estrela em detrimento do Minho.

Ora, meus amigos minhotos não me interpretem mal, não se trata de uma questão de preferência. Adoro a minha região natal e para mim não há outra igual, tal como não há outra Serra da Estrela no mundo. Fiquei por cá porque uma parte de mim dizia que tinha de ficar e porque a vida assim o quis.

Há vantagens e desvantagens em se viver nesta região, assim como em qualquer outra deste país. Mas há coisas únicas na Serra da Estrela que a tornam tão especial e, mesmo assim, há quem não perceba porque eu gosto de aqui viver.

Decidi, para essas pessoas, fazer uma lista de motivos pelo qual, essas pessoas, NÃO devem visitar a Serra da Estrela:

 

1 – Se está de Dieta é melhor não vir até à Serra da Estrela.

Por cá as iguarias são, absolutamente, irresistíveis!

É impossível não comer um pouco de queijo da região com pão caseiro, acompanhado de umas rodelas de morcela ou de um outro qualquer enchido.

É muito difícil deixar passar o requeijão com doce de abóbora sem lhe meter a colher e os pratos de cabrito que por estes lados confecionam são um hino aos deuses da culinária.

E mais, as pessoas daqui têm uma mania terrível, algo que se acentua mais em pessoas de idade, insistindo, constantemente, para que comamos mais uma fatia de queijo, mais uma rodela de chouriça, mesmo que tenhamos acabado de almoçar.

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2 – Como é que consegues aguentar aquele frio?

Aqui o frio é, de facto, algo que se sente durante uma boa parte do ano. Se é daquelas pessoas que não aguenta temperaturas abaixo dos 10 graus é melhor não vir, a não ser que traga um casaco, peça que por estes lados faz parte da indumentária durante outono, inverno, primavera e em algumas noites de verão. O frio por aqui não é para os fracos, as temperaturas negativas são comuns durante o inverno, seja dia ou noite.

A verdade é que também sinto frio quando vou até ao norte! Por cá o frio é diferente, seco e, na minha opinião, mais suportável que o frio do inverno minhoto.

A vantagem de nos levantarmos pela manhã para enfrentarmos temperaturas negativas é que ficamos com as peles esticadas sem ser necessário o recurso a botox o que faz com que as gentes da Serra pareçam muito mais jovens!

Não é invulgar termos de tirar o gelo dos carros e conduzir com extra precaução por estradas cobertas de gelo ou neve, pode até ser uma grande arrelia, mas quando paramos para ver a paisagem à nossa volta, essas vicissitudes parecem apenas um mal menor.

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3- Se não gosta de caminhar e explorar o mundo à sua volta é melhor não vir visitar a Serra.

As paisagens são de tal modo deslumbrantes que não podem ser percorridas de carro.

O nosso corpo implora por explorar tudo minuciosamente, descobrindo cantos e recantos, podendo sentir o deslumbramento em tudo o que vemos.

A Serra existe para ser explorada e descoberta, passear de carro (a não ser que seja um Todo-o-terreno) não nos mostra a verdadeira beleza escondida nestas paisagens.

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4- Gosta da agitação e reboliço urbano?

Então não venha até cá.

Aqui reina um sentimento raro nos dias de hoje – tranquilidade.

Por cá não há longas filas de trânsito (a não ser em dias de feriado ou fins-de-semana no inverno, nos últimos quilómetros até à Torre no ponto mais alto da Serra, é que os visitantes ainda não perceberam que aquilo que está à volta da Torre é Serra da Estrela também).

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5- É um urbanoide convicto e assumido?

Deixe-se ficar pela grande cidade.

Na Serra da Estrela não há poluição.

Não há buzinadelas nem filas intermináveis de trânsito com condutores enraivecidos, apenas algumas ovelhas que nos podem atrasar 5 minutos no caminho. Aqui as pessoas fazem as coisas com calma.

Fazem longos almoços ao fim-de-semana em família. Conhecem os vizinhos e convivem com eles.

Aqui o ar respira-se sem restrições e podemos ouvir os pássaros cantar.

Em alguns locais não existe rede de telemóvel e, sabem que mais, não é preciso. Quem vem visitar a Serra deve aproveitar a natureza e deixar as tecnologias de lado, a não ser o GPS que nos ajudará nas nossas descobertas.

Estes são apenas algumas das razões que enuncio quando me questionam acerca da minha opção de vida.

 

A Serra tem estes “defeitos”, como a natureza selvagem, a simpatia e genuinidade das suas gentes, a beleza das suas aldeias, o frio tão especial e nos pequenos presentes que obtemos por cá viver, como acordar e abrir as janelas para uma manhã branca de neve ou encontrar o mundo envolto em cristais de gelo, a paisagem a perder de vista com um manto de nevoeiro ou sentarmo-nos numa mesa farta de sabores que só aqui encontramos.

Tânia Fernandes

Fotografia: Manuel Ferreira

38 replies
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    Understanding COSC Accreditation and Its Importance in Watchmaking
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    COSC, or the Controle Officiel Suisse des Chronometres, is the official Swiss testing agency that attests to the precision and accuracy of wristwatches. COSC certification is a sign of quality craftsmanship and reliability in chronometry. Not all timepiece brands pursue COSC accreditation, such as Hublot, which instead sticks to its own demanding criteria with mechanisms like the UNICO calibre, reaching comparable precision.

    The Art of Exact Timekeeping
    The central mechanism of a mechanical watch involves the mainspring, which delivers energy as it loosens. This mechanism, however, can be susceptible to environmental elements that may impact its precision. COSC-certified movements undergo demanding testing—over fifteen days in various conditions (five positions, three temperatures)—to ensure their resilience and reliability. The tests assess:

    Typical daily rate accuracy between -4 and +6 secs.
    Mean variation, highest variation rates, and effects of temperature changes.
    Why COSC Validation Matters
    For timepiece aficionados and connoisseurs, a COSC-accredited watch isn’t just a item of tech but a testament to enduring quality and precision. It symbolizes a timepiece that:

    Provides outstanding dependability and precision.
    Ensures assurance of quality across the entire construction of the watch.
    Is likely to maintain its worth more efficiently, making it a smart investment.
    Well-known Chronometer Brands
    Several famous brands prioritize COSC certification for their timepieces, including Rolex, Omega, Breitling, and Longines, among others. Longines, for instance, presents collections like the Archive and Soul, which feature COSC-accredited movements equipped with advanced materials like silicone balance springs to improve resilience and performance.

    Historical Background and the Evolution of Chronometers
    The concept of the timepiece originates back to the requirement for exact chronometry for navigational at sea, emphasized by John Harrison’s work in the 18th century. Since the official foundation of Controle Officiel Suisse des Chronometres in 1973, the validation has become a standard for assessing the precision of high-end timepieces, continuing a legacy of superiority in watchmaking.

    Conclusion
    Owning a COSC-accredited timepiece is more than an visual selection; it’s a dedication to quality and accuracy. For those appreciating precision above all, the COSC certification provides peacefulness of thoughts, guaranteeing that each validated timepiece will operate dependably under various conditions. Whether for individual contentment or as an investment decision, COSC-accredited watches stand out in the world of watchmaking, maintaining on a legacy of meticulous timekeeping.

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